terça-feira, 29 de junho de 2021

Leilão de vinhos para uma nobre causa!

 


Para arrematar um vinho em um leilão beneficente não é necessário ser um colecionador de raridades. Basta ter amor. Afinal, a solidariedade vai muito além da visão, do olfato, da audição, do tato e do paladar, sentidos colocados à prova em qualquer degustação de vinhos. Aqui estamos falando de um sexto sentido, o da emoção. E é justamente isso que a Associação Bentogonçalvense de Convivência e Apoio à Infância e Juventude, a Abraçaí, quer despertar nas pessoas ao lançar o Leilão Vinhos & Solidariedade. 



São 45 rótulos brasileiros que poderão ser arrematados de 17 de junho a 15 de julho através do site www.zaccariasleiloes.com.br. Eles foram doados por pessoas, empresas e entidades numa iniciativa que vai muito além de aromas e sabores. Os 45 vinhos serão leiloados com valores que partem de R$ 100, chegando a R$ 1.000 a garrafa, num trabalho voluntário do leiloeiro Volnei Zaccarias. São vinhos que não estão à venda no mercado, que fizeram história, marcaram épocas, simbolizaram momentos. Entre as raridades, destaque para o Granja União Cabernet e o Granja União Merlot, ambos da Safra 1955; o Casque D’Or Conhaque Safra 1968; o Salton Presidente Safra 1969 e a Champanha Mônaco Demi-Sec 1969.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Don Guerino Le Franc 2020 - um vinhaço!

Na Avaliação Nacional de Vinhos do ano passado algumas das 16 amostras mais representativas da “safra das safras” do vinho brasileiro me chamaram particular atenção, entre elas um delicioso Cabernet Franc que ao final descobriu-se ser da Don Guerino, vinícola de Alto Feliz. Pois agora aquele vinho outrora provado já chegou ao mercado para deleite dos apreciadores desta casta que está entre as minhas preferidas. E que delícia de vinho este Don Guerino Le Franc 2020! Um daqueles que você bebe um gole e logo deseja engatar um segundo. É um vinho pleno, redondo, equilibrado no tripé álcool, madeira e fruta.

A coloração entrega um rubi violáceo muito brilhante e prepara o olfato para uma carga aromática frutada recheada com ameixas, amoras, groselha, mirtilos, pimenta negra, frutos desidratados e toques florais e mentolados além de alguma especiaria bem integrada. Em boca é rico e convidativo, taninos redondíssimos, elegante, bem costurado com ótimo corpo e agradável final de boca com ampla persistência. Agora já está ótimo mas imagino que com alguns anos de guarda ficará espetacular.

O vinho descansa por 12 meses em barricas de carvalho francês (90%) e americano (10%).

Pode ser degustado tanto em carreira solo quanto na companhia de carnes vermelhas assadas, cogumelos recheados, alguns molhos de médio corpo, legumes salteados em oliva e queijos de média cura.

Possui 14% de graduação alcoólica e o ideal é degustá-lo na temperatura de 16 a 18oC.

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA! 

Miolo é eleita Melhor Vinícola do Ano

Prêmio foi conferido pela Prazeres da Mesa, maior plataforma de gastronomia do Brasil, em evento digital realizado no sábado, 19, no Le Courdon Bleu, em São Paulo



Pela primeira vez o evento não foi presencial, mas nem por isso deixou de saciar o apetite com aromas e sabores de quem aprecia cozinhar, viajar e degustar os segredos dos bons vinhos. Muito pelo contrário. A Prazeres da Mesa, maior plataforma de gastronomia do Brasil com 1,3 milhão de seguidores, comemorou sua maioridade neste sábado, 19, com o Mesa Happening 18 anos, transmitido ao vivo pelo Mesa Hub, canal da empresa no Youtube, além do @prazeresdamesa no Instagram. E o brinde não poderia ter sido melhor: a Miolo Wine Group recebeu o prêmio de Melhor Vinícola do Ano 2020-2021, contracenando com chefs renomados como Alex Atala, Janaína e Jefferson Rueda, Rodrigo Oliveira e Guga Rocha, entre tantos outros.

O evento, conduzido pelo diretor editorial da Prazeres da Mesa, Ricardo Castilho, contou com aulas de cozinha, homenagens e premiações, das 11h às 20h, com estúdio na Escola de Gastronomia Le Cordon Bleu São Paulo. Desde o início da pandemia, conforme Castilho mesmo diz, o setor vive uma prova de fogo. Mesmo assim, o evento não poderia deixar de acontecer, mesmo que em outro formato. “Celebramos a vida, as iniciativas heroicas, as ideias criativas e a resiliência dos sobreviventes da gastronomia brasileira. E o vinho é protagonista junto com a gastronomia”, destaca.

Para Adriano Miolo, diretor superintendente da Miolo Wine Group, a Prazeres da Mesa e a Miolo são parceiros na promoção do vinho brasileiro. “Depois de mais um ano de desafios, ver o sucesso da Prazeres da Mesa e notar que, assim como nós, estes desafios motivaram reinvenção e ainda mais sucesso, receber este reconhecimento nos enche de orgulho. Este prêmio simboliza nosso trabalho para levar o bom vinho nacional à mesa do brasileiro. Agradecemos brindando e dividindo esta conquista com nossos clientes que fazem esse trabalho acontecer e aparecer”, festeja.

Tempos de inovação

Nesses 32 anos, a Miolo construiu uma marca que ajudou o Brasil a mostrar ao mundo a qualidade dos vinhos brasileiros. Os desafios foram sendo superados com muito trabalho e neste último ano não poderia ter sido diferente. Mesmo à distância, a vinícola encarou o momento com muita resiliência, focando esforços em inovação. Junto com a necessidade de reinvenção vieram muitas ações como a reformulação da loja virtual, ferramenta que passou a ser muito mais interativa, com uma interface que oferece uma boa experiência de navegação, com maior atratividade e totalmente responsiva. O resultado foi imediato, dobrando a venda on-line ainda em outubro do ano passado.

Mas 2020 começou marcando época com o lançamento do The 2018´s Seven Legendaries of Miolo – os Sete Lendários”, que foram sendo apresentados de janeiro a maio. Colecionáveis, a seleção de vinhos nobres ícones expressa o terroir das quatro regiões onde a marca está presente com vinhedos e unidades de produção: Miolo - Vale dos Vinhedos (RS), Terranova – Vale do São Francisco (BA), Seival / Candiota – Campanha Meridional (RS) e Almadén / Santana do Livramento, Campanha Central (RS).

E teve ainda o lançamento do Miolo Wild Gamay, com SO2 free e levedura selvagem, inaugurando o conceito de uma linha focada no consumidor que busca produtos mais naturais. Tanto que o rótulo foi o primeiro a exibir o Selo The Vegan Society, hoje em todo portfólio, comprovando que 100% dos vinhos elaborados pela Miolo são veganos. Na linha Reserva, a mais tradicional da Miolo com 30 anos no mercado, o processo de modernização trouxe mudanças no rótulo, na revisão dos vinhos e no lançamento do Syrah. Outra novidade foi a ampliação do portfólio de espumantes. Para festejar os 25 anos do Miolo Cuvée, por exemplo, uma caixa personalizada com os quatro rótulos – Miolo Cuvée Collection -, inclusive o lançamento Nature. Teve, ainda, o lançamento do Almadén Moscatel Rosé, completando a família.

E para o vinho que foi eleito o melhor rosé do mundo, uma campanha a altura do rosé ‘mais querido do Brasil’. ‘Rosé Club - Para todos que amam rosé’ chega com uma proposta de aumentar ainda mais esta legião de fãs do Miolo Seleção Rosé, que valoriza o visual e que busca leveza e refrescância para momentos descomplicados. Mas as inovações chegaram também no enoturismo com a Visita DOVV Espumantes, um roteiro exclusivo na torre da vinícola, há 45 metros de altura.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Comer e beber em Fernando de Noronha!

 

Neste paraíso quase intocado além da natureza exuberante você encontra drinks e comidas maravilhosas!

Vista áerea da Baia dos Porcos

Certa feita um amigo me recomendou que antes de conhecer Fernando de Noronha eu descobrisse primeiro os demais destinos do Nordeste pois depois de ser apresentado a esta ilha distante 540km de Recife iria me embriagar de tal forma com tanta beleza que toda nova viagem poderia deixar a desejar. Pois creio que o mesmo tinha razão! 

Boa parte da área da ilha descoberta pelo português Fernão de Lorona é uma reserva ambiental e andar por ela exige autorizações e taxas o que auxilia a manter intocada a Baía do Sancho por exemplo, eleita a praia mais bonita do mundo pela Trip Advisor. E andar por Noronha é uma das melhores coisas a fazer por lá, portanto, quando você for visitá-la esteja com um bom condicionamento físico para as trilhas, caminhadas, mergulhos e tudo o mais. Mas falemos agora das boas dicas de bebida e comida que tive oportunidade de degustar.

Não espere hotéis em Fernando de Noronha, com all inclusive e mordomias. Você tem opções de pousadas – algumas bem descoladas e famosas e outras mais simples – até até casas de moradores que alugam quartos para pernoitar. E há uma boa oferta de bares e restaurantes, mas que exigem mesmo na baixa temporada reservas antecipadas pois devido as restrições impostas pela pandemia a ocupação é menor do que em período normal e com horário de fechamento mais cedo a noite.

A primeira dica é a do recém-inaugurado Cigana do Cajueiro, um casarão reformado que se utilizou de uma lenda da ilha envolvendo a comunidade cigana no final do século XVIII para nominar-se que é um misto de bar, restaurante e balada (esta não funcionando em função do COVID) muito descolado e com arquitetura colorida, com boa comida com toques exóticos e com deliciosos e criativos drinks preparados pela mixologista da casa (experimente o Mágico que leva uma infusão de ervas dentro de um escafandro para dar um toque diferenciado ao drink).

(seguem fotos do Cigana do Cajueiro):











Drink "Mágico" recebe infusão de ervas e frutos secos





Tradicional Cartola na sobremesa do Cigana 


Localizado junto ao porto está o Mergulhão, restaurante que oferece uma das melhores vistas de por de sóis do lugar acomodando o turista em pequenos e bucólicos lounges que pedem uma taça de vinho na contemplação. O cardápio é enxuto e bem montado, com bons pratos onde a dica é o Camarão Picante, camarões gigantes empanados numa farofa de calabresa e tapioca e fritos acompanhados de um molho caseiro de aioli.

(seguem fotos do Mergulhão):








Camarão Picante no Mergulhão


Outro bom programa gastronômico é a Mesa da Ana – a preferida das celebridades - que trabalha com o conceito de mesa compartilhada, ou seja, é uma mesa única que reúne no máximo 10 pessoas que não se conhecem mas que acabam dividindo a mesa, interagindo e tendo a comida e as experiências na ilha como pano de fundo. A Ana, chef carioca que trabalhou quase dez anos em restaurantes em Paris e largou a vida europeia para viver na ilha, serve uma sequência de 4 pratos sempre com maior parte dos insumos frescos e do dia. Atenção pois exige reserva antecipada de alguns meses.

(seguem fotos do Mesa da Ana):









Em Noronha existem várias pousadas que contam com ótimos restaurantes e estas não atendem somente os hóspedes mas o turista em geral basta fazer reserva. Dois destes restaurantes são imperdíveis: o Teju-Açu e o Restaurante do Vale. O primeiro está localizado no caminho que desce a praia da Conceição, fincado no meio da mata, com construção imponente e poucas mesas, serve no máximo 30 pessoas. Utiliza o minimalismo em seus preparos contemporâneos, o local tem bela vista e os pratos são muito bem servidos e saborosos. A dica é o Camarão Selvagem que é servido com um delicioso risoto de cogumelos e o sorvete de tapioca com cocada quente na sobremesa. 

(seguem fotos do Teju-Açu):


Camarão Picante é delicioso!







Já o Restaurante do Vale fica anexo a pousada de mesmo nome e é um caso a parte, amado pelos naturistas e fãs de comida saudável ele praticamente é autossustentável pois a maior parte das verduras, legumes e frutas vem de sua horta e pomar e os peixes frescos direto dos pescadores. Prepara drinks ótimos com muita fruta fresca e o atendimento é dos melhores de Noronha. Uma ótima pedida é o prato Cacimba, preparado com atum fresco em crosta de gergelim e purê de wasabi. Também o Ceviche Nordestino que leva cebola roxa e coentro é uma delícia!

(seguem fotos do Restaurante do Vale):

Ceviche Nordestino!



























Fernando de Noronha além de ter uma paisagem exuberante e uma água verde esmeralda com transparência fantástica para mergulhos e contemplação da fauna marinha é literalmente um prato cheio para os amantes das boas coisas da vida!


Serviço:


Restaurante Teju-Açu

(81) 3619-1369

(81) 3619-1277

 

Restaurante do Vale

 (81) 3619-1293

(81) 99613-1001

 

Restaurante Mergulhão

(81) 3619-0215

(81) 99601-0203

 

Mesa da Ana

(81) 99338-4925

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Casa Valduga Terroir Exclusivo Syrah Viognier 2020 - um inusitado blend de tinto com branco!

 


Em minhas andanças pelas terras uruguaias além das excelentes carnes sempre tive oportunidade de degustar bons vinhos, não só Tannats – ícone da viticultura daquele país – mas várias outras castas. E algo que me chamou atenção foi alguns vinhos tintos que recebiam um corte de vinho branco – isso mesmo, vinho branco adicionado no vinho tinto – resultando em experiências bem interessantes. 

Resgato tal passagem porque esta semana provei um corte nesta linha, o Casa Valduga Terroir Exclusivo Syrah Viognier 2020 que leva 86% da tinta Syrah com 14% da branca Viognier, elaborado com uvas advindas da Serra do Sudeste, em Encruzilhada do Sul/RS. Apresentou um linda cor rubi violácea que preenche a taça com seu brilho. Pronunciou aromas frutados com amoras, groselhas e ameixas, toque floral, leve herbáceo, pimenta negra e final tostado. Em boca é seco, fresco, equilibrado na fruta com a madeira, com amplo final, taninos redondos, leve picância, acidez presente e muito gastronômico.   

Este vinho repousou 8 meses em barricas de carvalho francês e mais 6 meses em cave antes de vir ao mercado.

Vai bem na companhia de carnes vermelhas, legumes com recheio de guisado bovino, cordeiro na brasa, queijos média cura e charcutaria em geral.

Possui 13% de graduação alcoólica e o ideal é degustá-lo na temperatura de 15 a 17oC.

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA! 

quinta-feira, 10 de junho de 2021

O camarão enamorado!


Neste 12 de junho que tal surpreender a pessoa amada com um belo, prático e delicioso prato?

Dizem que o amor é cego, mudo e surdo, mas desconfio que tenha paladar e olfato, afinal quem não ama uma boa mesa e uma boa companhia? E nada melhor que usar a boa vontade e a habilidade nas lidas de forno e fogão realizando um jantar romântico justo no Dia dos Namorados! Não sabe o que fazer? Acompanhe aqui esta deliciosa receita de Camarão em crosta de coco com molho agridoce!



Ingredientes:
(para 2 pessoas)

 
12 camarões grandes eviscerados
1 xícara de coco ralado
Meia xícara de farinha de rosca
2 claras de ovo
Sal e pimenta moída à gosto
Óleo para fritar
 
Para o molho agridoce:
 
2 colheres de sopa de maionese
Meia colher de chá de molho de pimenta ou gotas de pimenta líquida
Suco de meio limão
Pitada de sal à gosto
 

Preparo:

Misture numa tigela ou prato raso a farinha de rosca o sal e a pimenta. Em uma segunda tigela adicione as claras em neve batidas até formar e bata até formar bolhas. Em uma terceira tigela rasa, adicione o coco. Passe um camarão de cada vez primeiro na mistura de farinha de rosca, mergulhe-os nas claras e cubra com o coco. Pressione bem o coco sobre o camarão para grudar o máximo possível. Adicione um pouco de óleo em uma frigideira e frite os camarões aos poucos em óleo bem quente. Enquanto o camarão frita prepare o molho agridoce combinando todos os ingredientes em um pote pequeno misturando bem. Coloque na geladeira até a hora de usar. Não querendo usar fritura pode-se colocar os camarões em uma assadeira e levar ao forno pré-aquecido a 220oC por cerca de 8 a 10 minutos cada lado. Sirva acompanhado do molhinho agridoce e do espumante brut rosé bem gelado!

 

terça-feira, 8 de junho de 2021

Pizzato Brut Rosé 2019 - qualidade em taça!

 


Há muitos anos comento com os produtores e enólogos sobre o meu apreço com relação aos espumantes rosés e de quanto coringas eles podem ser na hora da harmonização e mesmo como mediador numa escolha por um casal seja num restaurante, uma vinícola, no aconchego do lar ou para presentear alguém. O espumante brut rosé funciona quase que como um diplomata afinal é o que menos restrições possui comparando-o a moscatéis ou bruts brancos, pois seu corpo mais cômodo, seu aroma mais frutado e a acidez na medida agrada a quase todos os paladares além de ter uma coloração vibrantemente sexy! Por isso neste Dia dos Namorados a dica de vinho vai exatamente para um de meus espumantes rosés preferidos, o Pizzato Brut Rosé 2019 com Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos (D.O.V.V.), elaborado pela Pizzato Vinhas e Vinhos no Vale dos Vinhedos de Bento Gonçalves com um blend que leva 85% Pinot Noir e 15% Chardonnay e produzido através do método champenoise (ou tradicional com segunda fermentação em garrafa) e que fica em contato com as leveduras por 15 meses para ganhar complexidade.      

Possui cor rosa clara, muito elegante com acentuada perlage fina e persistente. Seu aroma exala frutas vermelhas frescas com morangos, cerejas e framboesas, também frutas desidratas e brioche. Em boca é deliciosa e seca, com fruta destacada, muito frescor e jovialidade, acidez convidativa e uma boa cremosidade no palato.

Faz belo par com a pessoa amada além de combinar com inúmeros pratos e possibilidades, de canapés passando por frutos do mar e carnes brancas e queijo mascarpone.

Possui 12% de graduação alcoólica e o ideal é degustá-lo na temperatura de 4 a 7oC.

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA! 

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Venda de vinhos brasileiros em 2021 cresce 34%

Foram quase 10 milhões de litros em quatro meses um desempenho positivo que registra aumento de 34% em relação ao mesmo período de 2020

 


A comercialização de vinhos finos e espumantes brasileiros segue em crescimento. Nos quatro primeiros meses de 2021, as vinícolas brindam a venda de 9,5 milhões de litros, um aumento de 34% se comparado ao mesmo período do ano passado que alcançou 7,1 milhões de litros. A melhor performance percentual é dos espumantes moscatéis com incremento de 37,76%, seguido pelos vinhos finos com 34,35% e pelos espumantes brut com 30,87%. Já o suco de uva amarga uma queda de 15,68%. Estes são os dados oficiais da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), com base no Sistema de Cadastro Vinícola da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.

A retração desenhada em janeiro e fevereiro deu espaço para a aceleração das vendas nos dois meses seguintes. “O vinho brasileiro segue sendo descoberto pelos brasileiros, que ao degustar nossa diversidade e qualidade, estão percebendo a evolução e aprovando. É animador ver esta importante conquista. Com uma safra maior em 2021 os estoques estão sendo abastecidos, podendo atender ao mercado”, destaca o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Deunir Argenta.

Argenta aposta ainda mais na aceleração das vendas diante da ampliação de canais, da melhor distribuição, do preço justo, além do próprio lançamento de produtos das vinícolas. Com a flexibilização dos protocolos de segurança diante da Covid-19, o enoturismo também ganhou impulso, fortalecendo ainda mais a relação entre produtores e consumidores. A aposta no e-commerce e em ferramentas práticas como o próprio WhatsApp também tem facilitado a venda com entrega em qualquer parte do país.

Suco de uva em queda

O volume de suco de uva comercializado de janeiro a abril chegou a 48,7 milhões de litros, 15,68% menos que em 2020 quando foi de 57.760.311 milhões de litros. Se comparado ao mesmo período de 2017, percebe-se um crescimento de 29,92%.

Exportações em alta

O cenário em relação às exportações também é favorável em relação a vinhos finos e suco de uva. Nos quatro meses, 1,9 milhões de litros de vinhos finos brasileiros saíram do país, ou seja, 169,23% a mais que no mesmo período de 2020. Já o suco de uva, com exportação de 879 mil litros, teve um impulso maior com aumento de 239,16%. Porém, está longe de alcançar o desempenho de 2019 quando o volume foi de 1,02 milhões de litros.

COMERCIALIZAÇÃO DE VINHOS FINOS, ESPUMANTES E SUCO DE UVA ELABORADOS NO RIO GRANDE DO SUL – MERCADO INTERNO (litros)

 

PRODUTOS

JAN/ABRIL 2020

JAN/ABRIL 2021

 

Vinhos Finos

4.460.348

5.992.301

34,35

Espumantes (Brut)

1.617.797

2.117.198

30,87

Espumantes (Moscatéis)

1.032.644

1.422.541

37,76

Suco de Uva *

57.760.311

48.701.222

-15,68

 

PRODUTOS

MARÇO 2020

FEVEREIRO 2021

MARÇO 2021

Vinhos Finos

1.015.986

934.606

1.379.419

Espumantes (Brut)

413.152

495.796

455.003

Espumantes (Moscatéis)

258.932

347.794

371.872

Suco de Uva *

14.185.450

12.177.672

12.285.603

 

PRODUTOS

ABRIL 2020

MARÇO 2021

ABRIL 2021

Vinhos Finos

1.481.211

1.379.419

2.245.668

Espumantes (Brut)

214.445

455.003

471.149

Espumantes (Moscatéis)

154.627

371.872

337.718

Suco de Uva *

8.746.846

12.285.603

10.956.873

* Suco de Uva (Natural/Integral, Reprocessado/Reconstituído, Adoçado e Concentrado)

Fonte: SISDEVIN/SEAPDR | Elaboração: Uvibra – Dados coletados em 14 de maio de 2021.

 

quinta-feira, 3 de junho de 2021

As dúvidas e os vinhos!

 

Ao se abrir uma garrafa, além do vinho a taça poder ficar cheia de dúvidas também!



É inegável o aumento do consumo do vinho no Brasil a cada ano! Mais e mais pessoas vão provando e se deliciando com esta bebida de Baco e o universo que a compõe. Nesta jornada de degustação muitas perguntas e dúvidas surgem e muitas vezes são comuns e muito pertinentes. Para tanto o artigo desta semana sugere dirimir parte de algumas destas dúvidas. Vamos a elas!

- Por que o vinho mancha os dentes e a língua?

Os vinhos tintos possuem pigmentos – chamados polifenóis - que vêm da casca da uva e esta cor acaba saindo da casca e colorindo a bebida. São estes pigmentos que podem deixar lábios, dentes e língua roxa. Especialistas atestam que quanto mais jovem o vinho, mais fácil ele mancha.  Algumas uvas mais tânicas como a Malbec, a Cabernet Sauvignon, a Syrah e a Tannat têm bastante pigmentação e podem sugerir manchar mais a boca.

- E o que são taninos?

Tanino é um polifenol, um composto químico naturalmente encontrado em plantas, sementes, cascas, madeira, folhas e cascas de frutas e claro, consequentemente na uva. O tanino causa uma sensação de secura na boca e muitas vezes uma textura aveludada na língua. No vinho o tanino possui a propriedade de causar amargor e certa adstringência, uma aspereza no palato. Todos os vinhos possuem tanino, seja branco, rosé ou tinto. As uvas mais tânicas são: Tannat; Cabernet Sauvignon; Syrah; Malbec; Tempranillo; Petit Sirah; Sangiovese; Nebbiolo; Montepulciano entre outros.

- O que é aquele gosto herbáceo presente em alguns vinhos?

O gosto de pimentão verde, ervas finas, temperos, ou seja, os herbáceos em geral, advém da substância denominada pirazina. Ela surge tradicionalmente em algumas uvas tais como a Cabernet Sauvignon, a Pinot Noir, a Carmenére e na Cabernet Franc. A pirazina é encontrada no cacho da uva e sua concentração diminui à medida que as uvas amadurecem. Outros fatores que influenciam a quantidade de pirazinas no vinho é a temperatura de maturação da planta, o manejo durante a fermentação e produção do vinho e o envelhecimento em garrafa.

- É verdade que quanto mais velho for o vinho melhor ele será?

No passado esta afirmação tinha bem mais valor, afinal, as técnicas produtivas, o manejo do solo e a tecnologia auxiliadora da produção eram mais singelas do que hoje, o que originavam vinhos jovens mais duros e brutos, rústicos, que necessitavam acomodar-se com o passar dos anos e envelhecer ficando mais dóceis ao paladar. Atualmente pelo avanço da modernidade como um todo, os vinhos mesmo jovens já estão prontos para o consumo não necessitando em sua maioria serem “domados” na masmorra das adegas! O crítico Robert Parker contesta o dito “milagre da garrafa” ou seja, de que o vinho melhora com o tempo. Ele entende que devido a excelência dos processos produtivos pelos quais os vinhos passam hoje diminuem a capacidade de a bebida necessitar evoluir e se tornar mais complexa com o tempo. Claro que a evolução ocorrida na garrafa onde os aromas ditos terciários surgem acomodam o vinho, criam novo olfato, nova boca e nova cor com o tempo, transformando o vinho, para alguns rótulos tal amadurecimento é não só necessário como essencial.   

- Qual a diferença entre vinho Reserva e Reservado?

A cena é muito comum: o consumidor em dúvida sobre qual vinho comprar, parado defronte a gôndola olhando aquelas dezenas de vinhos de bom custo-benefício polarizados entre rótulos ditos “Reserva” e “Reservado”. O vinho Reserva sempre é a melhor opção, pois se convencionou que tal adjetivo significa geralmente indica um vinho que passou por algum período de amadurecimento em barris de carvalho e posterior envelhecimento na própria garrafa, ou seja, quando tais ações são realizadas com maestria trazem inúmeros benefícios ao vinho deixando-o melhor em quase todos os sentidos. Já o termo Reservado nada significam de agregado ou melhoria vínica, emprestam tal fardo a vinhos de entrada, sem grandes pretensões a não ser confundir o consumidor induzindo-o que esteja comprando um “Reserva” mas sem qualquer benefício agregado. Ou seja, puro marketing! Compre sempre um Reserva, nunca um Reservado. Santé!