Qualidade reconhecida, bom preço, melhor
distribuição, adoção de hábitos mais caseiros em razão da pandemia e alta do dólar
ampliam competitividade do produto
O mercado interno está abastecido com vinhos finos brasileiros. As vendas
registradas no primeiro semestre deram fôlego e ânimo aos produtores que agora
esperam ansiosos para confirmar se estes produtos já estão na mesa do
consumidor ou se ainda aguardam por ele nas gôndolas. Mesmo assim, as vendas
seguem em crescimento e, com isso, o brasileiro está tendo a oportunidade de
degustar a qualidade do produto nacional e descobrir que não paga mais por
isso. O mês de julho, por exemplo, é responsável por 26,13% de todo vinho fino
vendido este ano que chegou a 14.659.904 litros. É o melhor desempenho de 2020
nesta categoria, segundo dados oficiais da União Brasileira de Vitivinicultura
(Uvibra), refletindo a comercialização do que é elaborado no Rio Grande do Sul.
Muitos fatores vêm influenciando este aumento nas vendas, puxado pelos supermercados, uma vez que são os rótulos de entrada que registram o maior incremento. Vantagens diante das variações do câmbio, maior acessibilidade e distribuição, qualidade e bom preço, a chegada do inverno, além dos novos hábitos gerados em função da pandemia da Covid-19 que tem levado as pessoas a consumirem mais vinho em casa. “No mercado global de vinhos, as vendas acabaram ficando mais concentradas nos supermercados e mercearias. O motivo para isso é claro e simples. Os restaurantes ficaram fechados. Para os produtores nacionais isso representa, claro, prejuízos em alguns segmentos, como o enoturismo e a gastronomia, mas forte crescimento onde estão os maiores volumes: os supermercados”, analisa Deunir Luis Argenta, presidente da Uvibra, destacando informações de crescimento nos segmentos de entrada.
Historicamente, são nos meses de junho a agosto que as vinícolas registram as melhores vendas do produto. Isso porque o inverno é um grande aliado do consumo de vinhos no país. Mas não foram só os vinhos finos que tiveram o melhor desempenho do ano no período. Os espumantes brut, que no semestre (janeiro a junho) tiveram queda de 26,19% em relação ao mesmo período do ano passado, começam uma virada fechando o mês de julho com um aumento de 13% em relação a junho. Já os espumantes moscatéis tiveram uma leve queda de 2%.
No segmento do suco de uva concentrado, apesar da performance ser positiva em relação ao mês anterior com um aumento de 24%, percebe-se que os números estão longe de alcançar os resultados do primeiro trimestre com janeiro na liderança registrando 2.668.048 litros. Quanto ao suco de uva natural, adoçado e processado, a situação é semelhante com março na dianteira.
Importados ainda detém mais de 80% do mercado
Mesmo com estes
dados que mostram uma evolução nas vendas dos vinhos finos brasileiros, os
importados ainda têm 82% do mercado nacional. “Nós estamos evoluindo, assim
como os importados. O bom de tudo isso é que os brasileiros estão consumindo
mais vinho. No entanto, ainda é cedo para comemorar. Nossa expectativa é que os
consumidores sigam fazendo novas descobertas e com a abertura do turismo e dos
restaurantes possamos avançar mais, apostando nesses canais como aliados na
promoção do nosso vinho”, conclui Argenta.
COMERCIALIZAÇÃO DE VINHOS FINOS, ESPUMANTES E SUCO DE UVA ELABORADOS NO RIO GRANDE DO SUL – MERCADO INTERNO 2020 (litros)
PRODUTOS |
JULHO |
REPRESENTATIVIDADE NO ANO |
JAN A JUL |
Vinhos Finos |
3.830.598 |
26,13% |
14.659.904 |
Espumantes (Brut) |
579.935 |
18,95% |
3.060.157 |
Espumantes
(Moscatéis) |
429.677 |
19,93% |
2.156.296 |
Suco de Uva * |
1.486.279 |
13,58% |
10.944.525 |
Suco de Uva ** |
11.510.227 |
14,92% |
77.127.981 |
* Suco de Uva Concentrado ** Suco de Uva Natural, Adoçado e Processado
Fonte:
SISDEVIN/SEAPDR | Elaboração: Uvibra – Dados coletados em 21 de agosto de 2020.
IMPORTAÇÃO DE VINHOS FINOS, ESPUMANTES E SUCO DE UVA 2020 (litros)
PRODUTOS |
JAN A JUL |
% 2020/2019 |
Vinhos Finos |
66.994.987 |
14,4% |
Espumantes |
2.379.894 |
-15,7% |
Suco de Uva |
25.399 |
-59,3% |
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
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