Desde que o Brasil começou a
enviar amostras de vinhos e espumantes para concursos internacionais
sistematicamente, já foram alcançadas 4.535 premiações. Este número reflete a
realidade de prêmios computados pela Associação Brasileira de Enologia (ABE) desde
1995. Somente em 2019, foram 259 medalhas, sendo 18 Grandes Medalhas de Ouro. O
reconhecimento veio da Argentina, Brasil, Chile, Espanha, EUA, França, Grécia,
Hungria, Inglaterra, Itália, México, Portugal, Suíça e Uruguai. A maior
quantidade veio da Inglaterra com 101 medalhas, seguida pela França com 44, o
que demonstra que estes países estão sendo visados pelas vinícolas brasileiras
como importantes mercados.
Para o presidente da ABE, enólogo
Daniel Salvador, conquistar este reconhecimento internacional em degustações às
cegas com especialistas mundiais é sim motivo de comemoração. “Uma medalha é
sempre brindada com muita alegria, pois é a aclamação de um júri qualificado.
Se o mundo aprova, o Brasil reconhece”, comemora. Mesmo não tendo superado o número
do ano passado, o desempenho está um pouco acima da média dos últimos 10 anos,
só ficando atrás de 2014, 2016 e 2018. Salvador acredita que em razão do
momento econômico tenha influenciado na diminuição do envio de rótulos uma vez
que o valor é pago por amostra.
O espumante brasileiro já é uma
sumidade mundial e segue arrematando prêmios importantes, inclusive no país do
champagne. Mas o grande destaque a ser feito é para os vinhos tranquilos que
somente este ano alcançaram 94 premiações, sendo 60 para variedades tintas. “O
Brasil é um produtor do Novo Mundo que elabora vinhos de alta qualidade,
comparados com os de tradicionais regiões do mundo. Evoluímos e evoluímos muito
rápido. A prova está na taça. É só deixar de lado o preconceito e tirar a prova
em degustações às cegas”, destaca o presidente da ABE.
Fora do circuito dos concursos
internacionais, mas não menos importante, 2019 também foi marcado pela
realização da 11ª edição do Concurso do Espumante Brasileiro, promovido pela
ABE. Com a melhor performance da história, o espumante brasileiro conquistou 14
Grandes Medalhas de Ouro e 111 de Ouro. É a ‘explosão’ do espumante brasileiro,
no melhor sentido da palavra. A sumidade da bebida é incontestável no mundo
inteiro. A produção nacional, hoje em 18 milhões de litros por ano, conforme
dados da Uvibra, vem crescendo cerca de 10% a cada safra e o reconhecimento faz
parte de uma rotina diária. O 11º Concurso do Espumante Brasileiro, reflete
esta realidade, num desempenho recorde de pontuação avalizado por 52 jurados
entre enólogos, sommeliers, médico, jornalistas e wine influencers.
O Concurso – o maior de todos -
não apenas cresceu no número de amostras, que nesta edição foi 20% maior que a
de 2017, chegando a 376 espumantes de 89 vinícolas, como também evoluiu na
qualidade. Prova disso, é que todos os 125 espumantes premiados atingiram notas
superiores a 88. Os 14 espumantes que conquistaram Grande Medalha de Ouro
superaram os 92 pontos. “Não precisamos mais provar nada a ninguém. O espumante
brasileiro é reverenciado no mundo todo pela sua qualidade e diversidade, fruto
de muito trabalho do enólogo, dos viticultores, dos vinicultores. Em dois dias,
degustamos quase 400 amostras que expressam os diferentes terroirs brasileiros.
E para nossa felicidade, comprovamos que a qualidade está presente em cada um
desses estados que estiveram representados com amostras. O Brasil dos
espumantes é um continente de terroirs e o prazer e orgulho é todo nosso”,
festeja Daniel Salvador.
De forma inédita, o resultado
premia amostras de todos os estados participantes: Bahia, Minas Gerais, Paraná,
Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, o que demonstra o
alto padrão do espumante nacional. Além disso, entre os premiados estão
espumantes de pequenas, médias e grandes vinícolas, numa representatividade de
dar inveja. “Foi emocionante ver e ouvir os jurados batendo palmas em cada
Grande Medalha de Ouro alcançada. O brasileiro, definitivamente, precisa
reconhecer o seu espumante, que é do Brasil. Valorizar o que é nosso com
orgulho”, destaca Salvador.
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