quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Lidio Carraro lança primeiro vinho de ânfora do Brasil



Lote chega com 1,2 mil garrafas de um corte entre as variedades Merlot, Pinot Noir e Nebbiolo, elaboradas nas duas primeiras ânforas feitas com argila da propriedade da Lidio Carraro


O projeto é inédito no Brasil e chega com a proposta de oferecer um vinho único e surpreendente, fermentado em recipientes de terracota – cerâmica - produzidos com a argila do solo da propriedade da Lidio Carraro em Encruzilhada do Sul, Serra do Sudeste Gaúcho. O vinho da Safra 2018 é um corte das variedades Merlot, Pinot Noir e Nebbiolo, e expressa a filosofia purista da vinícola instalada no Vale dos Vinhedos. Colecionadores e apreciadores de vinhos inusitados poderão adquirir as 1,2 mil garrafas em avant-première durante a Wine South America.

O vinho de ânfora é um vinho produzido com técnicas muito antigas, que retoma o estilo tradicional de produção de vinho dos nossos ancestrais. O método consiste em vinificar a bebida em ânforas de barro, que são enterradas no solo. As uvas são maceradas e fermentadas dentro das jarras de cerâmica. Os vinhos de ânfora são famosos por serem mais elegantes, minerais e terem taninos redondos. A explicação é que o material das ânforas, um barro cozido chamado terracota, transpira como um barril de madeira, mas não interfere no gosto do líquido. Por isso, o vinho de ânfora é envelhecido sem a influência do sabor da madeira, resultando em uma bebida especial e única. O processo de produção do vinho de ânfora remonta à Roma Antiga, e há registros de que já era feito há cerca de 2 mil anos. Hoje, essa técnica está sendo resgatada por produtores, sobretudo na Europa, com o objetivo de produzir vinhos mais naturais e autênticos.

Idealizado pelos irmãos Giovanni Carraro, enólogo responsável e Diretor Técnico, e Juliano Carraro, enólogo e Diretor Comercial, o projeto avança na busca de vinhos com expressão autêntica, desta vez com uma porção adicional de terroir, literalmente. “A ideia nasceu do desejo de proporcionar a mais íntima relação entre as uvas e o solo do nosso terroir. Por isso, extraímos a argila dos nossos vinhedos”, esclarece Juliano Carraro. Cozidas a 1.200°C, a argila foi transformada em cerâmica não vitrificada. O processo de fabricação das ânforas foi conduzido por uma oleira gaúcha.

Foram escolhidas as variedades Merlot, Pinot Noir e Nebbiolo, pois são uvas com identidade, corpor e complexidade e, ao mesmo tempo, permitem destacar com nitidez a mineralidade que o contato com as ânforas pode proporcionar. “Inspirado no conceito purista de resgate à essência, estas uvas buscam refletir o contato íntimo do solo com a identidade dos vinhos para a expressão do terroir em sua máxima pureza. Nossas ânforas mantém a porosidade do material natural”, comenta o enólogo Giovanni Carraro.


A Lidio Carraro aproveita a Wine South America, que acontece de 26 a 29 de setembro em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, para realizar a avant-première. Durante a feira, a vinícola estará disponibilizando 600 cotas deste vinho, cada uma com direito a duas garrafas por CPF. Uma oportunidade em primeira mão para quem aprecia vinhos Premium e Ultra Premium, feitos para colecionadores. “Estabelecemos duas garrafas pensando na experiência do apreciador que pode abrir e degustar a primeira, deixando a segunda para mais tarde. Assim, será possível acompanhar a evolução do vinho”, explica o enólogo. A previsão é de que o vinho seja entregue em 2020. O valor de cada cota é R$ 549 com frete grátis para capitais e regiões metropolitanas. Além de ter acesso a este primeiro lote do projeto, o comprador também passa a ser membro do Lidio Carraro Collection Club.

Cada variedade fermentou separadamente nas ânforas (são duas ânforas, cada uma com capacidade 500 litros) por um período de 12 a 25 dias, permanecendo por mais 20 dias para finalização da fermentação malolática. Em 100% do processo, foram utilizadas leveduras naturais ou “indígenas”. Os vinhos permaneceram, em média, 90 dias em ânforas, sendo após acondicionados em pequenos tanques de aço inox para proporcionar o resfriamento, ajudando na limpidez para o processo natural de decantação. Após esse período, os vinhos foram mesclados em justas proporções, buscando valorizar características relevantes da cada casta. “É possível perceber a evidência da mineralidade agregada pela ânfora”, relata o enólogo responsável. O vinho ainda fará mais um estágio de 60 dias nas ânforas antes de ser engarrafado, devendo permanecer por pelo menos 12 meses na vinícola antes de ser disponibilizado ao comprador.






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