Lote chega com 1,2 mil garrafas
de um corte entre as variedades Merlot, Pinot Noir e Nebbiolo, elaboradas nas
duas primeiras ânforas feitas com argila da propriedade da Lidio Carraro
O projeto é inédito no Brasil e
chega com a proposta de oferecer um vinho único e surpreendente, fermentado em
recipientes de terracota – cerâmica - produzidos com a argila do solo da
propriedade da Lidio Carraro em Encruzilhada do Sul, Serra do Sudeste Gaúcho. O
vinho da Safra 2018 é um corte das variedades Merlot, Pinot Noir e Nebbiolo, e
expressa a filosofia purista da vinícola instalada no Vale dos Vinhedos.
Colecionadores e apreciadores de vinhos inusitados poderão adquirir as 1,2 mil
garrafas em avant-première durante a Wine South America.
O vinho de ânfora é um vinho
produzido com técnicas muito antigas, que retoma o estilo tradicional de
produção de vinho dos nossos ancestrais. O método consiste em vinificar a
bebida em ânforas de barro, que são enterradas no solo. As uvas são maceradas e
fermentadas dentro das jarras de cerâmica. Os vinhos de ânfora são famosos por
serem mais elegantes, minerais e terem taninos redondos. A explicação é que o
material das ânforas, um barro cozido chamado terracota, transpira como um
barril de madeira, mas não interfere no gosto do líquido. Por isso, o vinho de
ânfora é envelhecido sem a influência do sabor da madeira, resultando em uma
bebida especial e única. O processo de produção do vinho de ânfora remonta à
Roma Antiga, e há registros de que já era feito há cerca de 2 mil anos. Hoje,
essa técnica está sendo resgatada por produtores, sobretudo na Europa, com o
objetivo de produzir vinhos mais naturais e autênticos.
Idealizado pelos irmãos Giovanni
Carraro, enólogo responsável e Diretor Técnico, e Juliano Carraro, enólogo e
Diretor Comercial, o projeto avança na busca de vinhos com expressão autêntica,
desta vez com uma porção adicional de terroir, literalmente. “A ideia nasceu do
desejo de proporcionar a mais íntima relação entre as uvas e o solo do nosso
terroir. Por isso, extraímos a argila dos nossos vinhedos”, esclarece Juliano
Carraro. Cozidas a 1.200°C, a argila foi transformada em cerâmica não
vitrificada. O processo de fabricação das ânforas foi conduzido por uma oleira
gaúcha.
Foram escolhidas as variedades
Merlot, Pinot Noir e Nebbiolo, pois são uvas com identidade, corpor e
complexidade e, ao mesmo tempo, permitem destacar com nitidez a mineralidade
que o contato com as ânforas pode proporcionar. “Inspirado no conceito purista
de resgate à essência, estas uvas buscam refletir o contato íntimo do solo com
a identidade dos vinhos para a expressão do terroir em sua máxima pureza.
Nossas ânforas mantém a porosidade do material natural”, comenta o enólogo
Giovanni Carraro.
A Lidio Carraro aproveita a Wine
South America, que acontece de 26 a 29 de setembro em Bento Gonçalves, na Serra
Gaúcha, para realizar a avant-première. Durante a feira, a vinícola estará
disponibilizando 600 cotas deste vinho, cada uma com direito a duas garrafas
por CPF. Uma oportunidade em primeira mão para quem aprecia vinhos Premium e
Ultra Premium, feitos para colecionadores. “Estabelecemos duas garrafas
pensando na experiência do apreciador que pode abrir e degustar a primeira,
deixando a segunda para mais tarde. Assim, será possível acompanhar a evolução
do vinho”, explica o enólogo. A previsão é de que o vinho seja entregue em
2020. O valor de cada cota é R$ 549 com frete grátis para capitais e regiões
metropolitanas. Além de ter acesso a este primeiro lote do projeto, o comprador
também passa a ser membro do Lidio Carraro Collection Club.
Cada variedade fermentou
separadamente nas ânforas (são duas ânforas, cada uma com capacidade 500
litros) por um período de 12 a 25 dias, permanecendo por mais 20 dias para
finalização da fermentação malolática. Em 100% do processo, foram utilizadas
leveduras naturais ou “indígenas”. Os vinhos permaneceram, em média, 90 dias em
ânforas, sendo após acondicionados em pequenos tanques de aço inox para
proporcionar o resfriamento, ajudando na limpidez para o processo natural de
decantação. Após esse período, os vinhos foram mesclados em justas proporções,
buscando valorizar características relevantes da cada casta. “É possível
perceber a evidência da mineralidade agregada pela ânfora”, relata o enólogo
responsável. O vinho ainda fará mais um estágio de 60 dias nas ânforas antes de
ser engarrafado, devendo permanecer por pelo menos 12 meses na vinícola antes
de ser disponibilizado ao comprador.
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