Frio e chuva!
Uma feijoada leve cai como uma luva para aquecer este inverno
Stanislaw Ponte Preta celebrizou-se
dizendo que “uma feijoada só é realmente completa quando tem uma ambulância de
plantão”. E realmente este que é um dos pratos mais tradicionais de nossa culinária sugere um
forte digestivo para acalmar o organismo sacudido pela gordura, ferro e sal do
preparo. Mas a feijoada proposta aqui e cuja receita se apresenta abaixo tenta
ser o mais leve possível se isto é possível, e se utiliza da palavra light em seu enunciado despertando um
cuidado maior na sua feitura. Acompanhe!
Ingredientes:
(para
8 pessoas)
700g de feijão preto ou
vermelho
500g de linguiça colonial
fatiada
250g de costela de suíno
defumada
250g de lombo de porco em
pedaços
500g de joelho e rabo de suíno
cortado em pedaços
500g de pele suína cortada em pedaços
250g de bacon cortado em cubos
2 cebolas pequenas picadas
3 dentes de alho picados
2 folhas de louro
2 colheres de sopa de óleo
Pimenta líquida à gosto
Sal à gosto
Preparo:
Numa panela com água fervente
colocar a costela defumada, o joelho e as peles suínas para escaldar e tirar o
excesso de gordura. Ferver por cerca de vinte minutos. Em seguida transferir
estes ingredientes para uma forma e levar ao forno pré-aquecido por mais vinte
minutos. Tirar e reservar. Numa panela fritar a carne de porco até dourar e
reservar. Fazer o mesmo procedimento para a linguiça e depois o bacon. Colocar
o feijão de molho de um dia para o outro e depois levar a panela para
cozinhá-lo. Juntar o louro. Assim que estiver com o caldo mais escuro (cerca de
uma hora após o início do cozimento), juntar as carnes. Em uma frigideira
dourar no óleo de canola a cebola e o alho e juntar a feijoada. Adicionar
também o caldo de legumes diluído em um pouco de água, o sal e a pimenta.
Quando o feijão estiver macio, separar três conchas de caldo e feijão e bater
em um liquidificador. Juntar este preparado a feijoada para engrossar o caldo.
Mexer bem, corrigir o tempero e servir junto dos tradicionais acompanhamentos:
couve refogada, laranja fatiada, farofa, torresmo e arroz branco.
Você sabia?*
O que todo mundo sabe, mas não
está certo, é de que a feijoada foi criada dentro das senzalas dos escravos,
com os restos de carnes que sobravam dos nobres portugueses. Essas partes
consideradas menos nobres do porco, como o rabo, a orelha, a língua e o pé, são
e sempre foram na verdade nobres para os europeus, excluindo qualquer hipótese
de ser dada para os escravos se alimentarem. Diversos registros históricos já
comprovaram que o escravo se alimentava apenas de farinha e água, e
dificilmente tinha acesso à carne. Existe na Europa desde a antiguidade, um
prato que varia de região em região, mas têm sempre como base a mistura de
tipos diferentes de carne, com legumes e verduras, como por exemplo, o
“Cassoulet” na França, o tradicional cozido em Portugal, o “Casoeula” na
Itália, e o “Puchero” na Espanha. São os portugueses os responsáveis por trazer
ao Brasil, a técnica e a combinação do cozido com carnes, que com o passar do
tempo, e evolução dos costumes, foi acrescentado o feijão preto, criando assim
a feijoada. O feijão preto é de origem sul-americana, e era parte da dieta dos
índios nativos. Portanto, a feijoada não é originalmente brasileira, e sim uma
adaptação e evolução de uma cultura de berço europeu.
*Fonte: Formação da culinária brasileira, de Carlos Alberto Dória.
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