O responsável pela
elaboração dos míticos projetos Almaviva e Opus One esteve palestrando na
Confraria do Sagu
Santa Cruz do Sul recebeu no
último dia 27 de março, uma das maiores personalidades mundiais do mundo do
vinho. O enólogo francês Pascal Marty esteve no encontro da Confraria do Sagu –
confraria especializada na análise técnica de vinhos – e presenteou a todos
contando a sua história e de como desenvolveu os míticos projetos dos vinhos
Almaviva e Opus One e de sua presença como consultor na revitalização de imagem
e produtos da Vinícola Peterlongo em Garibaldi na Serra Gaúcha. Durante mais de
4 horas explanou sobre variados temas – de cultivo a parte comercial de vinhos
– transcorrendo com tal naturalidade como se estivesse bebendo uma taça de
Terras Sauvignon Blanc – rótulo de sua vinícola no Chile – num final de tarde.
E nos brindou com sua presença justo no dia de seu 59º aniversário!
Pascal falou sobre sua trajetória e projetos |
Pascal Marty é praticamente um
observatório em pessoa! Acompanha através de seu bem montado networking tudo o que acontece em termos
de vinho nos quatro cantos do mundo. Há tempos fixou seu olhar na produção
vitivinícola brasileira e nos filhos desta, os quais vêm provando e estudando. “Atualmente
não existe nenhum país que não seja capaz de produzir bons vinhos. O que me
atrai no Brasil e especificamente nesta região é a dificuldade que o clima
representa. Para fazer grandes vinhos, sempre é preciso estar em condições
difíceis. A natureza ajuda, mas também é preciso lutar contra ela” afirmou em
uma de suas passagens por estas terras.
Opus One Winery na califórnia |
Viña Almaviva no Chile |
Almaviva foi o primeiro vinho super premium da América do Sul |
O icônico Opus One fruto da parceria de Mondavi e Rotschild |
Falando em vinho brasileiro o
enólogo comentou que anda se surpreendendo positivamente com os tintos pois as
características percebidas denotam aspectos elegantes e bem definidos. Sobre
ser a Merlot – de acordo com muitos enólogos a casta que mais bem se adaptaria
as condições climáticas do Brasil e principalmente da Serra Gaúcha – Pascal foi
taxativo dizendo que ainda falta encontrar a real identidade, uma alma, para o
vinho brasileiro, pois a Cabernet Sauvignon se deu muito bem na Califórnia, a Malbec,
na Argentina, o Tannat, no Uruguai e o Carmenère no Chile. Todavia ainda não
conseguiu definir o vinho brasileiro em apenas uma variedade. “Quem sabe ao
invés de eleger uma casta representativa no Brasil, o caminho seja a elaboração
de vinhos de corte por aqui” resume.
Centenária Vinícola Peterlongo em Garibaldi |
Na sua palestra o enólogo falou
sobre a alegria de poder pela primeira vez estar assessorando uma vinícola
brasileira: “o que estimulou minha parceria com a Peterlongo foi a temática que
o vinho brasileiro possui, pois há algo especial no Brasil para elaborar o
vinho, um vinho próprio, de caráter único, de qualidade. O Brasil é um país
continente e há muito para se desenvolver junto ao consumidor desta bebida”.
O trabalho a ser feito junto a
Peterlongo é de médio a longo prazo, primeiro reposicionando a marca dentro do
mercado através de uma proposta de novos produtos e de qualidade superior e
depois lançando novos rótulos, linhas e produtos. A Peterlongo que foi fundada
em 1915 pelo imigrante italiano Manoel Peterlongo esteve praticamente falida e
há pouco mais de dez anos foi adquirida pelo empresário Luiz Carlos Sella, que
a reergueu financeiramente e vêm num árduo trabalho de reposicionamento de
marca contando com Pascal nesta empreitada.
Marty assinou rótulo de um Almaviva safra 2000 |
Falou ainda sobre dois de seus
grandes trabalhos curriculares: opus One e Almaviva. O projeto para criação de
Opus One surgiu de forma bastante singela, afinal o Baron Philipe (de
Rotschild) e Robert Mondavi entre uma e outra taça de vinho decidiram criar
algo novo, uma parceria entre uvas da Califórnia e técnica de elaboração
francesa, até então algo único e inovador. Definiram o aporte necessário para a
criação da vinícola – algo em torno de 3 milhões de dólares – e estartaram o
projeto. Mondavi acabou envolvendo atores, personalidades e pesado marketing e
o que era para custar 3, acabou custando 90 milhões de dólares! Já o Almaviva
foi um grande desafio pois era a criação de um novo conceito, com foco e direção, diferente do Opus. Pascal
trabalhou focado na busca da criação deste conceito, desenvolvendo a uva a
partir da preparação do solo até o cuidado na elaboração e corte feito para se
chegar no perfil desejado. Pascal lembra de cada safra em que esteve a frente e
fala com propriedade sobre os desafios de cada uma delas. Tal empenho alçou o
Almaviva entre os mais pontuados e aplaudidos tinto do mundo.
Quem é Pascal Marty?
O francês é engenheiro agrônomo e enólogo formado
pelo Instituto de Enologia de Bordeaux em 1982, Pascal Marty foi winemaker da Baron Philippe de
Rothschild por mais de 14 anos, onde integrou o processo de expansão global da
empresa e se transformou em um dos maiores nomes do setor no mundo sendo responsável
por alguns dos projetos vitivinícolas mais ousados e bem sucedidos do planeta. Durante
sua atuação na Baron Philippe de Rothschild coube a Marty implantar e
acompanhar o desenvolvimento e gestão da associação franco-america com Robert
Mondavi que resultou no Opus One, em 1984. O projeto é o considerado o primeiro
vinho ultra premium do mundo. Pascal Marty acompanhou a construção de uma
vinícola inovadora que deu origem ao vinho que uniu a tinta Cabernet Sauvignon
e outras variedades de Bordeaux, como Cabernet Franc e Merlot. Com o passar dos
anos o ousado projeto que uniu dois gigantes da indústria vitivinícola mundial
acumulou prêmios e fama e criou seu próprio nicho de mercado.
Em 1997 Pascal Marty foi o escolhido para ser Co-CEO e winemaker de Viña Almaviva, no Chile numa joint venture criada pela Baron Phillippe em parceria com a Concha y Toro. A Viña Almaviva lançou o primeiro ultra premium chileno e deu novo status ao vinho latino americano. Marty acompanhou pessoalmente a revitalização de 40 hectares de vinhedos e a construção desta vinícola icônica e que em pouco tempo transformou seus vinhos em sinônimo de qualidade e desejo em várias partes do mundo tendo o tinto Almaviva recebido pontuações entre 95 e 100 pontos de variados críticos, personalidades e revistas internacionais. Em 2003, Pascal teve a oportunidade de construir e desenvolver um projeto único que levou à criação do primeiro vinho ícone da Vina Cousino Macul, chamado Lota. Desde o seu lançamento, este conjunto de uvas tintas de qualidade super premium recebeu notas acima de 93 pontos e elogios de líderes da indústria vitivinícola. Com uma longa história na indústria do vinho chileno e do mundo, Marty atualmente mantém algumas poucas consultorias escolhidas a dedo no mundo e comanda sua própria vinícola, a Viña Marty, no Chile, onde a tradição e experiência do Velho Mundo de fundem com a modernidade e inovação do Novo Mundo. É há 2 anos o enólogo consultor da Vinícola Peterlongo em Garibaldi.
Pensador:
“Quem sabe ao invés de eleger uma casta representativa no Brasil, o caminho seja a elaboração de vinhos de corte por aqui”. Pascal Marty
Em 1997 Pascal Marty foi o escolhido para ser Co-CEO e winemaker de Viña Almaviva, no Chile numa joint venture criada pela Baron Phillippe em parceria com a Concha y Toro. A Viña Almaviva lançou o primeiro ultra premium chileno e deu novo status ao vinho latino americano. Marty acompanhou pessoalmente a revitalização de 40 hectares de vinhedos e a construção desta vinícola icônica e que em pouco tempo transformou seus vinhos em sinônimo de qualidade e desejo em várias partes do mundo tendo o tinto Almaviva recebido pontuações entre 95 e 100 pontos de variados críticos, personalidades e revistas internacionais. Em 2003, Pascal teve a oportunidade de construir e desenvolver um projeto único que levou à criação do primeiro vinho ícone da Vina Cousino Macul, chamado Lota. Desde o seu lançamento, este conjunto de uvas tintas de qualidade super premium recebeu notas acima de 93 pontos e elogios de líderes da indústria vitivinícola. Com uma longa história na indústria do vinho chileno e do mundo, Marty atualmente mantém algumas poucas consultorias escolhidas a dedo no mundo e comanda sua própria vinícola, a Viña Marty, no Chile, onde a tradição e experiência do Velho Mundo de fundem com a modernidade e inovação do Novo Mundo. É há 2 anos o enólogo consultor da Vinícola Peterlongo em Garibaldi.
Baco fala:
Entre os vinhos elaborados pela Vinícola Peterlongo
apresentados, dois chamaram muita atenção.
O espumante Peterlongo Privilége
Extra Brut 2016 com sua coloração amarelo ouro límpida e brilhante e que trouxe
aromas muito agradáveis com frutas brancas maduras, tostado, amêndoas, baunilha,
brioche e apelo amanteigado e boca exuberante, com ótima cremosidade, acidez e
persistência e com a amêndoa e a manteiga destacando o paladar.
É elaborado
pelo método tradicional e passa 18 meses em contato com as leveduras. Uma
excelente companhia para canapés, saladas e mesmo algumas sobremesas.
Possui
graduação alcoólica de 11,5% e o ideal é ser servido na temperatura de 5oC.
O Peterlongo Armando Memória Teroldego 2016 foi
quase uma unanimidade! Um tinto de coloração rubi violáceo turva e de lágrimas
preguiçosas na taça. Aromas trazendo frutas negras maduras – ameixa, groselha,
mirtilo – presença de tostado, chocolate e toque defumado.
Boca com taninos
finos e elegantes, equilibrado, saboroso, com bom corpo e ampla persistência. Repousa
12 meses em barricas de carvalho francês. Harmoniza muito bem com carnes
assadas, carnes de caça, cozidos e queijos duros.
Possui graduação alcoólica de
13% e o ideal é ser servido na temperatura de 18oC.
Confraria do Sagu |
Confrade Sandor Hoppe entregou placa homenageando o enólogo pelo seu trabalho junto ao desenvolvimento do vinho mundial e agora brasileiro |
Marty no assoprar das velas do bolo pela passagem de seu aniversário |
Chef Cesar Spohr e a garrafa de Almaviva 2000 autografada pelo seu criador |
Descontração e muitas histórias foi o mote do encontro realizado |
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