quinta-feira, 29 de março de 2018

A moqueca de Páscoa!



  
Para uma data tão contemplativa uma deliciosa receita par reunir a família no entorno da mesa!

A Páscoa está aí! E com ela toda a simbologia que a data oferece – mas nunca esquecido real motivo de sua celebração. O tradicional jejum acabou sendo adaptado para o consumo de peixes em alguns lugares e pelos cristãos passando a fazer parte do almoço da sexta-feira santa. E esta receita de Moqueca de Peixe vêm atender aqueles que pensam em preparar alguma coisa especial junto a família! Confira     



Ingredientes:
(para 4 pessoas)

800g de Congrio ou Peixe Anjo 
4 tomates
1 pimentão vermelho pequeno
1 pimentão verde pequeno
1 pimentão amarelo pequeno
1 cebola branca grande
4 dentes de alho
Suco de 1 limão
300 ml leite de coco
sal a gosto
Gotas de tabasco à gosto
Coentro fresco à gosto
Azeite Oliva
2 colheres de sopa de azeite de dendê

Preparo:

Fatiar os legumes – tomates, pimentões, alho e cebola. Temperar as postas de peixe com o suco do limão.  Para montar a moqueca de preferência utilizar uma legítima panela de barro. Aquece-la durante uns 20 minutos. Na panela, acrescentar um pouquinho de azeite de oliva e montar a moqueca colocar uma camada de cebola, tomate e pimentões, em seguida adicionar as postas de peixe, os azeites e temperar a pimenta-do-reino. Cobrir com o restante dos legumes fatiados. Adicionar o tabasco e temperar com sal. Cozinhar. Quando o peixe estive cozido, finalizar com o leite de coco e o coentro e servir preferencialmente com pirão e arroz branco.

Você sabia?


A Páscoa, que originalmente é uma festa judaica, sendo seu nome originário da palavra hebraica “pessach” que significa “passar por cima”, uma referência ao episódio narrado no Antigo Testamento quando o anjo da morte “passou por cima” das casas dos judeus no Egito e não entrou em nenhuma delas para matar os primogênitos. Na comunidade cristã a Páscoa só perde para os festejos do Natal, embora poucos conheçam a fundo seu real significado, assim como a introdução dos coelhos, ovos e o jejum acrescentados ao evento. Foi Moisés que instituiu a festa da “páscoa” como forma de relembrar os eventos que antecederam saída dos judeus do Egito, terminando então os mais de quatrocentos anos de escravidão. Na festa, que se tornou a mais importante festa anual dos judeus, sacrificava-se um cordeiro que era preparado de acordo com os costumes da época. A entrada de Jesus Cristo na celebração da Páscoa ocorre então após o mesmo ter sido preso e morto durante este período festivo. Como sua morte aconteceu na sexta-feira, a “sexta da paixão” entrou no calendário cristão durante a idade média como dia santo. Foi na quinta-feira à noite, enquanto Jesus, como todos os demais judeus, comia o cordeiro pascoal com seus discípulos em Jerusalém, determinando que os seus discípulos passassem a comer pão e tomar vinho em sua memória. Desta forma o período de quarenta dias da quaresma representaria a preparação para a Páscoa, feita através de jejum, abstinência de carne, mortificações, caridade e orações. 


Uma ótima e reflexiva Páscoa a todos!


quarta-feira, 28 de março de 2018

Cefiro Reserva Chardonnay 2017


O branco Cefiro Reserva Chardonnay 2017 da Viña Casablanca, oriundo do vale homônimo no Chile, é uma bela opção para acompanhar os pratos a base de peixe desta sexta-feira. É um vinho de coloração amarelo palha com nuances esverdeadas, muito brilhante e límpido e traz aromas de frutas brancas - principalmente abacaxi, maracujá, banana e pomelo – também um toque abaunilhado. Boca com ótima acidez, ampla persistência resgatando a fruta branca, fresco, vibrante e mineral.

20% do vinho é fermentado em carvalho francês durante dois meses.

Faz ótimo par na companhia de risoto de frutos do mar, preparados à base de camarão, peixes na chapa e assados, carne de frango, saladas e legumes salteados.

Possui graduação alcoólica de 14% e o ideal é ser servido na temperatura de 9 a 11oC.

Você encontra o vinho Cefiro na Wein Haus, loja especializada em vinhos, localizada na Rua João Pessoa 895, Santa Cruz do Sul, fone (51) 3711.3665 e site www.weinhaus.com.br

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!     


sexta-feira, 23 de março de 2018

ProWein somou negócios de US$ 1,6 milhão para as vinícolas brasileiras



As 11 empresas que participaram da maior feira de vinhos do mundo encerrada ontem (20) na Alemanha deverão comercializar o volume nos próximos 12 meses


Os mais de 500 atendimentos realizados apenas no Sparkling Brasil Lounge nos três dias de realização da ProWein, maior feira mundial em vinhos, encerrada ontem, dia 20, em Düsseldorf, na Alemanha, e a sala cheia durante a palestra realizada no fórum do evento demonstram que a estratégia de focar no espumante como carro-chefe do setor vitivinícola nacional foi acertada.

As 11 vinícolas brasileiras brindaram os resultados na 14ª participação do projeto na feira. Contabilizaram um aumento de, aproximadamente, 30% nos atendimentos comerciais, com visitantes de 17 países e uma projeção de negócios para os próximos 12 meses 60% maior em relação à edição do ano passado, podendo chegar a US$ 1,6 milhão. A participação das empresas foi viabilizada pelo projeto setorial Wines of Brasil, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) – por meio do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura do Rio Grande do Sul (Fundovitis) –, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O estande também foi apoiado pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (SDECT/RS).

“O mercado tem demonstrado um reconhecimento cada vez maior do Brasil como referência na elaboração de espumantes dentre os países do hemisfério sul”, explica o gerente de Promoção do Ibravin, Diego Bertolini. “A feira foi um sucesso. Além das empresas terem acertado parcerias com novos importadores, fecharam boas vendas durante o próprio evento”, comemora.

Além de compradores dos países-alvo do projeto – Estados Unidos, Reino Unido e China – o estande recebeu visitantes da Irlanda, Suíça, Holanda, Suécia, Portugal, Bélgica, Emirados Árabes, Israel e França. Sobre esse último território, Bertolini informa que algumas vinícolas brasileiras fecharam com importadores para esse concorrido mercado. “O interesse no espumante brasileiro tem sido cada vez maior e acaba surpreendendo positivamente os compradores e também os consumidores”, analisa o gerente. No ano passado, apenas uma das empresas expositoras exportou 12 mil garrafas para a França.

O dirigente também cita o destaque do trade e da imprensa internacional para o espumante brasileiro, afirmando que ‘the next great bubbles comes from Brazil’ (em tradução livre, as próximas grandes borbulhas vêm do Brasil).

*Foto: André Bezerra


quinta-feira, 22 de março de 2018

O espaguete de abobrinha!



Os preparos a base de legumes, frutas e verduras pode sim serem muito interessantes e agradar não só ao público vegano!

Na semana passada apresentamos um preparo a base de abacate - cujo segundo capítulo acontece hoje e, novamente, na próxima - quando será apresentada a receita de guacamole  onde então encerraremos este triunvirato do abacate!  As peripécias com os legumes e verduras podem transformar qualquer refogado ou salada além de ser uma opção vegana nutritiva e saborosa. E o espaguete de abobrinha tem esta predileção! Confira!
  


Ingredientes:
(para 4 pessoas)

4 abobrinhas tipo italianas cortadas em espaguete
1 pimentão vermelho pequeno cortado em cubinhos
1 xícara de chá de sementes de abóbora
Para o molho:
1 abacate médio picado
Suco de um limão
1 dente de alho
Meia xícara de chá de salsinha
2 colheres de sopa de azeite de oliva
Sal e pimenta preta à gosto

Preparo:

Em uma frigideira grande e antiaderente tostar as sementes de abóbora e reservar. Nesta mesma frigideira adicione um fio de azeite de oliva e salteie até murchar a abobrinha cortada em tirinhas tipo espaguete e o pimentão em cubinhos, temperando com sal e pimenta. Junte os ingredientes do molho num processador ou liquidificador e bata até ficar cremoso. Junte este molho no espaguete de abobrinha e salpique com as sementes de abóbora servindo em seguida.




terça-feira, 20 de março de 2018

Pizzorno Don Próspero Tannat 2015 - Tannat em toda a sua tipicidade!


A casta Tannat - oriunda do Sudoeste Francês – tem no Uruguai um berço esplêndido para desenvolver ótimos vinhos, carregando consigo o emblema de uva ícone daquele país. Por várias vezes já estive visitando aquele país e seus produtores e sempre me surpreendo positivamente com este e com os demais varietais lá produzidos. O Pizzorno Don Próspero Tannat 2015 entrega muito da tipicidade do Tannat: coloração rubi violáceo, aromas puxando amoras, framboesas, mirtilo, compota, anis, violetas e figos secos sendo em boca muito pleno, levemente alcoólico na saída, taninos elegantes e finos, ótimo corpo, amplo final e um par que merece a companhia de comida, principalmente carnes assadas na brasa.    

Este Tannat vem de vinhedos da região de Canelones, a cerca de 20km de Montevidéu. A Pizzorno possui cerca de 22 hectares cultivados sendo que além da Tannat, também Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot, Merlot, Pinot Noir, Malbec, Arinarnoa, Sauvignon Blanc e Chardonnay se fazem presentes.

Amadurece 10 meses em barricas de carvalho americano e francês.

Como dito, harmoniza além as carnes assadas na brasa, com massas ao molho bolonhesa e carbonara, cozidos de carne na panela e queijos duros!

Possui graduação alcoólica de 14% e o ideal é ser servido na temperatura de 18oC.

Você encontra o vinho Don Próspero na Wein Haus, loja especializada em vinhos, localizada na Rua João Pessoa 895, Santa Cruz do Sul, fone (51) 3711.3665 e site www.weinhaus.com.br

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!     


quinta-feira, 15 de março de 2018

A fraldinha com molho de abacate!



O abacate não serve apenas para ser usado em vitaminas e como ingrediente na guacamole e servido com a fraldinha assada então, a galera fitness vai a loucura!

A Fraldinha é um delicioso corte localizado próximo à costela do boi. Vai muito bem no preparo assado, cozido, na chapa e em ensopados. Gosto dela preferencialmente na brasa.  É uma carne de corte pequeno e fibras longas. Possui pouca concentração de gordura, sendo conhecida como uma opção leve e macia. A fraldinha hoje está presente em boa parte dos churrascos brasileiros. Na França este corte é chamado de “bavete'. Deve-se ter cuidado no tempo de assar ou cozinhar, pois se ficar passada perde a sua principal característica que é a maciez. No preparo a seguir a dica é servi-la com um molho de abacate! Confira então a receita da Fraldinha com Molho de Abacate.


Ingredientes:
(para 4 pessoas)

1 kg de fraldinha
1 abacate sem pele e caroço cortado em cubos
1 dente de alho picadinho
Meia cebola picadinha
Meia colher de chá de cominho moído
Sal e pimenta preta moída na hora à gosto
Duas colheres de sopa de salsinha picada
1 colher de sopa de vinagre de vinho tinto
2 colheres de sopa de azeite de oliva
Suco de um limão

Preparo:

Faça fogo na churrasqueira e assim que tiver brasa leve a peça de fraldinha para assar, temperada com sal e pimenta. Sele por cerca de 15 minutos cada lado. Numa frigideira refogue a cebola e o alho em uma colher de azeite de oliva. Assim que murchar retire do fogo e coloque em um processador juntando o abacate, a salsinha, uma colher de azeite de oliva, o vinagre, o cominho, sal e pimenta e processe até virar uma pasta. Reserve na geladeira até o grelhado ficar pronto. Retire a fraldinha do fogo e deixe descansar por cerca de 3 minutos antes de fatiar. Depois, fatie e acomode por sobre as fatias o molho de abacate. Servir em seguida acompanhado de pão.

Você sabia?


O abacate é uma fruta originária do México e América Central e hoje os principais produtores são México, Chile, Estados Unidos, Indonésia, República Dominicana, Colômbia, Peru, Brasil, China e Guatemala. Um abacate pequeno, com 150g de polpa (1 xícara aproximadamente), fornece 240 calorias, 22g de gorduras, 13g de carboidratos, 3g de proteinas e 10g de fibras. Ou seja, o abacate não é uma fruta de baixa carga calórica, mas o seu diferencial está na composição de suas gorduras. Quase 70% das gorduras encontradas no abacate são monoinsaturadas, a maioria de ácido oleico, e o restante é composto por gorduras poli-insaturadas (ômega-6 e ômega-3) e saturadas (ácido palmítico). A quantidade de fibras presente no abacate também impressiona. 10g correspondem a 40% de toda a quantidade de fibra recomendada diariamente. Além dos macronutrientes, o abacate contém uma variedade muito grande de vitaminas e minerais. Destacam-se as vitaminas do complexo B, C, A, E, cobre, manganês, magnésio, fósforo, potássio e zinco. São alguns benefícios do abacate para a saúde e boa forma: aumenta a absorção de carotenoides; possui poder anti-inflamatório; reduz estresse; melhora a saúde cardiovascular; controle do colesterol; regula o fluxo intestinal; inibe o apetite e emagrece; regula a menstruação; melhora a visão; evita o envelhecimento precoce e trata a pele e ajuda na construção de massa muscular entre outras.

Você encontra a fraldinha e diversos de ouros cortes de carnes nobres na Sorro Carniceria além de muitos complementos para o churrasco, como acessórios, queijos, frios, molhos, belisques e bebidas- cervejas e vinhos – além de cestas para presentes. A Sorro Carniceira fica na Rua Marechal Deodoro 05, fone (51)3902-0630 e o horário de funcionamento é de terça a sexta das 10:30 às 13:00 e das 16:00 às 21:00, sábados das 09:00 às 13:00 e das 15:00 às 21:00, domingos e feriados das 09:00 às 13:00.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Setor vinícola retoma vendas e encerra 2017 com alta de 5,6%



Último trimestre do ano consolidou recuperação comercial, com destaque para o suco de uva 100%, que fechou o ano com crescimento de 16%


Com uma retomada iniciada no terceiro trimestre e que ganhou fôlego nos últimos três meses do ano, o setor vitivinícola terminou 2017 com dados positivos, apresentando crescimento de 5,67% nas vendas no mercado interno. No total, foram comercializados 363.184.941 litros de vinhos, espumantes, sucos e outros derivados da uva.

Nos vinhos tranquilos, as vendas ficaram positivas em 2,19%, com 189,3 milhões de litros comercializados. Os vinhos espumantes ampliaram o volume em 3,22%, com 17,4 milhões de litros, e os sucos de uva 100% prontos para consumo foram os itens que mostraram melhor desempenho, com expansão de praticamente 16% ante o ano anterior, com 109 milhões de litros vendidos.

“O início do ano foi bem difícil, pois vínhamos de uma quebra de safra recorde (ocorrida em 2016), que aumentou os custos de produção, diminuiu a oferta de produtos, junto com uma crise econômica e política que deixou o mercado bastante retraído. Essa conjuntura começou a se dissipar apenas a partir do terceiro trimestre”, observa o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Oscar Ló. “A partir daí, os espumantes e os sucos, produtos em que temos maior competitividade, já estavam com vendas melhores que em 2016, mas foram os últimos três meses do ano que recuperamos os resultados de fato”, complementa o dirigente.

No ano passado, 32% do total das comercializações foram efetivadas entre outubro e dezembro. Marcio Ferrari, vice-presidente do Ibravin, observa que, a partir da metade do ano, com o ingresso dos produtos elaborados a partir da nova safra – recorde histórico no Rio Grande do Sul, com 753 milhões de quilos – houve um arrefecimento nos custos e, por consequência, nos preços ofertados ao consumidor, assim como uma melhoria na perspectiva econômica no país. Com o resultado, no mercado doméstico, os rótulos nacionais mantiveram a participação de 61,5% nas vendas de vinhos e de 71% nos espumantes.

Somando as vendas dos produtos brasileiros com os volumes de importação, o mercado de vinhos ampliou em 13%. No ano passado, ingressaram no país aproximadamente 125,8 milhões de litros de vinhos e espumantes, representando alta de 36,6% ante 2016. O suco de uva, por sua vez, recuou 18,7%, com o ingresso de 226,5 mil litros.


Para esse ano, a perspectiva é de ampliação dos resultados positivos iniciados no último trimestre de 2017 devido à normalização dos estoques e aos produtos elaborados a partir da safra 2018, considerada de excelência em qualidade. Entretanto, para ampliar a competitividade mercadológica, o setor trabalha pela retirada do vinho do regime de Substituição Tributária (ST).

No início do mês, durante o lançamento da Wines South America, feira internacional que será realizada em setembro, em Bento Gonçalves, Ló fez um pedido para que o governo do Rio Grande Sul lidere um movimento pelo fim da ST. “O Rio Grande do Sul, como maior produtor de uvas e vinhos do país, tem que dar o exemplo junto ao Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). Não estamos pedindo redução de alíquotas, embora este também seja um grande pleito do setor. O que buscamos é alteração na forma de cobrança do ICMS, que pelo regime estabelecido onera principalmente as empresas vinícolas. Diversas unidades da Federação já estão alterando sua legislação e eliminando a ST, já que com os atuais instrumentos existentes para o controle fiscal, a cobrança antecipada do tributo não se justifica. Temos certeza que com esta medida, não haverá perda de arrecadação e poderá estabelecer um estímulo para ampliar ainda mais as vendas no mercado interno”, defendeu.  

Os estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Maranhão e Pará já retiraram o mecanismo da ST para os vinhos.

Dados de destaque:

- No mercado interno o setor vitivinícola ampliou as vendas em 5,67%.
- Na categoria de vinhos tranquilos, que ficou com alta de 2,19% no ano, a retomada da comercialização ocorreu no último trimestre. Entre outubro e dezembro as vendas cresceram 32% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
- A participação de mercado dos rótulos nacionais de vinhos tranquilos ficou em 61,5%.

Desempenho comercial 2017


2016
2017
2016/17
Vinhos
185.240.774
189.296.869
2,19%
Espumantes
16.861.200
17.403.873
3,22%
Total vinhos*
205.226.076
210.504.985
2,57%




Sucos de uva 100%
94.062.052
109.031.664
15,91%




Total geral**
343.701.968
363.184.941
5,67%

* Vinhos finos, de mesa, espumantes e outras categorias
** Incluindo vinhos, sucos e outras bebidas derivadas da uva

Fonte: Cadastro Vinícola, mantido em parceria entre Ibravin, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi/RS). Números referentes as vinícolas gaúchas, em litros.

Importações

2016
2017
2016/17
Vinhos
88.389.050
118.808.313
34,42%
Espumantes
3.748.557
7.074.330
88,72%
Sucos de uva
278.626
226.594
-18,67%
Total
92.416.233
126.109.237
36,46%
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços - AliceWeb


 

terça-feira, 13 de março de 2018

Manon Côtes de Provence Rosé 2016



O vinho Manon Côtes de Provence Rosé 2016 como o rótulo já sugere vem da região banhada pelo mar Mediterrâneo na França. Elaborado pelo corte de 60% Grenache, 30% Cinsault e 10% Syrah.

Cor casca de cebola clarinha com nuances rosa, brilhante e límpido. 

Aromas que trazem goiaba, pêssego, araçá, mamão, melão, flores brancas e toque mineral. Boca cômoda, seca, acidez mediana, ampla persistência, alcoólico ao final.

Na harmonização encaixa bem com canapés, saladas, frutos do mar como camarão e salmão e carne de frango. Também faz par com pratos tailandeses e japoneses.

Possui graduação alcoólica de 13% e o ideal é ser servido na temperatura de 10 a 12oC.

Você encontra o vinho Manon na Wein Haus, loja especializada em vinhos, localizada na Rua João Pessoa 895, Santa Cruz do Sul, fone (51) 3711.3665 e site www.weinhaus.com.br

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!     

quarta-feira, 7 de março de 2018

La Puerta Torrontés Clasico 2017 - leve e fresco!


Como já falamos em outras oportunidades uma das uvas ícones da Argentina é a branca Torrontés.  Por lá é cultivada principalmente nas regiões de Cafayate, situado ao norte do país, e Salta. Estima-se que tenha sido introduzida em Mendoza pelas mãos dos jesuítas no século XIX. Além da Argentina também pode ser encontrada em regiões da Nova Zelândia e do Chile. E são dezenas de bodegas que as elaboram, a cada período surgindo novos rótulos e linhas. 

Um destes vinhos com ótimo custo-benefício é elaborado pela vinícola Valle de La Puerta, da região de La Rioja  no Vale da Famatina. O La Puerta Torrontés Clasico 2017 entrega um belíssima coloração amarelo pálido com nuances esverdeados. Ao nariz é um típico Torrontés com aromas pronunciados de flores brancas e palheta cítrica, muito agradável e perfumado.  Em boca leve e saboroso, muita citricidade e acidez harmoniosa repetindo de forma clara os aromas. Muito fácil de beber!

Acompanha saladas, canapés, aves e alguns risotos de frutos o mar.     

Possui graduação alcoólica de 13% e o ideal é ser servido na temperatura de 8 a 10oC.

Você encontra os vinhos La Puerta na Wein Haus, loja especializada em vinhos, localizada na Rua João Pessoa 895, Santa Cruz do Sul, fone (51) 3711.3665 e site www.weinhaus.com.br

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!     


terça-feira, 6 de março de 2018

A almôndega de bacalhau!



A versatilidade do bacalhau se faz presente nesta rápida e deliciosa receita!

As lascas de bacalhau além de serem ótimas para preparar pratos levados ao forno e que se utilizam de ingredientes mil, também podem ser usadas na elaboração de bolinhos e almôndegas. As lascas geralmente são provenientes de partes menos nobres do peixe, como o rabo e a barriga, mas concentram um sabor singular e são bem mais acessíveis do que o lombo. Acompanhe a receita das almôndegas de bacalhau!


Ingredientes:
(para 2 pessoas)

300g de bacalhau em lascas já dessalgado
3 batatas médias
1 dente de alho picadinho
1 colher de sopa de manteiga
1 ovo, levemente batido
1 colher de sopa de mostarda
1 colher de sopa de cebolinha verde picadinha
1 colher de sopa de salsinha fresca picadinha
1 xícara de farinha tipo panko
Uma xícara de óleo de girassol
Sal e pimenta preta à gosto

Maionese de limão siciliano:
Limão siciliano
½ xícara de maionese
Dois pepinos em conserva picadinhos
Suco de meio limão siciliano
Raspas de casca de limão siciliano
1 colher e meia de sopa de alcaparras escorridas e picadas
1 colher de sopa de salsinha picadinha

Preparo:

Cozinhe as batatas em água fervente com pitadas de sal. Reserve para esfriar, descasque e amasse bem. Enquanto isso cozinhe o peixe. Regue uma frigideira com um fio de azeite de oliva e sele rapidamente o bacalhau com o alho. Retire da frigideira e com um garfo deixe bem desfiado. Junte as batatas e misture bem. Adicione o ovo, a mostarda, a cebolinha e a salsinha picada. Tempere com pimenta e sal se precisar. Monte na palma da mão as almôndegas dando o formato correto e o tamanho desejado.  Em um prato espalhe a farinha panko (que se compra em supermercado e peixarias) e passe as almôndegas nela. Aqueça óleo numa frigideira e quando estiver bem quente frite as almôndegas aos poucos virando uma vez e até ficar crocantes. Prepare a maionese juntando todos os ingredientes numa vasilha e sirva acompanhando as almôndegas de bacalhau.



domingo, 4 de março de 2018

Família Cassone Obra Prima Cabernet Sauvignon Reserva 2007


Não tenho muita sorte com vinhos de guarda. Mesmo acondicionando em adega com temperatura controlada posso dizer que tenho 50% de assertividade na abertura dos rótulos. Claro, não estou falando de vinhos icônicos e caros, mas sim vinhos de qualidade mas de preço palpável. E tal guarda média, tipo de 10 a 15 anos de safra. 

Pois bem, abri esta semana o Família Cassone Obra Prima Cabernet Sauvignon Reserva 2007, já com seus onze anos de guarda. Não levei fé por conta de algumas decepções enológicas como falei, mas este surpreendeu-me! Possuía coloração rubi profundo e turvo e com halo aquoso. No ataque aromático trouxe cereja negra, framboesa, alcaçuz, marsala, hibiscos, violetas e expressiva compota além de frutas secas. O álcool ainda estava presente e notas de chocolate branco e baunilha traziam o estágio em madeira.  A boca estava com ótima presença e corpo, seco e com taninos redondos e maduros. Fruta negra macerada, tabaco, figos, tostado e amplo final. Um belíssimo vinho de média guarda, pleno em suas características!

Harmoniza bem e versatilmente com entradinhas, bruschettas, queijos médios, massas, carnes grelhadas e ao forno.     

Possui graduação alcoólica de 14,5% e o ideal é ser servido na temperatura de 18oC.

Você encontra os vinhos Obra Prima na Wein Haus, loja especializada em vinhos, localizada na Rua João Pessoa 895, Santa Cruz do Sul, fone (51) 3711.3665 e site www.weinhaus.com.br

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!     

sexta-feira, 2 de março de 2018

A safra 2018 do vinho gaúcho



Pela primeira vez em muitos anos há uma unanimidade entre os produtores de vinho gaúchos: a Safra 2018 será uma das melhores dos últimos 20 anos! Quem ganha com isso são os consumidores e o vinho brasileiro


Há muito não se tinha uma expectativa tão grande acerca de uma safra de vinhos como neste ano! Depois das destacadas 1999, 2001, 2005 e 2006 que deram frutos a grandes vinhos, as demais não passaram de safras médias culminando com a de 2016 onde fatores climáticos oriundos do fenômeno “El Niño” tiveram efeitos muito fortes sobre o estado e região Sul - geadas na metade de setembro e depois incidências de granizo em novembro e dezembro além de excesso de chuvas em dezembro o que resultou numa quebra de quase 60% na quantidade e cuja qualidade também não foi a ideal.

Já neste ano os produtores de uva da Serra Gaúcha foram surpreendidos pelo precoce amadurecimento de algumas variedades tendo sido colhidas cerca de vinte dias antes do período tradicional. Prejudicial em 2015/2016 agora em 2017/2018 o clima resolveu brindar os produtores, pois fez menos frio durante o inverno e as altas temperaturas no mês de setembro e a menor quantidade de chuva no período até dezembro – mês que influencia no desenvolvimento dos compostos fenólicos que revelam-se de grande importância na enologia pois estão relacionados direta ou indiretamente com a qualidade do vinho e são eles os responsáveis pela cor, corpo e adstringência da bebida e são os grandes responsáveis pelas diferenças entre uvas ou vinhos tintos e brancos, pela presença ou ausência de antocianinas - também contribuíram para que o ciclo da maioria das variedades fosse acelerado. E a amplitude térmica (diferença entre a temperatura mais baixa e mais alta no ciclo noite e dia) destacada e maior que nos outros anos contribui significativamente para um pleno amadurecimento das bagas.



Deverá ser colhido somente na Serra Gaúcha cerca de 720 milhões de quilos de uva, o que representa cerca de 90% da produção do estado.

Enólogos e produtores das diversas regiões vitivinícolas do Rio Grande do Sul comentaram a sua percepção e expectativa para esta safra. 

A Guatambu Estância do Vinho de Dom Pedrito, iniciou a vindima em 5 de janeiro, 10 dias antes do que a média histórica, colhendo as uvas Pinot Noir e Gewürztraminer. Segundo a enóloga da vinícola, Gabriela Hermann Potter, a maturação das uvas ocorreu antecipadamente devido às alterações do clima, como o inverno 2017, que teve temperaturas médias do ar mais altas do que a média, bem como os meses de novembro, janeiro e fevereiro muito secos e quentes. As uvas desta safra estão apresentando cachos menores e com bagas de menor tamanho, o que gera alta concentração de polifenóis e açúcares e, consequentemente, vinhos bastante concentrados, com alto potencial alcóolico e com aromas intensos. “Será uma das safras de grandes vinhos tintos, com cor muito intensa e escura, aromas de frutas muito maduras, alto potencial alcóolico e grande potencial de guarda” atesta.

Edegar Scortegagna, ex-presidente da ABE – Associação Brasileira de Enologia - e enólogo da Vinícola Luiz Argenta em Flores da Cunha, comentou que a sua safra começou com 20 dias de antecedência tendo conseguido colher todas as brancas e bases espumantes antes da semana de chuvas ocorridas em janeiro. “As noites mais frescas fizeram com que os tintos maturassem mais lentamente acumulando cor e taninos e a expectativa dos tintos a serem colhidos é muito, muito boa, até porque a previsão do clima é de ser ainda bastante seco” afirmou.
 
Edgar Scortegagna

As variadas regiões produtivas do estado tiveram – e estão tendo - ótima desenvoltura na maturação e colheita. O enólogo Alejandro Cardozo que presta consultoria para mais de duas dezenas de vinícolas na Campanha e Serra Gaúcha e nos Campos de Cima da Serra confirmou que em todas elas as uvas variedades colhidas até agora estão com uma ótima sanidade e qualidade. Segundo o confiante enólogo, tal potencial de uvas estimula o lançamento de novos rótulos e linhas: “na Estrelas do Brasil teremos no mínimo duas novidades – um Sauvignon Blanc e um Pinot Noir e nas demais vinícolas outras boas coisas que por ora deixaremos em suspense”.   

Giovanni Carraro
E na região da Serra do Sudeste, leia-se Encruzilhada do Sul, o que se viu até agora corrobora com a amostragem acima! Giovanni e Juliano Carraro, enólogos e diretores da Vinícola Lídio Carraro que possui vinhedos naquele município dizem que a safra 2018 vem revelando-se a melhor safra das últimas décadas, seja para os brancos e para os tintos. “Até o momento colhemos a totalidade das uvas Chardonnay, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Tempranillo e Touriga Nacional, todas com características ideais para a elaboração de vinhos de primeira linha. Além disso, já colhemos parte da produção das uvas Merlot, Malbec e Cabernet Sauvignon. As variedades, sem exceção, estão chegando na vinícola com maturação plena e sanidade perfeita, o que nos permite elaborar vinhos de altíssima qualidade” afirma Giovanni.      

Até mesmo para Miguel Ângelo Vicente Almeida, enólogo da Miolo Wine Group, que habitualmente não alimenta expectativas para colheitas em regiões frias e ou úmidas a vindima 2018 está sendo altamente surpreendente. “Já colhemos 800 toneladas de uvas brancas e tintas. Faltam mais 700 toneladas de uvas tintas mais tardias. Até agora elevadíssima sanidade das plantas e dos seus frutos, fantástica maturação corante (noites frias, dias quentes), fenólica (por exemplo, todas as sementes crocantes) e de açúcares” cita. “Mas mesmo assim o enólogo terá um trabalho mais tranquilo na elaboração dos vinhos desta safra.  Nós na Quinta do Seival temos 16 castas diferentes com produção significativa, são 16 ritmos biológicos diferentes e depois as centenas de tanques em fermentação... A responsabilidade é enorme e o respeito pelo vinho maior ainda. Anos quentes podem mostrar-te outros tipos de desequilíbrios, teor alcoólico elevado, baixa acidez, desidratação, aroma de fruta queimada... Mas anos quentes são sempre anos mais fáceis, onde o nível de risco corrido pode ser aumentado. Para conseguir grandes vinhos tens de correr muito risco” finaliza.

Miguel Ângelo Vicente Almeida

Nesta mesma linha de pensamento, Vinicius Cercato, enólogo da Dunamis de Dom Pedrito, entende que “com grandes uvas, vem grandes responsabilidades”. Diz que nas safras impares, os momentos de elaboração dos grandes vinhos a atenção e cuidado vão muito além da vinícola, pois vão ao vinhedo para acertar o ponto ideal de colheita, bem como as parcelas, cachos, filas e tal. “Pode se fazer a escolha de como colher para se ter a fruta em seu estado perfeito. Isso gera mais pressão nos enólogos porque de forma geral quem decide o momento da colheita geralmente é o clima. Nesse ano como nos últimos três 3 para a Dunamis, os enólogos é que podem escolher o momento ideal”.

Carlos Abarzua
Um dos mais experientes enólogos do Brasil, intitulado o Enólogo do Ano 2018, o chileno Carlos Abarzua, responsável pelos espumantes de exceção da Vinícola Geisse de Pinto Bandeira, é taxativo: este ano - se continuar assim – teremos uma das melhores safras na Serra Gaúcha dos últimos 35 anos! “Sobre a qualidade das uvas colhidas – no nosso caso Chardonnay e Pinot Noir – em poucos anos se observou uma sanidade e uma qualidade tão boa que eu me lembre!”. Pinto Bandeira e a Geisse tiveram um inverno muito fraco no qual as uvas precoces mal atingiram as horas de frio e antecipação na colheita em pelo menos 15 dias o que deu origem a vinhos bases para espumantes muito equilibrados e com álcool moderado, sem necessidade de correção alguma que demonstram um enorme potencial.
Depois de tantos depoimentos otimistas e alicerçados em fundamentos técnicos muito semelhantes podemos dizer que esta safra será icônica, colocando no rosto dos produtores e enólogos sorrisos largos e na taça dos consumidores, vinhos a altura do trabalho e merecimento destes amantes e simpatizantes da bebida de Baco. Um brinde a safra 2018 e viva o vinho brasileiro!


- Qual a expectativa sobre a safra 2018 para os brancos e tintos? Como estão as castas colhidas até agora?

Alejandro Cardozo
ALEJANDRO CARDOZO: Iniciamos a safra com uma expetativa grande em função das condições climáticas, no decorrer da mesma tais condições foram mudando em cada região e dentro destas no momento de colheita de cada variedade. Na região da Campanha o clima está seco e continua assim, temos uma colheita fantástica na Guatambu onde todas as castas que usamos para espumantes e para vinhos brancos tiveram um adiantamento importante em dias na comparação com o ano passado com uma alta qualidade e ao mesmo tempo já se iniciou a colheitas das tintas como Pinot Noir, Merlot, Tempranillo  e estamos a colher Tannat com um amadurecimento sensacional até agora com o clima colaborando com nota 1000, uma safra  muito especial na  região. Na Serra também foi excelente para as variedades brancas que chegaram, como a Chardonnay, a Prosecco e a Pinot Noir. Tivemos uma semana de chuva que atrapalhou um pouco as variedades que foram colhidas nesse período mas depois retornou o seco e voltamos a receber uvas de boa sanidade e qualidade aqui colhendo mais Chardonnay, Prosecco, Sauvignon Blanc, Pinot Noir, Viognier e inicio da chegada de Trebbiano, Rieslign e Moscatel. Aguardamos a entrada das uvas de Campos de Cima da Serra que iniciou com Chardonnay e Pinot Noir para bases com uma qualidade excepcional e a chegada destas castas para para vinhos deve acontecer esta semana. Das tintas tanto na Serra e em Campos de Cima ainda falta recebermos Merlot que se mostra com um estado se sanidade e de amadurecimento sensacional. Estamos por ora com brancos mais aromáticos com belo equilibro de acidez e frescor  e tintos muitos equilibrados de muita concentração e cor.

GABRIELA POTTER: A Guatambu Estância do Vinho iniciou a vindima 2018 no dia 5 de janeiro, 10 dias mais antes do que a média histórica, com as uvas Pinot Noir e Gewürztraminer para elaborar o base do espumante Guatambu Rosé. A maturação das uvas ocorreu antecipadamente devido às alterações do clima, como o inverno 2017, que teve temperaturas médias do ar mais altas do que a média, bem como os meses de novembro, janeiro e fevereiro muito secos e quentes. Todas as uvas nesta safra estão apresentando cachos menores e com bagas de menor tamanho, o que gera alta concentração de polifenóis e açúcar e, consequentemente, vinhos bastante concentrados, com alto potencial alcóolico e com aromas intensos.

GIOVANNI E JULIANO CARRARO: A safra 2018 vem revelando-se a melhor safra das últimas décadas, seja para os brancos e para os tintos.  A falta de frio no inverno e o frio “fora de época” da primavera prejudicaram o início do ciclo, gerando diminuição da produtividade, principalmente para variedades precoces, como a Chardonnay. No entanto, a qualidade de comportamento climático durante todo restante do ciclo fez com que os resultados em qualidade superassem todas as expectativas. Até o momento colhemos a totalidade das uvas Chardonnay, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Tempranillo, e Touriga Nacional, todas com características ideais para a elaboração de vinhos de primeira linha. Além disso, já colhemos parte da produção das uvas Merlot, Malbec e Cabernet Sauvignon. Todas as variedades, sem exceção, estão chagando na vinícola com maturação plena e sanidade perfeita, o que nos permite elaborar vinhos de altíssima qualidade.

Juliano Carraro

VINICIUS CERCATO: As expectativas são as melhores. Colhemos até agora apenas o Pinot Grigio, com maturação perfeita. Hoje estamos colhendo o Chardonnay e amanhã o Sauvignon Blanc, com mais de 20 dias de maturação além do histórico.

EDEGAR SCORTEGAGNA: Estamos exatamente na metade da colheita aqui na Luiz Argenta. Até agora não poderia ser melhor. A safra começou com 20 dias de antecedência, e foi muito bom porque conseguimos colher todas as brancas e bases espumantes antes da semana de chuvas que ocorreu em janeiro. E depois tivemos 21 dias sem chuvas entre o final de janeiro e o início de fevereiro, uma coisa nunca vista nos últimos anos! As noites mais frescas fizeram com que os tintos maturassem mais lentamente acumulando cor e taninos, e por isso neste momento as variedades tintas não estão mais adiantadas, entraram no seu ciclo normal devido aos dias mais amenos. A expectativa dos tintos a serem colhidos é muito, muito boa, até porque a previsão do clima é de continuar bastante seco.

MIGUEL ÂNGELO: Em regiões frias e/ou úmidas habituei-me a não alimentar expectativas. Portanto, esta vindima 2018 está sendo altamente surpreendente! Elevadíssima sanidade das plantas e dos seus frutos, fantástica maturação corante (noites frias, dias quentes), fenólica (por exemplo, todas as sementes crocantes) e de açúcares. Já colhemos 800 toneladas de uvas brancas e tintas. Faltam mais 700 toneladas de uvas tintas mais tardias.


CARLOS ABARZUA: Ainda é bastante cedo para falar em safra pois ela está na metade e muitas uvas não foram colidas ainda. Mas podemos falar um pouco das uva precoces  que já foram colhidas. Tivemos um inverno muito fraco no qual as uvas precoces mal e mal atingiram as horas de frio. Portanto a vindima se adiantou em pelo menos 15 dias, as uvas Chardonnay e Pinot Noir são geralmente colhidas depois da segunda quinzena de janeiro e este ano a vindima em algumas regiões começou antes da virada do ano, aqui em Pinto Bandeira começou dia 2 de Janeiro.

- Os seus vinhedos foram beneficiados pelo clima dos últimos meses? Como na prática tais condições podem afetar a qualidade da uva?

ALEJANDRO: Tivemos um verão mais frio com as máximas mais baixas e as noites também  mais frescas o que traz condições especiais de cor nas tintas e aromática especial nas brancas ao mesmo tempo uma acidez mais equilibrada.
 
GABRIELA: A falta d`água durante o amadurecimento da uva sempre resulta em maior concentração de sólidos totais nas bagas, maior intensidade de cor e taninos mais maduros, e isso é ótimo para a qualidade dos vinhos. Por outro lado, a estiagem reduziu a quantidade de uvas produzida, muito devido ao tamanho e peso dos cachos, que este ano estão menores e, consequentemente, pesando em torno de 30% a menos que a média dos demais anos.

CARRARO: Sim, o comportamento climático dos últimos meses foi ideal para produção de uvas perfeitas em maturação e sanidade. Houve um conjunto de fatores climáticos, como baixa pluviosidade, dias e noites com grande amplitude térmica e ótima distribuição das poucas chuvas que ocorreram no período, formando um contexto ideal para o desenvolvimento e qualidade das uvas. Na prática, os pequenos volumes de chuva bem distribuídos, intercalados com dias quentes e noites frias favoreceram uma maturação uniforme, lenta, permitindo a concentração de compostos da uva (açúcares, polifenóis e minerais). Consequentemente, temos uvas que nos permitem elaborar vinhos mais intensos em coloração, aroma e estrutura. Serão vinhos encorpados e intensos.

VINICIUS: Sim foram. Principalmente na questão de sanidade, pois isso é diretamente relacionado a maturação fenólica. Quanto mais tempo na planta, melhor amadurecem os taninos, aromas e cor. No caso das brancas, aromas que lembram mais frutos tropicais que cítricos e florais.
Vinicius Cercato

EDEGAR: O clima é o coração da safra, como falei anteriormente os calores da primavera antecipada fizeram a uva branca maturar antes que no meu ponto de vista foi excelente, pois escapamos da semana chuvas em janeiro. E o verão ameno manteve a maturação normal das tintas ajudando no aumento de cor, taninos e aromas. Os 21 dias de sol no final de janeiro e inicio de fevereiro foi o melhor presente da safra.

MIGUEL: Já respondido.

CARLOS: Sobre a qualidade das uvas, em poucos anos se observou uma boa sanidade e uma boa qualidade que eu me lembre nestes últimos 35 anos de vindima na Serra Gaúcha. Para nossos vinhedos tivemos uma redução bastante significativa no volume com um déficit em alguns casos de 20%. Vinhos bases de espumantes elaborados estão muito equilibrados e o álcool moderado, ser ter necessidade de correção alguma. Pode-se prever um bom potencial destes vinhos bases, ainda não estão totalmente prontos mas o potencial é muito grande.

- O enólogo terá um trabalho mais tranquilo na elaboração dos vinhos desta safra?

ALEJANDRO: O trabalho sempre é intenso já que há várias atividades acontecendo ao mesmo tempo e deve-se estar com muito foco e atenção a cada passo da elaboração. Claro que se está com uvas de alta qualidade e sadias e o restante é não cometer erros.

GABRIELA: Acredito que 80% ou mais da qualidade dos vinhos venha da matéria prima. Logo, como este ano a qualidade está excelente, o que nós enólogos nos dedicamos é em preservar esta qualidade e extrair o máximo de polifenóis de suas cascas e sementes, no caso do vinhos tintos. O difícil para nós é conseguir manter a produção de todos os rótulos da Guatambu (temos 22 rótulos) com menor quantidade de uvas.

CARRARO: Sem dúvida o enólogo terá em suas mãos uma matéria-prima ideal para elaboração de vinhos de alto nível e, neste ponto, terá muita tranquilidade. Porém, isso não quer dizer que o trabalho e desafio sejam menores, pois é neste momento que o conhecimento e a sensibilidade para tomadas de decisão farão muita diferença entre elaborar um bom vinho ou um excelente vinho.

VINICIUS: Não! Pois com grandes uvas, vem grandes responsabilidades. Nestas safras impares, são os momentos de elaboração dos grandes vinhos onde a atenção e cuidado vão muito além da vinícola, indo até o vinhedo para acertar o ponto ideal de colheita, bem como as parcelas, cachos, filas e tal. Pode se fazer a escolha de como colher para se ter a fruta em seu estado perfeito. Isso gera mais pressão nos enólogos porque de forma geral quem decide o momento da colheita geralmente é o clima. Nesse ano - como nos últimos 3 - para a Dunamis, os enólogos é que podem escolher o momento ideal.



EDEGAR: Falo por mim, aqui estamos mais tranquilos, pois quando se tem uma de qualidade e o tempo colaborando é sempre mais fácil organizar a colheita e a elaboração dos vinhos.

MIGUEL: Nunca o trabalho do enólogo em vindima é tranquilo. Nós na Quinta do Seival temos 16 castas diferentes com produção significativa, são 16 ritmos biológicos diferentes e depois as centenas de tanques em fermentação... A responsabilidade é enorme e o respeito pelo vinho maior ainda. Anos quentes podem mostrar-te outros tipos de desequilíbrios, teor alcoólico elevado, baixa acidez, desidratação, aroma de fruta queimada... Mas anos quentes são sempre anos mais fáceis, onde o nível de risco corrido pode ser aumentado. Para conseguir grandes vinhos tens de correr muito risco.

CARLOS: Para elaborar estes vinhos foi um ano muito fácil principalmente pela sanidade da matéria prima.

- Há expectativa de elaboração de algum vinho de exceção? Alguma novidade de sua vinícola no tocante a novos vinhos – novo rótulo/nova casta/novo blend/nova linha - nesta safra?

ALEJANDRO: Estamos até agora com um resultado ótimo esperado em função da alta qualidade da fruta com uma media  muito acima do ano passado, agora dentro  de cada região tivemos vinhos que se destacarão muito como o consumidor verá na medida que os mesmos forem chegando ao mercado. Sim, na Estrelas do Brasil teremos 2 novidades no mínimo, que será um Sauvignon Blanc e um Pinot Noir,  nas outras vinícolas por ora deixaremos em suspense! 

GABRIELA: Estamos elaborando o novo espumante tinto Noite do Pampa, elaborado exclusivamente com uvas Merlot. Lançamos em ano passado este produto, que era da safra 2015, e terminou o estoque rapidamente neste verão. É um produto diferenciado, único no Brasil. Também estamos elaborando um novo espumante, com nome Isadora, em homenagem a minha irmã. Será um rótulo diferenciado, muito especial. Ainda não podemos divulgar detalhes de elaboração.

Gabriela Hermann Potter

CARRARO: Sim, diversos vinhos aqui na Lidio Carraro são elaborados somente nas grandes safras, dessa forma, a vindima 2018 será uma daquelas que ficarão na história. Essa safra sem dúvida apresentará vinhos raros em nossa coleção de rótulos. Temos alguns planos para elaboração de mais de um vinho de exceção, alguns deles serão vinhos que estarão disponíveis para compra somente diretamente na vinícola. Teremos novidades tanto em relação a novos rótulos, quanto a novas variedades, como é o caso da Sauvignon Blanc, que está estreando ao mercado agora, com compra restrita e exclusiva para pessoa física, direto na vinícola. No decorrer do ano anunciaremos outras novidades, porém, ainda não podemos revelar, pois trata-se de um projeto bastante ousado e pioneiro no Brasil.

VINICIUS: Sim. Estamos em testes, por enquanto não temos nada oficial.

EDEGAR: Vamos somente mantes os vinhos da nossa linha que já tem vários rótulos. O temos são outros projetos do ano passado que iremos lançar. Alguma coisa nova sempre nasce, mas nada que podemos comentar no momento.

MIGUEL: Sesmarias 2018, 10 anos depois do 2008, apenas com o 2011 pelo meio. Em 10 vindimas tentadas, 3 executadas. Mas tudo do Seival será lindo... Este será o melhor ano de Touriga Nacional no Seival! Ainda não posso comunicar. Mas tem muita novidade boa a vir por aí.

CARLOS: Novidades quanto a produtos diferentes ainda não.

- O que o consumidor pode esperar da safra 2018?



CARRARO: O consumidor pode esperar vinhos com excelente potencial de guarda e ao mesmo tempo, para os vinhos de proposta mais jovem, encontrará características muito agradáveis como intensidade aromática e no paladar irá sobressair a estrutura, persistência, serão vinhos mais robustos e com graduação alcoólica entre 13% e 14,5% em média.

VINICIUS: Vinhos altamente equilibrados, aromaticos e unicos. Uma safra que promete ser melhor que a de 2005 e chegar no nivel da 1981.

EDEGAR: O consumidor pode esperar uma safra muito boa no geral, e se o clima continuar assim vamos ter grandes tintos comparáveis a safra 2005.

MIGUEL: O melhor ano de vinhos da minha ainda iniciante vida.

CARLOS: Este ano se continuar assim será uma das melhores safras que a Serra Gaúcha já viu nos últimos 35 anos.

ALEJANDRO: Grandes vinhos em todas as gamas de muita qualidade onde se terá uma relação qualidade e preço fora do normal.
 
GABRIELA: Uma safra de grandes vinhos tintos, com cor muito intensa e escura, aromas de frutas muito maduras, alto potencial alcoolico e grande potencial de guarda.

 *Fotos: Emerson Haas (Miguel, Carlos), Kellen Pohlmann (Gabriela); Daniel Arraspide (Alejandro), Divulgação (Demais)