A cachaça e a tequila agora terão
proteção plena de propriedade e qualidade na comercialização nos dois países
Ligadas diretamente às culturas
do Brasil e do México, a cachaça e a tequila agora terão proteção plena de
propriedade e qualidade na comercialização nos dois países. Acordo assinado
pelo presidente Michel Temer reconhece as duas bebidas como indicações
geográficas e produtos distintivos dos dois países. O acordo estabelece que
toda bebida vendida no Brasil com o nome de tequila será de fabricação
mexicana, assim como toda cachaça vendida no mercado mexicano deverá ter sido
fabricada no Brasil.
Desde 2015, Brasil e México fazem
tratativas sobre a proteção recíproca da cachaça e da tequila na relação
bilateral. Com a assinatura do acordo, a qualidade e a procedência das bebidas
nos dois países serão atestadas conforme procedimentos tradicionais e passarão
a ser controlados e supervisionados pelas autoridades competentes de cada país.
As tratativas estavam em
andamento há alguns anos, mas a partir de junho de 2014 o processo recebeu
atenção do governo, a partir da renovação de um convênio firmado entre o IBRAC
(Instituto Brasileiro da Cachaça) e o Conselho Regulador de Tequila (Crt).
Segundo o IBRAC, as exportações
de cachaça não passam de 1% do volume produzido e isto deve estimular o setor a
aumentar os investimentos no mercado mexicano. Além disso, o acordo também deve
impedir o uso da denominação "cachaça" por produtores de outros
países.
Em 2015, o México exportou mais
de 180 milhões de litros para mais de 120 países, enquanto o Brasil exportou
pouco mais de sete milhões de litros do destilado para 61 países. Deste total,
apenas 0,54% do total exportado foi para o México, de acordo com o IBRAC. Para o presidente da Confraria
Paulista da Cachaça, Alexandre Bertin, o governo está buscando alternativas
para ajudar a área econômica e as exportações de Cachaça têm muito potencial.
“É uma atitude acertada. Esse acordo ajudará os produtores a atingirem outros
mercados e a gerar resultados positivos para a cadeia como um todo”.
Mercado da Cachaça
O faturamento do setor cachaceiro
alcançou R$5,95 bilhões em 2013, quando foram produzidos 511,54 milhões de
litros da bebida, de acordo com o Sistema de Controle da Produção de Bebidas da
Receita Federal – SICOBE, responsável por controlar a produção das principais
empresas formais do setor. De acordo com o Instituto
Brasileiro da Cachaça – IBRAC, são 40 mil produtores e 4 mil marcas de cachaça
no mercado nacional alocadas, principalmente, nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba. O IBRAC estima que a capacidade
instalada no Brasil é de 1,2 bilhões de litros/ano. A Cachaça é a segunda
bebida mais consumida no país, perdendo somente para a cerveja, que é uma
bebida fermentada. Entre as bebidas destiladas, detém preferência absoluta
entre os brasileiros.
Seu consumo é quase 5 vezes maior
que o do whisky (348 milhões de litros) e da vodca (270 milhões de litros). O
Brasil possui capacidade instalada de produção de 1,2 bilhão de litros anuais,
sendo 70% cachaça industrial e 30% cachaça artesanal (alambique). Atualmente,
são mais de 40 mil produtores (5 mil marcas), sendo que as micro-empresas
representam 99% deste universo. Um case de sucesso do mercado da
bebida é a Cachaça Seleta, que conquistou a liderança no mercado mundial de
Cachaças artesanais pelo gosto forte e persistente. É armazenada em tonéis de
Amburana e conta com processo de fermentação natural, sendo o fermento a base
de fubá de milho.
“Com tantas opções de qualidade,
os consumidores terão cada vez mais a possibilidade de melhores experiências
sensoriais com a Cachaça, já que poderão comprar mais rótulos e descobrir a
riqueza dos sabores”, declara Rafael Araujo, Co-Founder da Cachaçaria Nacional.
A empresa é a maior loja de Cachaças Online do mundo e oferece mais de 1000
rótulos de Cachaças artesanais de alambiques das principais regiões produtoras do
Brasil, além de acessórios para degustação, barris/dornas e linha gourmet. Outros dados importantes são
sobre o aumento das exportações da bebida em 2016. Segundo informações
divulgadas pelo IBRAC, as exportações de Cachaça cresceram 4,62% em valor e 7,87%
em volume, totalizando US$ 13,93 milhões e 8,3 milhões de litros. Mais de 60
países já consomem o “ouro líquido brasileiro”, especialmente Alemanha, EUA e
Paraguai.