terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Governador do RS José Ivo Sartori participa da Colheita Simbólica no Vinhedo do Mundo Dal Pizzol



Terceira maior coleção de uvas privada do mundo realizou sua sétima colheita neste sábado, 4, reunindo convidados especiais em Bento Gonçalves. ‘Vino sotto terra’ foi novidade no evento



Há sete safras, o Instituto R. Dal Pizzol e a Dal Pizzol Vinhos Finos reúnem um seleto grupo de convidados para a Colheita Simbólica no Vinhedo do Mundo, na Rota Cantinas Históricas, em Faria Lemos, interior de Bento Gonçalves. A coleção é a terceira maior do mundo, com cerca de 400 variedades de uvas dos cinco continentes, 350 já em produção. Esta foi a primeira vez que um Governador do Estado do Rio Grande do Sul participou do evento.

De chapéu, avental e tesoura na mão, José Ivo Sartori colheu um cacho da variedade Chuscia Sciavi, da Geórgia. A Primeira Dama do Estado, Maria Helena Sartori, que acompanhou o ato, colheu a uva Prokupac, da Iugoslávia, e o Secretário de Estado da Agricultura, Ernani Polo, a Andre, de República Tcheca. A cerimônia reuniu 50 pessoas, entre políticos, autoridades e imprensa nacional. Impressionado com o Vinhedo do Mundo, Sartori expressou sua admiração ao projeto. “Não imaginava que haviam tantas variedades de uvas. Ter este vinhedo no polo vitivinícola brasileiro é motivo de orgulho para o Rio Grande do Sul e serve de exemplo para o setor”, destacou o governador. Para marcar a presença inédita de um Governador no evento, foi descerrada uma placa que permanecerá na entrada do Vinhedo do Mundo.


Cada convidado viveu a experiência da vindima, colhendo um cacho de uva. Ao final, 50 variedades de diferentes procedências foram colhidas. O Vinhedo do Mundo tem se tornado um dos ícones da civilização do vinho no Brasil, ocupando um pequeno espaço de 0,7 hectare. A Colheita Simbólica celebra a vindima, enaltecendo o patrimônio da cultura do vinho. “O momento é realmente de celebrar. E este ano estamos tendo uma safra dentro do esperado, diferente do que aconteceu no ano passado em que centenas de produtores foram prejudicados pelo mau tempo. O Vinhedo do Mundo é a prova de que o vinho é um produto cultural carregado de emoções. Certamente, o que está no cálice é 30%, os outros 70% estão fora dele”, enfatizou Rinaldo Dal Pizzol, presidente do Instituto R. Dal Pizzol.

Depois da colheita, durante o almoço servido no Ristorante Enoteca Dal Pizzol, à beira do lago, todos puderam harmonizar o emblemático ‘chicho’ com o VINUMMUNDI 2016, elaborado a partir da seleção de 46 variedades de uvas, colhidas no Vinhedo do Mundo no ano passado. O vinho homenageia Anastácio Dietrich Orlikowski, falecido no último dia 22 de janeiro, eternizado no rótulo que exibe uma aquarela do artista com seu autorretrato.

Ao término da vindima 2017, quando todas as uvas do Vinhedo do Mundo terão sido colhidas, conforme sua maturação, serão realizadas microvinificações que resultarão no VINUMMUNDI 2017 – o ‘Vinho do Mundo’, oferecido apenas para convidados especiais na colheita de 2018. O VINUMMUNDI é um vinho cultural, não é comercializado, expressa e simboliza a solidariedade dos povos e suas culturas.
O local



O Vinhedo do Mundo é uma das atrações do Ecomuseu da Cultura do Vinho, que reúne em 80 mil metros quadrados de área uma coleção botânica, animais silvestres e domésticos, uma sala de exposições com objetos, fotos, documentos e centenas de garrafas de vinhos que contam a história do produto no Brasil e no mundo. Outra preciosidade do local é uma réplica do primeiro vinhedo construído pelos imigrantes, a partir de 1875, todo em madeira e sem fios de arame. A história da Dal Pizzol também pode ser contada por meio da Enoteca, uma antiga fornalha da olaria da família onde estão guardados os vinhos elaborados pela vinícola desde sua fundação.

Durante o ano, o Vinhedo do Mundo pode ser visitado por aficcionados, estudiosos e interessados de segunda-feira à sexta-feira, das 9h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h30. Para grupos é preciso agendar reserva pelo telefone 54 3449 2255/ Fax 54 3449 2222 ou e-mail dalpizzol@dalpizzol.com.br

‘Vino sotto terra’


Após o ritual da Colheita Simbólica no Vinhedo do Mundo, 85 garrafas de vinho foram guardadas a uma profundidade de 1 metro, dentro de um barril de carvalho. O evento cultural e histórico resgata um hábito dos ancestrais da família Dal Pizzol. O avô Giovani Bastista, primogênito do imigrante Martino, costumava guardar, em anos de safras excepcionais, algumas garrafas de vinho branco Peverela, variedade de colheita tardia. As garrafas eram guardadas na casa paterna, localizada na Linha Paulina, em Faria Lemos. Isto ocorria sempre entre os meses de maio e junho, no final do outono.

A descoberta das garrafas de vinho era efetuada poucos dias antes do Natal, depois de terem repousado todo o inverno sob a terra. Este vinho era objeto de desejo e destaque nas festas de final de ano, que se estendiam até 6 de janeiro nas comemorações da Epifania, da Befana e do Panevin, de origem veneta.

O propósito do evento na Dal Pizzol é resgatar este hábito familiar, trazido da Pátria de origem – o Triveneto -, adequando-o às condições atuais para seguir sendo praticado pelas primeiras gerações de imigrantes. Os 85 vinhos foram 25 garrafas do VINUMMUNDI de cinco colheitas (2012, 2013, 2014, 2015 e 2016) e mais 60 garrafas, entre 20 de Cabernet Franc, 20 de Merlot e 20 de Enoteca Dal Pizzol.

No ato, o governador José Ivo Sartori, o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, o secretário Ernani Polo, além de Antônio Dal Pizzol e Rinaldo Dal Pizzol, depositaram, cada um, uma garrafa do VINUMMUNDI. As demais 80 garrafas já estavam no barril.


Em 2022, serão retiradas cinco garrafas do VINUMMUNDI da Colheita 2012, que serão entregues ao Governador José Ivo Sartori, ao Governador da época, ao prefeito Guilherme Pasin, ao prefeito naquele ano e uma será sorteada entre os participantes do almoço da Colheita Simbólica do Vinhedo do Mundo daquele ano. A partir de 2022, a cada três anos serão retiradas algumas garrafas, a critério dos gestores, cuja destinação será feita também por eles.

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