Terceira maior coleção de uvas
privada do mundo realizou sua sétima colheita neste sábado, 4, reunindo
convidados especiais em Bento Gonçalves. ‘Vino sotto terra’ foi novidade no
evento
Há sete safras, o Instituto R.
Dal Pizzol e a Dal Pizzol Vinhos Finos reúnem um seleto grupo de convidados
para a Colheita Simbólica no Vinhedo do Mundo, na Rota Cantinas Históricas, em
Faria Lemos, interior de Bento Gonçalves. A coleção é a terceira maior do
mundo, com cerca de 400 variedades de uvas dos cinco continentes, 350 já em
produção. Esta foi a primeira vez que um Governador do Estado do Rio Grande do
Sul participou do evento.
De chapéu, avental e tesoura na
mão, José Ivo Sartori colheu um cacho da variedade Chuscia Sciavi, da Geórgia.
A Primeira Dama do Estado, Maria Helena Sartori, que acompanhou o ato, colheu a
uva Prokupac, da Iugoslávia, e o Secretário de Estado da Agricultura, Ernani
Polo, a Andre, de República Tcheca. A cerimônia reuniu 50 pessoas, entre
políticos, autoridades e imprensa nacional. Impressionado com o Vinhedo do
Mundo, Sartori expressou sua admiração ao projeto. “Não imaginava que haviam
tantas variedades de uvas. Ter este vinhedo no polo vitivinícola brasileiro é
motivo de orgulho para o Rio Grande do Sul e serve de exemplo para o setor”,
destacou o governador. Para marcar a presença inédita de um Governador no
evento, foi descerrada uma placa que permanecerá na entrada do Vinhedo do
Mundo.
Cada convidado viveu a
experiência da vindima, colhendo um cacho de uva. Ao final, 50 variedades de
diferentes procedências foram colhidas. O Vinhedo do Mundo tem se tornado um
dos ícones da civilização do vinho no Brasil, ocupando um pequeno espaço de 0,7
hectare. A Colheita Simbólica celebra a vindima, enaltecendo o patrimônio da
cultura do vinho. “O momento é realmente de celebrar. E este ano estamos tendo
uma safra dentro do esperado, diferente do que aconteceu no ano passado em que
centenas de produtores foram prejudicados pelo mau tempo. O Vinhedo do Mundo é
a prova de que o vinho é um produto cultural carregado de emoções. Certamente,
o que está no cálice é 30%, os outros 70% estão fora dele”, enfatizou Rinaldo
Dal Pizzol, presidente do Instituto R. Dal Pizzol.
Depois da colheita, durante o
almoço servido no Ristorante Enoteca Dal Pizzol, à beira do lago, todos puderam
harmonizar o emblemático ‘chicho’ com o VINUMMUNDI 2016, elaborado a partir da
seleção de 46 variedades de uvas, colhidas no Vinhedo do Mundo no ano passado.
O vinho homenageia Anastácio Dietrich Orlikowski, falecido no último dia 22 de
janeiro, eternizado no rótulo que exibe uma aquarela do artista com seu
autorretrato.
Ao término da vindima 2017,
quando todas as uvas do Vinhedo do Mundo terão sido colhidas, conforme sua
maturação, serão realizadas microvinificações que resultarão no VINUMMUNDI 2017
– o ‘Vinho do Mundo’, oferecido apenas para convidados especiais na colheita de
2018. O VINUMMUNDI é um vinho cultural, não é comercializado, expressa e
simboliza a solidariedade dos povos e suas culturas.
O local
O Vinhedo do Mundo é uma das
atrações do Ecomuseu da Cultura do Vinho, que reúne em 80 mil metros quadrados
de área uma coleção botânica, animais silvestres e domésticos, uma sala de
exposições com objetos, fotos, documentos e centenas de garrafas de vinhos que
contam a história do produto no Brasil e no mundo. Outra preciosidade do local
é uma réplica do primeiro vinhedo construído pelos imigrantes, a partir de
1875, todo em madeira e sem fios de arame. A história da Dal Pizzol também pode
ser contada por meio da Enoteca, uma antiga fornalha da olaria da família onde
estão guardados os vinhos elaborados pela vinícola desde sua fundação.
Durante o ano, o Vinhedo do Mundo
pode ser visitado por aficcionados, estudiosos e interessados de segunda-feira
à sexta-feira, das 9h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h30.
Para grupos é preciso agendar reserva pelo telefone 54 3449 2255/ Fax 54 3449
2222 ou e-mail dalpizzol@dalpizzol.com.br
‘Vino sotto terra’
Após o ritual da Colheita
Simbólica no Vinhedo do Mundo, 85 garrafas de vinho foram guardadas a uma
profundidade de 1 metro, dentro de um barril de carvalho. O evento cultural e
histórico resgata um hábito dos ancestrais da família Dal Pizzol. O avô Giovani
Bastista, primogênito do imigrante Martino, costumava guardar, em anos de
safras excepcionais, algumas garrafas de vinho branco Peverela, variedade de
colheita tardia. As garrafas eram guardadas na casa paterna, localizada na
Linha Paulina, em Faria Lemos. Isto ocorria sempre entre os meses de maio e
junho, no final do outono.
A descoberta das garrafas de
vinho era efetuada poucos dias antes do Natal, depois de terem repousado todo o
inverno sob a terra. Este vinho era objeto de desejo e destaque nas festas de
final de ano, que se estendiam até 6 de janeiro nas comemorações da Epifania,
da Befana e do Panevin, de origem veneta.
O propósito do evento na Dal
Pizzol é resgatar este hábito familiar, trazido da Pátria de origem – o
Triveneto -, adequando-o às condições atuais para seguir sendo praticado pelas
primeiras gerações de imigrantes. Os 85 vinhos foram 25 garrafas do VINUMMUNDI
de cinco colheitas (2012, 2013, 2014, 2015 e 2016) e mais 60 garrafas, entre 20
de Cabernet Franc, 20 de Merlot e 20 de Enoteca Dal Pizzol.
No ato, o governador José Ivo
Sartori, o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, o secretário Ernani
Polo, além de Antônio Dal Pizzol e Rinaldo Dal Pizzol, depositaram, cada um,
uma garrafa do VINUMMUNDI. As demais 80 garrafas já estavam no barril.
Em 2022, serão retiradas cinco
garrafas do VINUMMUNDI da Colheita 2012, que serão entregues ao Governador José
Ivo Sartori, ao Governador da época, ao prefeito Guilherme Pasin, ao prefeito
naquele ano e uma será sorteada entre os participantes do almoço da Colheita
Simbólica do Vinhedo do Mundo daquele ano. A partir de 2022, a cada três anos
serão retiradas algumas garrafas, a critério dos gestores, cuja destinação será
feita também por eles.
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