Quem nunca
sonhou em produzir o seu próprio vinho? Advogado santa-cruzense já vivencia
esta possibilidade
Robert Parker, americano,
autor da obra “The Wine Advocate” divide o seu tempo entre a advocacia e a
célebre crítica de vinhos, onde é notório. Santa Cruz do Sul também possui o
seu Advogado do Vinho, mas diferentemente do crítico Parker, Diogo Durigon,
advogado, é vinhateiro, ou seja, produz o seu próprio vinho. Os chamados vinhos
de autor, de elaboração própria, iniciaram há algumas décadas no Velho Mundo,
onde amantes da bebida de baco buscaram conhecimento e informações suficientes
para criar os seus próprios rótulos, de varietais e blends.
Cave possui quase duas mil garrafas estocadas |
A paixão e a curiosidade pelo vinho instigam o produtor |
Tal movimento
ganhou adeptos também no Brasil, com alguns laboreiros no objetivo de venda
para determinados nichos que consomem vinhos finos exclusivos, já outros – caso
do Diogo – para atender o desejo de engarrafar a própria bebida. O advogado e
mestre em direito de 34 anos, filho de produtor de vinhos coloniais no interior
de Pantano Grande, compra as uvas de produtores de Encruzilhada do Sul,
utiliza-se do desengace manual para escolher somente os grãos mais saudáveis na
elaboração de seus rótulos, usando moedor manual para separar a baga do cacho.
A vinificação é feita na propriedade dos pais e armazenada em tanques e
barricas na cave de sua casa. Lá, num pequeno espaço, Durigon estoca quase 2
mil garrafas das safras 2014 e 2015, elaborados com uvas Chardonnay,
Gewurztraminer, Pinot Noir, cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional,
Marselan, Malbec e Arinarnoa, todos ditos naturebas,
ou seja, sem sulfitos e conservantes.
Casa Durigon possui uma dezena de varietais produzidos |
O mundo do vinho não tem
ligação direta com a profissão de advogado, para Diogo a produção é apenas um capricho
pessoal e uma herança cultural de sua descendência italiana, pois desde os bisavós
a família está envolvida na viticultura. Para o produtor, mais do que uma
simples bebida, o vinho carrega, no seu âmago, sempre alguma – ou muitas –
histórias o que lhe torna ainda mais envolvente e apaixonante. Porém, se o
transformasse em um negócio, teria que produzir volumes significativos, ou
vender garrafas ao custo dos exclusivos vinhos de micro produtores como Vilmar
Bettú e Marco Danielle.
Diogo recebe amantes do vinho para conhecer seu projeto |
Mesmo sem ser enólogo, Durigon
consegue extrair o melhor de cada varietal e safra testando e experimentando
além de ouvir atentamente os conselhos de seu pai e avô, também se dedicando
muito a leituras e visitas especializadas buscando referências para o sucesso
de suas empreitadas vínicas. “O Brasil - e em especial o RS - tem ainda como
melhorar seus vinhos viabilizando e incentivando o aumento do consumo, pois a
expansão do mercado tende a gerar expansão de qualidade. A França tem centenas
de anos de história e experiência; mesmo assim os brancos da Califórnia fizeram
frente a eles; nós temos apenas três décadas de produção de vinhos finos e
podemos trilhar nossa própria história, com reconhecimento também fora do país”
afirma.
"Experimente"! |
E deixa uma dica para quem
também está pensando em elaborar o seu próprio vinho: “Experimente! Se nunca
tentar, nunca saberá se dará certo. Repito: o risco é ser bom ou muito bom! E
se alguém quiser conhecer minha adega para estimular esta empreitada, será um
prazer”.
Além dos vinhos, Durigon também elabora suco de uva e vnagre |
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