sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Aveleda Follies Touriga Nacional 2010, um belo português

Degustar Touriga Nacional produzido em Portugal e ainda na companhia de um português e enólogo foi um desafio e tanto, mas o vinho da Casa da Aguieira Aveleda Follies Touriga Nacional 2010 passou no teste! 

Na companhia de Miguel Ângelo, enólogo da Miolo e Bruna Cristófoli, enóloga da Vinícola Cristófoli o tinto de Beiras, na Bairrada, marcou as taças com sua coloração púrpura e de lágrimas gordas e rápidas.  

Os aromas trouxeram uma palheta de frutas negras e vermelhas destacada, com framboesa, cereja, cassis, amora, também tutti-frutti e nota floral de violetas e também flores secas. Compota presente, fruta passificada, madeira molhada e chocolate complementaram o nariz. 

Boca muito viva, fresca, com taninos potentes e ampla persistência. A fruta é devolvida com ameixa suculenta e figo no palato. Acidez marcante convidando para a comida.

Possui 14% de graduação alcoólica e o ideal é ser degustado entre 16 e 18oC.

Faz ótimo par com carnes vermelhas grelhadas, risoto de cogumelos, massas com molhos à base de ervas e queijos duros.

Você encontra este e outros vinhos portugueses na Wein Haus, loja especializada em vinhos, localizada na Rua João Pessoa 895, Santa Cruz do Sul e fone (51)3711.3665 e site www.weinhaus.com.br.
     

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O operário do vinho: a entrevista exclusiva com o enólogo da Miolo Wine Group, Miguel Ângelo

O enólogo português Miguel Ângelo Vicente Almeida que atua na Miolo Wine Group, gigante nacional na elaboração e comercialização de vinhos e espumantes, esteve em Santa Cruz do Sul a convite da Confraria do Sagu palestrando sobre seu trabalho, vinícola e vinhos. O torcedor de futebol que divide o coração entre Sport Lisboa e Benfica define-se como um “operário do vinho”, recheando as garrafas com o resultado prático de seus conhecimentos adquiridos no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa onde formou-se engenheiro agroindustrial e nas diversas empresas em que já laborou.

Proprietário de uma personalidade forte, Miguel não foge das perguntas e deixa de forma muito transparente extravasar o que sabe e o que pensa sobre o mondovino. Um pouco sobre este perspicaz enólogo de 36 anos e que mora no Brasil desde 2008 você poderá conhecer nesta entrevista exclusiva concedida ao Eu, Gourmet.     


Como você veio trabalhar no Brasil?
Este foi um dos acasos da minha vida. Tudo começou em 2004, como estagiário.

Cidade que reside:
3 meses em Candiota/RS, 8 meses em Bento Gonçalves/RS e 1 mês em Lamego/Portugal

Empresas em que trabalha(ou):
Castelinho Vinhos do Douro e Porto, Herdade da Farizoa/Alentejo, Schneider Oenologie/Alemanha, Niepoort/Douro e Miolo Wine Group/Brasil

Quantos rótulos já elaborou?
De raiz foram quatro rótulos: Miolo Seleção Pinot Grigio/Riesling, Quinta do Seival Alvarinho, Miolo Seleção Tempranillo/Touriga e Sesmarias.

Além do Brasil você já desenvolveu vinhos em outros países também? Quais?
Portugal e Alemanha, fazendo vindimas apenas.

Você é reconhecido pela sua personalidade forte. Leva esta característica para os vinhos que elabora?
Sou muito exigente comigo e com os que me ajudam a minha equipe, sou intenso. Não sou enólogo de camisa branca, sou enólogo de mão pintada de antocianas, cortada das roscas RJT das mangueiras, das dores musculares no final do dia, de dormir 5 horas por dia... Estou dentro de todas as garrafas de vinho que faço. 

É possível produzir vinhos de alta qualidade no Brasil? Como?
Claro que é possível! Se existe vida humana no Brasil tem de existir vinho brasileiro. Sem qualidade nada é sustentável. Sinceramente, não entendo a negação do brasileiro para com aquilo que é seu. Nenhum vinho é igual, até no mesmo lote engarrafado existem vinhos distantemente diferentes, a mesma garrafa degustada em taças diferentes entrega-nos vinhos diferentes, a mesma garrafa degustada com alegria e com frustação proporciona interpretações diferentes, também. Para um vinho de alta qualidade precisamos que o componente natural permita um ano de uvas sadias, para que o componente humano as colha equilibradas e delas obtenha vinhos elegantes e longevos. Obviamente isto é possível no Brasil.



Você é um enólogo que trabalha 4 regiões produtivas brasileiras diferentes. Quais são e como extrair o melhor de cada uma delas?
Com a experiência de já ter vinificado mais do que um milhão de quilos de uva, são apenas duas as regiões vitivinícolas brasileiras onde trabalhei e trabalho, Serra e Campanha Gaúchas. Trabalhei apenas duas semanas no Vale do São Francisco, mas com duas semanas ninguém conhece nada, nem ninguém, eu já fiz 18 vindimas e não sei nada. Na Serra Gaúcha os vinhedos em meia-encosta são a melhor opção, os solos ricos e heterogêneos proporcionam vinhos complexos, de identidade bem definida e quando nos verões existe déficit hídrico conseguimos resultados impares até nas variedades tintas de ciclo longo. A Campanha Gaúcha em suma é uma região mais homogênea, em relevo, em solos, em clima. Os vinhos daqui são sempre regulares, muito frutados, macios e equilibrados.

O Brasil - e em especial o RS - tem ainda como melhorar seus vinhos? Qual seria o caminho para isso?
Precisamos mudar para melhor, sempre. O Brasil e em especial o Rio Grande do Sul tem cerca de 10 anos produzindo vinhos contemporâneos de qualidade, o boom das espaldeiras simples, da opção por outras castas Vitis Vinífera, que não as mais plantadas no mundo, aconteceu de 2000 a 2004. O caminho é longo e como sempre, no início, os erros, os excessos, fazem parte do aprendizado, do processo de criação da identidade. Em qual região vitivinícola mundial não aconteceram erros e excessos? O vinho brasileiro que me entusiasma entrega-me acidez, acidez que reforça a tanicidade, confiando ao vinho o seu parceiro ideal, a comida. O respeito pela origem faz obter vinhos brasileiros frescos e angulosos.




Ainda há algum local promissor no Brasil ideal para produção de vinhos e ainda pouco explorado?
Eu gosto muito da Campanha Gaúcha e da região dos altos planaltos gaúchos, Campos de Cima da Serra. Nos Campos de Cima da Serra, quiçá o mesmo resultado se obtenha no Planalto Catarinense, é fantástico o desempenho atingido pelas uvas brancas, os Pinot Noir são exímios e o Merlot, vindima após vindima, origina vinhos que muito me surpreendem. Mas tudo no vinho moderno brasileiro é muito novo, pela colossal dimensão geográfica, a possibilidade de lugares promissores é imensa e todas as poucas regiões vitivinícolas brasileiras estão inexploradas. Não conheço, mas ouvi falar da Serra do Pirineus em Goiás, Chapada Diamantina na Bahia, Serra da Mantiqueira em São Paulo...

Fale da produção da casta Tannat no RS. É uma uva a se apostar? Quais as diferenças no vinho Tannat uruguaio e brasileiro?
Adoro trabalhar com as uvas, os mostos e os vinhos Tannat. Em suma, é uma casta muita exagerada, não é tintureira, mas entrega muita cor aos vinhos, é muito ácida, é muito tânica. A Tannat proporciona facilmente vinhos de guarda. Os vinhos Tannat tem um elevado poder redutivo, para serem frutados e macios exigem altos consumos de oxigénio, não foi à toa que a micro-oxigenação foi inventada em Madiran, em cima de vinhos Tannat. Diferenças do Tannat brasileiro e uruguaio, todas. Não gosto de comparar origens e interpretações pessoais. Cada lugar é único e cada pessoa é diferente.


Você é adepto a passagem de tintos por barrica? Fale à respeito.
A barrica surgiu no vinho como forma de transporte, chegando-se à conclusão que o vinho recebido sempre era melhor do que o vinho enviado. A madeira é um material poroso e naturalmente aromatizado, quanto mais nova, mais porosa e mais aromática. Portanto, quando decidimos colocar um vinho na barrica sabemos que vamos mudar a sua história, as cores serão estabilizadas, os aromas incrementados e complexados e os gostos estruturados e amaciados (os elagitaninos da madeira atuam como catalizadores da polimerização tânica e os polissacarídeos da madeira contribuem para o aumento de volume em boca). Se tiver de escolher barricas, escolho barricas muito usadas e muito bem higienizadas.


Numa safra ruim, de que forma o enólogo consegue extrair o máximo de qualidade e elaborar bons vinhos?
Vivendo perto da vinha e dormindo dentro da adega. Sempre as minhas vindimas na Quinta do Seival duram três meses, meses de total abstinência do mundo ou da forma que as pessoas normais o vivem. E isto para todas as vindimas excelentes, boas, médias e ruins. Os momentos cruciais do vinho são a colheita e a vinificação.

O que você acha sobre os vinhos orgânicos e biodinâmicos? É uma tendência?
O vinho é um ato humano, sem intervenção/supervisão humana ele termina, de forma natural, em vinagre. Portanto, a pergunta deve ser: agricultura orgânica ou agricultura biodinâmica ou práticas agrícolas com responsabilidade ambiental em produção integrada? Mais do que tendências, são certezas que faltam tornarem-se absolutas. Mas cuidado, existe por aí muito embuste, presunção e hipocrisia.


Qual sua uva preferida?
Touriga Nacional.

Qual o melhor vinho que você já degustou?
Quinta do Seival Castas Portuguesas 2006.

A tecnologia faz diferença na produção de vinhos? Onde ela aparece?
Faz, particularmente nos vinhos brancos.

No Uruguai temos o Tannat, na Argentina o Malbec, no Chile o Cabernet Sauvignon. Qual a casta tinta que você considera que poderá ser o cartão de visitas do Brasil?
O Brasil começa já no hemisfério norte e ocupa um pouco mais de um terço das latitudes do hemisfério sul é impossível reduzir tudo isto a uma casta. Por exemplo, a Miolo tem vinhas plantadas em três biomas brasileiros: na caatinga, a melhor performance é a Syrah, na Mata Atlântica é a Merlot e no Pampa é a Tannat.



De que modo a sua formação profissional portuguesa influencia a elaboração de vinhos brasileiros?
Quiçá somente um grau maior de comprometimento e uma vontade telúrica de sempre querer e fazer o melhor. Intensidade.

Qual a sua opinião sobre a posição de alguns produtores brasileiros importarem vinhos de outra nacionalidade e distribuir por aqui? Não é um contra senso?
Nós, Grupo Miolo, fazemos isso. Não tenho objeções de consciência. Luto pelo consumo de vinho brasileiro por parte dos brasileiros, levantando sempre bem alta esta bandeira.


Qual o patamar em que a Miolo Wine Group se encontra hoje no mercado sul-americano?
Em 2013, segundo relatório da Euromonitor Internacional, o ranking mundial de grupos vitivinícolas foi composto por: E&J Gallo Winery (USA) com 777 milhões de litros de vinho produzidos, Constellation Brands (USA) com 589 milhões de litros, The Wine Group (USA) com 456 milhões de litros, Concha Y Toro (Chile) com 282 milhões de litros, Grupo Peñaflor (Argentina) com 278 milhões de litros, Pernod Ricard (França) com 277 milhões de litros, Treasury Wine Estates (Austrália) com 274 milhões de litros, Castel Group (França) com 270 milhões de litros, Accolade Wines (Austrália) com 270 milhões de litros e Caviro (Itália) com 160 milhões de litros. A Sogrape maior grupo vitivinícola português produziu 78 milhões de garrafas por ano. A Miolo Wine Group produz 10 milhões de garrafas por ano. Ouço de muitos consumidores e formadores de opinião comentários de que a Miolo é uma empresa grande, não posso concordar, pois ao mesmo tempo em que produzimos milhões de litros, colocamos o mesmo afinco e a mesma energia em vinhos de volume pequeno como o Testardi Syrah, o Vinhas Velhas Tannat, o Sesmarias, o Alvarinho, o projeto Miolo Winemaker, por exemplo.


Qual o vinho que você elaborou que mais orgulho lhe deu?
Sinto orgulho por todos os vinhos que elaborei, elaboro e elaborarei nesta grande empresa.  

Por que Argentina e Chile produzem vinhos médios de tão boa qualidade e preço e o que as vinícolas brasileiras podem fazer para alcançarem este patamar?
A qualidade é fruto da condição natural, o preço resulta dos baixos custos de produção e baixa carga tributária. No Chile e na Argentina é possível produzir elevados rendimentos de uva por hectare, mais de 15 ton/ha, sem prejuízo da sanidade e com medianos graus de maturação. O rendimento médio das nossas vinhas dificilmente passa as 9 ton/ha. Sobre preços, dois terços dos vinhos produzidos pelo Grupo Miolo são vendidos abaixo dos R$30, com a marca Almadén produzimos 4 milhões de garrafas a R$15, em média.

Prato preferido?
Todos os de minha mãe.

Restaurante preferido?
Pizza Entre Vinhos, no Vale dos Vinhedos, pela pizza e pelo seu componente humano, Altemir Pessali e a sua equipe.

Uma vinícola - fora a que você trabalha - que admira, seja no Brasil ou no mundo?
Yealands Estate, na Nova Zelândia.

Personalidade admirada na área do vinho?
Sem dúvida e sem interesse, Adriano Miolo.

Deixe uma dica para quem está começando a se interessar em beber vinhos:
Os vinhos são bebidas ácidas e aos tintos acresce o amargor. A primeira experiência pode ser desagradável. Portanto, permita-se provar mais vinhos e amplie a sua zona de conforto, saia dos lugares comuns, como os vinhos fáceis e adocicados, normalmente oriundos de regiões quentes. Mas como isto dos vinhos é uma questão de gosto. Portanto, que nos permitamos à evolução do gosto.  



terça-feira, 27 de outubro de 2015

Enólogo Miguel Ângelo da Miolo na Confraria do Sagu

Na noite da última sexta-feira, 23 de outubro, nas dependências da ILT Tabacos, a Confraria do Sagu foi brindada com a presença do enólogo português Miguel Ângelo Vicente Almeida, da Miolo Wine Group, que trouxe a Santa Cruz do Sul uma amostra de seu trabalho a frente desta grande vinícola nacional. 

Miguel Ângelo Vicente Almeida

Miguel apresentou dois espumantes, dois vinhos brancos e quatro tintos, oriundos das quatro regiões produtivas da Miolo: Vale dos Vinhedos, Campanha Gaúcha, Campos de Cima da Serra (estas no Rio Grande do Sul) e Vale do São Francisco (na Bahia).

Enólogo discorreu sobre a sua história e sobre a viticultura da Miolo

Nas telas apresentadas, os confrades puderam entrar um pouco mais nas barricas da vinícola, pelas mãos do condutor e convidado, que brilhantemente retratou os seus conhecimentos e o árduo trabalho em levar o melhor para dentro a garrafa a cada safra.

Excepcional Alvarinho da Quinta do Seival







Foram degustados o espumante Miolo Cuvvé Tradition Champenoise recentemente coroado com a Medalha de Ouro no 9ª. edição do Concurso do Espumante Brasileiro em Garibaldi e o Milésime 2011. Logo após vieram os brancos Almadén Riesling 2015 e o Quinta do Seival Alvarinho 2013. Por fim chegaram os tintos RAR Pinot Noir 2008, Testardi Syrah 2013, Quinta do Seival Castas Portuguesas 2011 e Miolo Merlot Terroir 2012. No fechamento da noite ainda foi aberto o Miolo Reserva Cabernet Sauvignon 2014.

Vinhos apresentados

A degustação foi acompanhada de um belo jantar harmonizado pela chef Glaura Hoppe.

Chef Glaura Hoppe

Moranguinha Cabotiá com carne seca e feijão fradinho

Carré de suíno com purê de mandioquinha e geléia de pimenta 

Mousse de queijo coalho com abacaxi na cachaça

Os votados como “melhores da noite” foram o Alvarinho e o Castas Portuguesas, ambos impressionando os presentes pelas suas qualidades organolépticas.

Na companhia de Miguel estava sua noiva, Bruna Cristófoli, também enóloga, da Vinícola Cristófoli de Bento Gonçalves, que contribui com seus sólidos conhecimentos acerca do mundo do vinho e suas sutilezas.

Enóloga Bruna Cristófoli 
Ao final do encontro o enólogo Miguel Ângelo foi agraciado com uma placa em nome da Confraria do Sagu pelo seu incansável trabalho na busca por oferecer sempre o melhor para a viticultura nacional.

Homenagem ao convidado entregue pelo confrade Homero Agra

A Confraria do Sagu: em pé, da direita para esquerda, Emerson Haas, Homero Agra, Marcelo Magalhães, Rodrigo Ardenghi, Carlos Klemm, Alexandre Hoppe, Daniel Boessio, Luciano Ourique
Sentados: Miguel Ângelo e Bruna Cristófoli

Amanhã você poderá acompanhar a publicação de uma entrevista exclusiva ao blog Eu, Gourmet realizada com o “operário do vinho” Miguel Almeida, fique ligado!  

           



Enólogo do Ano 2015: Christian Bernardi é o escolhido


Christian Bernardi, ex-presidente da ABE recebeu a distinção em festa do Dia do Enólogo que reuniu 120 profissionais na última sexta-feira, 23


Para celebrar o Dia do Enólogo, a Associação Brasileira de Enologia (ABE) promove anualmente uma grande festa que, além de brindar a data, também homenageia um de seus associados como Enólogo do Ano. Assim tem sido desde 2004, e de lá para cá 12 enólogos já foram reconhecidos com a distinção. Desta vez, o título coube ao enólogo Christian Bernardi, eleito pelo voto espontâneo de seus colegas de profissão. A Festa do Dia do Enólogo reuniu 120 associados em jantar realizado na sexta-feira, 23, no Restaurante e Churrascaria Ipiranga, em Bento Gonçalves.

Natural de Guaporé (RS), Christian Bernardi é técnico e tecnólogo em Viticultura e Enologia, com pós-graduação em Gestão Vitivinícola. Já participou como degustador em 11 concursos internacionais na Argentina, Brasil, Canadá, Espanha, França, Holanda e Hungria. Foi presidente da ABE, onde carrega a experiência de ter conduzido a Avaliação Nacional de Vinhos, o Concurso do Espumante Brasileiro e o Concurso Internacional de Vinhos do Brasil. Dono de uma retórica invejável, domina como poucos a arte de bem falar, que emprega como aliada a arte de elaborar vinhos e espumantes, condição que o tornou uma das principais lideranças do setor na atualidade. Sua dinâmica lhe permite transformar o que é complexo em algo fácil de ser compreendido.

Christian Bernardi é o 12º enólogo a ser reconhecido com o prêmio. A votação, realizada de 6 a 18 de outubro, envolvei 106 enólogos associados e o resultado foi homologado mediante regulamento por uma comissão formada pelo presidente da ABE, enólogo Juliano Perin, por representantes da Embrapa Uva e Vinho, além dos enólogos já homenageados com a distinção. O Enólogo do Ano 2015 será premiado com uma viagem técnica, com o propósito de visitar uma feira internacional do setor vitivinícola.

Juliano Perin destacou a importância do prêmio como forma de reconhecer a atuação do enólogo numa atividade que cada vez mais vem ocupando diversos espaços na indústria vinícola. A Festa do Dia do Enólogo contou com muitas atrações. O enólogo Neuri Bruschi foi o grande ganhador da adega climatizada, sorteada pela ABE. A noite de brindes seguiu com a distribuição de mimos oferecidos pela Associação, Tuttovino e Vêneto Mercantil.

Os enólogos associados Firmino Splendor, Firmino Splendor Jr. e Daniel de Siqueira Ferreira foram homenageados com o certificado de Associado Destaque por terem participado de 13 ações da ABE em 2015, a maior presença entre os associados. Eles participarão de um concurso internacional de vinhos na América do Sul. Em clima de confraternização e integração, todos participaram da Gincana do Enólogo, que surpreendeu os profissionais com atividades de descontração ao som da banda Farina Brothers. O Dia do Enólogo é comemorado no dia 22 de outubro.






quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Mágicas mãos senegalesas - chef Mamadou Sène


O Chef Mamadou Sène esteve na Oktoberfest ministrando oficinas de gastronomia no Espaço SENAC


Dono de uma simplicidade e conhecimento ímpar, o professor de gastronomia do SENAC e apaixonado pelas lembranças de sua litorânea Dakar, capital do Senegal, chef Mamadou Abdoul Sène aterrissou em Santa Cruz do Sul durante a Oktoberfest para ensinar os presentes variadas receitas de seu amplo repertório de criações. Formado no Curso de Cozinha da Ècole Supérieure de Gastronomie de Dakar e após ter trabalhado como chef nos hotéis Le Méridien e President daquela cidade, também no Club Mediterranée e na embaixada Brasileira no Senegal, também viveu e trabalhou na França. Pelas suas mãos receitas clássicas são preparadas e ensinadas desde 1983 quando adotou Porto Alegre para morar e trabalhar. Além da carreira de docente, Mamadou é consultor de vários restaurantes, convidado de eventos gastronômicos pelo Brasil e parceiro de cozinha de grandes chefs nacionais. Receitas que levam peixes, molhos agridoces, frutas e especiarias além de ingredientes orgânicos e frescos são as suas preferidas. Nos workshops na Festa da Alegria preparou diversas receitas alemãs como canapés, manjares, purês, pato e este Frango com Páprica, cuja receita segue abaixo.              

Frango com Páprica (Paprikahuhn)


Ingredientes:

2kg de coxa e sobrecoxa de frango desossados
1 cebola grande picada
5 colheres de sopa de farinha de trigo
250g de nata
1 colher de sopa de páprica picante
100g de manteiga
Sal e pimenta do reino à gosto
500ml de caldo de galinha

Preparo:

Tempere as coxas e sobrecoxas de frango. Aqueça a manteiga na panela, adicione os pedaços de frango e frite até dourar. Reserve. Diminua a gordura remanescente na panela, frite a cebola e junte a farinha de trigo. Misture bem. Adicione o caldo de frango aos poucos, misturando até obter um creme levemente consistente. Acrescente a páprica, os pedaços de frango, tampe a panela e cozinhe durante 20 minutos. Junte a nata e deixe reduzir por 5 minutos.  Sirva acompanhado do Purê de Ervilhas (Erbsenpüree) cuja receita segue:


Purê de Ervilhas (Erbsenpüree)


Ingredientes:

500g de ervilhas secas
80g de bacon picadinho
1 cebola frande cortada em juliennes (tirinhas)

Preparo:

Lave bem as ervilhas e deixe de molho durante 2 horas para hidratar. Cozinhe na panela com 1,5l de água e sal até ficarem macias. Deixe escorrer e reserve 1 ou 2 conchas do líquido do cozimento. Coloque as ervilhas no liquidificador, bata juntando, aos poucos, o líquido do cozimento até obter um purê bem liso e tempere com pimenta. Esquente a frigideira, adicione o bacon e frite na própria gordura até dourar. Junte a cebola e refogue por 3 minutos. Sirva o purê de ervilha na travessa e cubra com o bacon e a cebola.
      



segunda-feira, 19 de outubro de 2015

San Marzano Cinquanta 2012, um ótimo italiano!

Macio como um veludo, potente como um cruzado de esquerda! 

Poderia ser a definição do estilo de boxe de Sugar Ray Leonard, mas trata-se do vinho italiano San Marzano Cinquanta 2012, blend composto das castas Primitivo (50%) e Negroamaro (50%) oriundos de vinhedos com mais de cinquenta anos na região de Puglia, por isso a referência ao nome. 

Seus aromas intensos e amplos remetem a ameixas, amoras, cerejas negras, compota de frutas, alcaçuz e notas de baunilha. Em boca é espraiado, redondo, com ótimo corpo e taninos absolutamente macios. Retrogosto persistente, amplo e intenso.  Sua cor é vermelho rubi profundo com reflexos violáceos e lágrimas.  

Amadurece 12 meses em barricas de carvalho francês.

Harmoniza com muitos tipos de comida, em especial com carnes de caça.

Possui 14% de graduação alcoólica e o ideal é ser degustado na temperatura de 18oC.

Você encontra diversos vinhos italianos na Wein Haus, loja especializada em vinhos, localizada na Rua João Pessoa 895, em Santa Cruz do Sul, fone (51)3711.3665 e site www.weinhaus.com.br

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!     


domingo, 18 de outubro de 2015

Os premiados no 9º Concurso do Espumante Brasileiro

O 9º Concurso do Espumante Brasileiro chegou a 2015 com número recorde de amostras inscritas e premiação destaque, uma novidade do concurso. Realizado pela Associação Brasileira de Enologia (ABE), o evento contou com dois dias de degustações, onde 264 amostras provenientes de 70 vinícolas de 10 regiões produtoras do Brasil foram degustadas por 44 enólogos em Garibaldi, a Capital Brasileira do Espumante. A excelência da bebida nacional resultou na premiação de 80 espumantes, sendo 5 Grande Medalha de Ouro (acima de 92 pontos), 70 Ouro (88 a 91 pontos) e cinco Prata (84 a 87 pontos).


O sabor brasileiro, a qualidade reconhecida entre especialistas e amantes do espumante foi comprovada na taça pelo júri composto por enólogos, jornalistas e sommeliers. Para o presidente da ABE, Juliano Daniel Perin, as impressões dos dois dias de degustações não poderiam ser mais positivas. “Ficou visível a qualidade do espumante brasileiro pelo grande número de medalhas de ouro, e também a quantia surpreendentemente de Grande Ouro”, avalia.

Os 44 degustadores foram divididos em cinco júris, cada um com amostras diferentes. As degustações aconteceram na quarta e quinta-feira (14 e 15), somente na parte da manhã, na Câmara da Indústria e Comércio de Garibaldi (CIC). Os trabalhos seguiram normas da Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV) e da União Internacional de Enólogos (UIOE).
Foto: Jeferson Soldi
A divulgação dos resultados e entrega das medalhas ocorreu em coquetel realizado na noite do dia 16, no CTG Sentinela da Serra, no Parque da Fenachamp, integrando a programação da Festa do Espumante Brasileiro. Foram premiados os espumantes melhores classificados por categoria, respeitando o limite de 30% dos inscritos.

Buscando aprimoramento condizente com a evolução do espumante nacional, a 9ª edição do Concurso do Espumante Brasileiro contou com uma novidade: o Destaque Manoel Peterlongo, distinção especial concedida a espumantes que se sobressaíram em suas categorias, através da degustação de preferência de cada mesa. Cinco amostras foram premiadas com a distinção, que foi muito bem recebida pelos jurados na avaliação de Perin. “A novidade acrescenta bastante para a evolução do concurso, que busca contemplar de maneira integral as produções nacionais e valorizar cada vez mais o espumante brasileiro”.

A distinção vem homenagear o centenário da Vinícola Peterlongo, responsável por elaborar o primeiro espumante brasileiro e dar início a uma trajetória de reconhecimento mundial.



Destaques Manoel Peterlongo

Categoria Espumante Extra Brut e Nature
Campos De Cima Extra Brut - Vinícola Campos De Cima

Categoria Espumante Brut Rosé
Castellamare Espumante Brut Rosé - Cooperativa Vinícola São João

Categoria Brut  Método Charmat
Garibaldi Espumante Chardonnay - Cooperativa Vinícola Garibaldi

Categoria Brut Método Tradicional
Cave Amadeu Espumante Brut - Vinícola Geisse

Categoria Espumante Moscatel

Zanotto Espumante Moscatel - Vinícola Campestre


Relação de todos os premiados


Empresa
Marca Comercial
Safra
Processo
Medalha
Cooperativa Vinícola Nova Aliança Ltda
Aliança Espumante Brut
Charmat
Grande Ouro
Sociedade de Bebidas Panizzon Ltda
Panizzon Espumante Chardonnay Brut
Charmat
Grande Ouro
Terrasul Vinhos Finos Ltda
Terrasul Espumante Moscatel
Moscatel
Grande Ouro
Vinícola  Don Giovanni
Stravaganzza Espumante Brut
Tradicional
Grande Ouro
Vinícola Galiotto Ltda
Casa Galiotto Espumante Brut
Charmat
Grande Ouro
Aliprandini E Meyer Vinhos Finos Ltda
Aracuri Espumante Aracuri Brut Rosé
2015
Charmat
Ouro
Basso Vinhos E Espumantes Ltda
Espumante Brut Champenoise
Tradicional
Ouro
Basso Vinhos E Espumantes Ltda
Monte Paschoal Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Basso Vinhos E Espumantes Ltda
Monte Paschoal Espumante Moscatel Rosé
Moscatel
Ouro
Calza Júnior Ind. Com. de Vinhos Ltda
Calza Espumante Nature
Tradicional
Ouro
Casa Geraldo Vinhos Finos
Casa Geraldo Espumante Prosecco
Charmat
Ouro
Casa Geraldo Vinhos Finos
Casa Geraldo Espumante Brut
Charmat
Ouro
Casa Valduga Vinhos Finos Ltda
Casa Valduga RSV Espumante Blush
2013
Tradicional
Ouro
Cave Antiga Vitivinícola Ltda
Cave Antiga Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Cia Piagentini
Decima Espumante Prosecco
Charmat
Ouro
Cia Piagentini
Cordon D´Or Espumante Brut
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda
Aurora Espumante Prosecco
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda
Marcus James Espumante Brut
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda
Conde de Foucauld Espumante Branco Brut
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda
Aurora Procedências Espumante Chardonnay
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda
Saint Germain Espumante Demi-Sec
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda
Aurora Pinto Bandeira Espumante Extra Brut
Tradicional
Ouro
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda
Aurora Espumante Moscatel Rosé
Moscatel
Ouro
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda
Marcus James Espumante Demi-Sec
Charmat
Prata
Cooperativa Vinícola Garibaldi
Garibaldi Espumante Chardonnay
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola Garibaldi
Garibaldi Espumante Prosecco
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola Garibaldi
Giuseppe Garibaldi Espumante Extra Brut
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola Garibaldi
Garibaldi Espumante Moscatel Rosé
Moscatel
Ouro
Cooperativa Vinícola São João Ltda
Castellamare Espumante Brut Rosé
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola São João Ltda
Castellamare Espumante Brut
Charmat
Ouro
Cooperativa Vinícola São João Ltda
Castellamare Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Courmayeur do Brasil Vinhos Ltda
Espumante Courmayeur Brut Prosecco
Charmat
Ouro
Courmayeur do Brasil Vinhos Ltda
Courmayeur Espumante Brut Chardonnay
Charmat
Ouro
Courmayeur do Brasil Vinhos Ltda
Courmayeur Espumante Brut Rosé
Charmat
Ouro
Courmayeur do Brasil Vinhos Ltda
Courmayeur Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Dal Pizzol Vinhos Finos
Dal Pizzol Espumante Brut Traditionelle
Tradicional
Ouro
Dal Pizzol Vinhos Finos
Dal Pizzol Espumante Nature 40 Anos
Tradicional
Ouro
Domno do Brasil Ind. e Com. de Bebidas Ltda
Ponto Nero Espumante Brut
Charmat
Ouro
Domno do Brasil Ind. e Com. de Bebidas Ltda
Ponto Nero Espumante Brut Rosé
Charmat
Ouro
Don Bonifácio Vinhos Finos Ltda
Quinta Don Bonifácio Espumante Brut Rosé
Charmat
Ouro
Don Bonifácio Vinhos Finos Ltda
Habitat Espumante Brut Rosé
2009
Tradicional
Ouro
Dunamis Vinhos E Vinhedos
Dunamis Champenoise Espumante Extra Brut
2013
Tradicional
Ouro
Estrelas do Brasil Com. de Vinhos Ltda
Estrelas do Brasil Espumante Brut
Tradicional
Ouro
Famiglia Zanlorenzi Ltda
Lunar Perfetto Prosecco Espumante Brut
Charmat
Ouro
Guatambu Indústria e Comércio de Alimentos
Poesia do Pampa Espumante Brut
2014
Tradicional
Ouro
Guatambu Indústria e Comércio de Alimentos
Guatambu Espumante Nature
2014
Tradicional
Ouro
Guatambu Indústria e Comércio de Alimentos
Poesia do Pampa Espumante Demi-Sec
2014
Tradicional
Prata
Indústria Vinícola La Cantina Ltda
La Cantina Espumante Brut Champenoise
Tradicional
Ouro
José Sozo Vinhos
Sozo Espumante Brut
Charmat
Ouro
Miolo Wine Group Vitivinicultura Ltda
Miolo Cuvée Tradition Espumante Brut
2013
Tradicional
Ouro
Miolo Wine Group Vitivinicultura Ltda
Íride Miolo
2009
Tradicional
Ouro
Miolo Wine Group Vitivinicultura Ltda
Miolo Cuvée Tradition Espumante Demi-Sec
2014
Tradicional
Prata
Natural Products Industria, Comércio e Serviços
Gran Legado Espumante Charmat Branco Brut
Charmat
Ouro
Natural Products Industria, Comércio e Serviços
Gran Legado Espumante Champenoise Brut
Tradicional
Ouro
Natural Products Industria, Comércio e Serviços
Gran Legado Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
R.A. Beltrami
Dom Roberto Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Sociedade de Bebidas Panizzon Ltda
Panizzon Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Vinhos Monte Reale Ltda
Valdemiz Espumante Brut Rosé
Charmat
Ouro
Vinícola Campestre Ltda
Zanotto Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Vinícola Campos De Cima Ltda
Campos De Cima Espumante Brut
2012
Tradicional
Ouro
Vinícola Campos De Cima Ltda
Campos De Cima Extra Brut
2012
Tradicional
Ouro
Vinícola Cave De Pedra Ltda
Cave de Pedra Espumante Brut Denominação de Origem
Tradicional
Ouro
Vinícola Cave De Pedra Ltda
Cave de Pedra Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Vinícola Don Guerino Ltda
Don Guerino Cuvée Espumante Extra Brut
Charmat
Ouro
Vinícola Galiotto Ltda
Casa Galiotto Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Vinícola Geisse Ltda
Cave Geisse Espumante Brut Blanc de Blanc
2011
Tradicional
Ouro
Vinícola Geisse Ltda
Cave Amadeu Espumante Brut
Tradicional
Ouro
Vinícola Giaretta Ltda.
Giaretta Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Vinícola Giaretta Ltda.
Giaretta Espumante Demi-Sec
Charmat
Prata
Vinícola Maximo Boschi Ltda.
Maximo Boschi Espumante Brut Speciale
2009
Tradicional
Ouro
Vinícola Mioranza Ltda
Riobravo Espumante Brut
Charmat
Ouro
Vinícola Pedrucci Ltda
Casa Pedrucci Espumante Brut Reserva
2012
Tradicional
Ouro
Vinícola Perini Ltda
Casa Perini Espumante Brut Rosé
Charmat
Ouro
Vinícola Perini Ltda
Casa Perini Espumante Prosecco Brut
Charmat
Ouro
Vinícola Perini Ltda
Casa Perini Espumante Demi-Sec
Charmat
Ouro
Vinícola Perini Ltda
Perini Espumante Nature
Tradicional
Ouro
Vinícola Perini Ltda
Casa Perini Aquarela Espumante Moscatel
Moscatel
Ouro
Vinícola Salton S.A.
Salton Espumante Demi-Sec
Charmat
Prata
Vinícola Zanella
Villa de Vinhas Espumante Brut
Tradicional
Ouro
Vinícola Zanella
Surrender Espumante Brut
Tradicional
Ouro