Novamente tendo como palco os pavilhões do Parque de Eventos de Bento Gonçalves, a Avaliação Nacional de Vinhos safra 2015 foi um show! A 23ª. edição do evento carregou consigo o peso de mais uma vez ser a maior degustação coletiva de uma safra do mundo, 850 pessoas puderam conhecer as 16 amostras de base espumante, vinho tinto e vinho branco escolhidas como as mais representativas pelo corpo de enólogos da Embrapa entre as mais de 300 inscritas.
16 amostras de 312 inscritas puderam ser degustadas |
O público presente mais uma vez era formado por produtores, distribuidores,
estudantes de enologia, enólogos, imprensa e apaixonados pelo mundo do vinho
que somaram-se ao painel composto por 15 personalidades do mundo do vinho e
mais uma pessoa do público escolhida por sorteio no evento.
Bases para espumante, brancos e tintos foram apresentados |
A painelista Sônia Denicol afirmou em seu comentário sobre
uma das amostras que gosta, curte, estimula e valoriza o vinho brasileiro,
segundo ela, “um pais em que se faz ótimos vinhos”.
Público de 850 pessoas prestigiou o evento |
Este
ano a organização passou adotar a tecnologia para os apontamentos e notas das
amostras apresentadas. Através de um sistema totalmente digital via intranet as
notas do público e a dos jurados, mais a dos enólogos da Embrapa imediatamente
foram conhecidas de maneira ágil e precisa. Cada pessoa recebeu senha e login
próprios para acessar a ficha digital de seu smartphone ou tablet e o sistema
computou imediatamente o conceito dado por cada integrante da plateia,
calculando a mediana do público a cada amostra servida.
Enófilos, especialistas, enólogos, imprensa, estudantes e apaixonados pelo vinho utilizaram pela primeira vez o sistema digital de avaliação |
Juliano
Perin, presidente da ABE – Associação Brasileira de Enologia – em seu
pronunciamento elogiou o trabalho da Embrapa e ABE pelo seu empenho e dedicação
a cada safra e fez questão de frisar as inovações para este ano na Avaliação.
“Abram as asas para o bom vinho brasileiro que é a grande estrela deste evento.
Apreciem com moderação e tenham ótimas sensações. Vida longa ao vinho
brasileiro e a ANV” encerrou.
Juliano Perin |
O tradicional agraciamento com o Troféu Vitis Amigo do Vinho Brasileiro este ano foi para Rosane Marchetti, jornalista e apresentadora de TV e o Troféu Vitis Destaque Enológico foi para Alberto Miele, Doutor em Viticultura, consultor do CNPQ e fundador da Confraria Cavaleiros do Vinho da Serra Gaúcha e do Congresso Brasileiro de Viticultura e Enologia e também editor da Revista Brasileira de Viticultura e Enologia.
Rosane Marchetti |
Alberto Miele |
As degustações da amostras iniciaram com as bases para
espumantes, depois vinhos brancos e por fim vinhos tintos. Destacou-se entre as
bases de espumante e os vinhos brancos o Moscato Giallo da Vinícola Don
Guerino, de cor palha claro e aromas florais com uma nota defumada e um acidez
em boca e citricidade ímpar e 11,8% de graduação alcoólica. Também o Riesling
Itálico da vinícola Luiz Argenta com sua cor palha com reflexos esverdeados e
que apresentou aromas de abacaxi, pomelo, frutas brancas, jasmim e boca de
acidez correta com retorno do floral e frutas brancas.
Já nos vinhos tintos foram apresentadas amostras de Merlot,
Cabernet Franc, Ancelotta, Teroldego e Tannat. O Cabernet Franc da Valmarino
esteve novamente presente assim como na edição passada e trouxe consigo a
coloração rubi violáceo profundo, destacando aromas de amora, cassis, ameixa,
alcaçuz, violetas e toque balsâmico, assim como violetas e algo terroso. Ótima
acidez, muito persistente e amplo, jovem e fresco ao paladar. Destaque também
para o Merlot da Miolo, um vinho já em contato com barrica de carvalho, cor
púrpura, aromas muito frutados – ameixas, cerejas e amoras - também avelãs,
suor, couro, melaço e compota e boca ampla, vigorosa com muita estrutura e
taninos redondos. Houveram dois
exemplares da casta Tannat – casta ícone do vizinho Uruguai – que mostra que
tal varietal pode encontrar um ninho muito interessante do lado de cá em
território brasileiro.
Os 16 vinhos mais representativos entre os 312 inscritos:
1. Base espumante - Chardonnay - Domno
do Brasil
2. Base espumante -
Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico - Chandon do Brasil
3. Base espumante –
Pinot Noir - Valduga
4. Branco não
aromático - Riesling Itálico- Luiz Argenta
5. Branco não
aromático – Chardonnay – Cooperativa Nova Aliança
6. Branco não
aromático – Chardonnay – Vinícola Basso
7. Branco aromático
– Sauvignon Blanc – Vinícola Santa Augusta
8. Branco aromático
– Moscato Giallo – Vinícola Don Guerino
9. Tinto Jovem –
Merlot – Vinícola Salton
10. Tinto –
Cabernet Franc – Vinícola Valmarino
11. Tinto – Merlot
– Vinícola Perini
12. Tinto – Merlot
– Miolo
13. Tinto –
Ancelotta – Vinícola Garibaldi
14. Tinto –
Teroldego – Vinícola Monte Rosário/Rotava
15. Tinto – Tannat
– Vinícola Aurora
16. Tinto – Tannat
– Vinícola Dunamis
O painel de personalidades que comentaram as amostras foi formado por:
Delto Garibaldi – Enólogo do Ano
2014 – Brasil
Claudia Quini – Vice-Presidente
da OIV – Argentina
Philippe Mével – Engenheiro
Agrônomo e Enólogo – Brasil
Victor Torres Alegre – Doutor em
Enologia – México
Fernando Petenuzzo – Presidente
da Associação de Enólogos – Uruguai
Sônia Denicol – Sommelier –
Brasil
Evan Goldstein – Jornalista –
Estados Unidos
Eugenio Echeverria - Presidente The Wine School – Brasil
Laurent Seramour –
Vice-Presidente Challenge International du Vin – França
Alessio Giacomini – Professor
Universidade de Pádova – Itália
Eduardo Milan – Revista Adega –
Brasil
Roberto Rabachino - Presidente da
Federação Internacional de Sommeliers – Itália
Alexandre Mendes de Oliveira –
Diretor Comercial da Verallia do Brasil – Brasil
Caio Paduan – Ator – Brasil
Firmino Splendor – Fundador e 1º
presidente da ABE – Brasil
Paolo Borin – Sommelier –
Bento Gonçalves – Sorteado no público
Pelos corredores:
Miguel Ângelo Almeida e Bruna Cristófoli, ambos
enólogos, ele Miolo e ela Cristófoli estavam radiantes com as amostras deste
ano.
O enólogo André Larentis atestou que a geada de setembro
castigou muito pouco as recém brotadas videiras no Vale dos Vinhedos,
principalmente devido a constante neblina que cobre o vale. Já Zeca Venturini,
da vinícola Góes e Venturini, estima que os efeitos da referida geada de 12 e
13 de setembro tenha diminuído a produção em cerca de 200 milhões de kg de uva.
Muitos produtores de Flores da Cunha gaúchos tiveram até 80% da safra perdida
pela incidência.
Shana Muller, Ernesto Fagundes, Cristina Sorrentino
e Vitor Custódio, fizeram o show de encerramento que emocionou os participantes
em uma homenagem póstuma ao tradicionalista Nico Fagundes.
Alejandro Cardozo,
o “mago das leveduras” e talvez o mais exponencial enólogo a trabalho no
Brasil, era só sorrisos após o tour de incursão a região vinícola da África do
Sul de onde recém regressou junto com a Confraria de Vinhos de Bento Gonçalves.
Estudantes de enologia mais uma vez foram um show a parte realizando o serviço de forma impecável |
Público pode conferir as propriedades organolépticas dos vinhos |
Sempre uma bela festa. Pena esta ano eu não ter podido ir amigo Emerson
ResponderExcluirGrande amigo Álvaro! sentimos sua falta! Até a próxima, abraço
ExcluirFalando em Goes e Venturini, fazia alguns anos que o Chardonnay dele não ficava de fora dos 16...
ResponderExcluirDestaque para os Chardonnays com "madeira alternativa".
Também achei o Merlot da Miolo um dos destaques, até pelo trabalho que eles tiveram para fazer o vinho: levedura indígena, várias (acredito que mais de uma dezena) de técnicas enológicas...
Boa tarde! Por um problema no blogger somente hoje consegui ter acesso aos comentários gerados pois muitos não apareciam em minha página, por isso perdoe-me a falta de resposta. Grato pelo comentário e novamente desculpe ter conseguido acessar somente hoje!
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