Iniciamos um
novo ano e com ele a renovação da esperança de que as coisas mudem inclusive no
mundo enogastronômico
Tivemos um grande ano em 2014
para a gastronomia brasileira! Talvez tenha tido a sua maior visibilidade até
agora com restaurantes em número e posições importantes na critica
especializada, nos rankings e avaliações em geral e tivemos um avanço
significativo no espraiamento da culinária com os food trucks, com a comida de rua e com as centenas de ações que
envolveram os gourmets, os cozinheiros e os chefs de cozinha do público
apreciador. E nunca antes tantas pessoas se descobriram cozinheiras e
praticaram em suas cozinhas, preparando almoços e jantares e reunindo seus
entes queridos no entorno da mesa. O ano também foi especial para a viticultura
brasileira, com nossos vinhos e espumantes garimpando medalhas e troféus mundo
afora e a cada dia mais presentes em taças e decanteres desta extensão tupiniquim.
Enfim, um belo ano, mas ainda assim com muitos desejos para 2015:
- que parem com esta história de
"não sei o quê Gourmet" para cá e para lá. Um produto para ser
diferenciado não precisa ser "gourmet", basta ter qualidade nos
ingredientes e preparo e uma boa comunicação!
- que tomates secos, arroz à
grega, coquetel de camarão e pimenta em flocos se aposentem de vez.
- que a tal "quebra"
nos frutos do mar congelados seja regulamentada e fiscalizada. Já não chega os
atuais preços destes ingredientes estarem proibitivos, o consumidor pagar por
1kg e ao descongelar sobrar apenas 550g é caso de polícia. Que cobrem 550g ou
então que haja uma legislação eficaz sobre o tema.
- que sejam mais originais e parem
de entupir os sushis com cream cheese. Qualquer coisa ruim fica boa com cream
cheese, portanto, a excelência do Sushiman deve ser provada sem este
mascaramento.
- que os mapas provem que o mundo
vitivinicola vai além de Argentina e Chile. E que as boas maneiras ensinem que
degustar vinhos e espumantes brasileiros é mais "in" que
d"in"heiro pobre de espírito!
- que os hermanos argentinos
finalmente se apercebam que “asado” é treino para churrasco!
- que alguns restaurantes tipo “buffet”
deixem de bancar os espertinhos e colocar óleo de girassol dentro de recipientes
de azeite de oliva extra virgem.
- que haja mais sabor e menos
pompa, mais entrega e menos pose nas cozinhas deste Brasil.
- que os garçons parem de trazer
vinhos abertos às mesas.
- que sejam abolidos por todo o
sempre aquelas taças de vidro pequenas ditas para vinho de clubes e
restaurantes pois até suco de uva perde sua essência servidas naquele
recipiente.
- que o contrafilé não seja mais servido
como filé mignon.
- abrir vinhos e antes de sequer
sentir o aroma colocar a foto nos Vivinos da vida. Vinho é como música em fones
Beats by Dr Dre: qualidade de fora para dentro, cada um sente para si. Depois,
querendo repassar a sua opinião independente do que rola na web, seja bem-vindo
ao legítimo clube de apreciadores!
- que esferificação, nitrogênio
líquido e técnicas moleculares fiquem restritas a aulas de química e longe das
cozinhas.
- que os restaurantes revejam a
prática de colocar 100% de margem na carta de vinhos.
- que nos deixem saborear aquela
gordurinha da picanha sem infestar-nos de recomendações e precauções médicas.
- que os restaurantes tenham como
motivo maior a celebração da comida e não ponto de encontro para bate-papo no
WhatsApp.
- que possamos ter a iluminação
divina para produzirmos menos lixo orgânico e orientações programadas de como
preparar saborosos alimentos com os “restôs”. A humanidade agradece!
- que acabe a divisão Baixa e
Alta Gastronomia e que perdure apenas a Boa Cozinha responsável por uma comida
bem feita.
Um Feliz Ano Novo a todos e que
as mesas tenham mais comida e menos intrigas, que as taças tenham mais vinhos e
menos egos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário