segunda-feira, 30 de junho de 2014

Vinhos do Brasil conquistam prêmios no Canadá e Hungria

 

Medalhas de Ouro e Prata ampliam ranking de reconhecimento no exterior

 
O Brasil vitivinícola brinda pela décima vez no ano a conquista de novos prêmios em concursos internacionais de vinhos. Depois da França, Grécia, Itália, Espanha, Inglaterra e Suíça, agora é a vez do Canadá e da Hungria reconhecer a qualidade dos vinhos e espumantes brasileiros. Seis medalhas, sendo duas de Ouro e quatro de Prata, foram arrematadas no Concurso Sélections Mondiales des Vins, realizado de 30 de maio a 4 de junho em Quebec (reuniu 1.738 amostras de 28 países, que foram avaliadas por 48 degustadores, entre os quais o diretor da Associação Brasileira de Enologia, Juliano Perin, esteve representando o Brasil) e seis Medalhas de Prata advindas do 15º Concurso Vinagora, realizado de 12 a 15 de junho em Tarcal, região de Tokaj, conhecida pelos seus famosos vinhos de uvas botritizadas. O evento reuniu 582 amostras de 18 países.



PREMIAÇÕES NO CANADÁ


Medalha de Ouro

Garibaldi Espumante Moscatel - Cooperativa Vinícola Garibaldi

Salton Intenso Tannat 2012 - Vinícola Salton

 
Medalha de Prata

Aurora Reserva Tannat 2012 - Cooperativa Vinícola Aurora

Monte Paschoal Dedicato Cabernet Sauvignon 2011 - Basso Vinho e Espumantes

Salton Reserva Ouro Espumante Brut - Vinicola Salton

Zanotto Cabernet Sauvignon 2011 – Vinícola Campestre

 

PREMIAÇÕES NA HUNGRIA
 

 
Medalha de Prata

Aurora Espumante Brut Chardonnay - Cooperativa Vinícola Aurora

Aurora Reserva Merlot 2012 – Cooperativa Vinícola Aurora

Chardonnay Amaze Sparkling Wine – Cooperativa Vinícola Garibaldi

Marcus James Espumante Brut – Cooperativa Vinícola Aurora

Privilegie Peterlongo Espumante Moscatel – Estabelecimento Vinícola Armando Peterlongo

Zanotto Espumante Brut – Vinícola Campestre

 

 

ABE estende prazo para inscrições dos vinhos para a 22a. Avaliação Nacional de Vinhos


Vinícolas podem inscrever amostras até 2 de julho

 

As vinícolas ganharam mais alguns dias para inscrever amostras na 22ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2014, que terá seu momento maior no dia 27 de setembro, quando cerca de 900 apreciadores da bebida conhecerão a representatividade da safra. Esta é a primeira etapa do evento, que passará, ainda, pela coleta e avaliação das amostras, antes de compartilhar o resultado com o grande público. Com a prorrogação, as vinícolas têm até dia 2 de julho para inscrever suas amostras.

 
Reconhecida mundialmente não só pelo seu caráter educativo como também pela expressiva contribuição no processo de evolução dos vinhos brasileiros e na promoção do vinho junto ao mercado consumidor, a Avaliação Nacional de Vinhos é uma grande vitrine da produção nacional, colocando em destaque variedades que vem se sobressaindo no mercado. “As particularidades do vinho verde amarelo já despontam em seu primeiro ano de vida. E tudo isso nós compartilhamos com quem aprecia a cultura do vinho”, destaca o presidente da ABE, enólogo Luciano Vian.


No ano passado, o evento reuniu 309 amostras de 63 vinícolas. Em 21 edições, 4.832 amostras foram avaliadas e 13 mil pessoas testemunharam o momento maior do vinho brasileiro, aguardado não somente pelas próprias vinícolas como também por experts do mundo todo. A cada safra, mais de uma centena de enólogos prova na taça o que o vinho brasileiro reserva aos apreciadores da bebida.

 
As vinícolas interessadas podem acessar o regulamento no site www.enologia.org.br. Também podem entrar em contato pelo e-mail abe.adriane@terra.com.br ou por meio dos telefones (54) 3452.6289 ou 3451.2277.

 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Cuca Delícia Germânica é a iguaria destaque da 14ª Festa das Cucas de Santa Cruz do Sul


Tive oportunidade de ser um dos jurados da escolha da melhor cuca da Festa das Cucas de Santa Cruz do Sul, evento que inicia hoje na estrutura do Parque da Oktoberfest na cidade. Na ocasião, variadas cucas pré-selecionadas pela comissão foram levadas ao crivo da banca de jurados para avaliarem a apresentação, a criatividade e o sabor. Destaque para a cuca Delícia Germânica, de autoria de Rosana Glesse, da Padaria Cucas da Rosana, ganhadora como “Melhor Cuca”.       

 
Cucas de qualidade não vão faltar durante esta edição, a 14ª Festa das Cucas, que acontece dias 27, 28 e 29 de junho, com uma variada programação artística e cultural. E para completar o cardápio variado de sabores, a Cuca Delícia Germânica, vencedora do 7º Concurso de Cucas, ocorrido no início de junho, promete ser uma das destaques do evento, realizado em parceria pelo Município de Santa Cruz e RBS TV.

Amendoim, requeijão, doce de leite, castanha, fios de ovos e morango são alguns ingredientes que compõem a cuca vencedora. Conforme Rosana, para participar do concurso, ela se inspirou na utilização de ingredientes da cultura alemã e manteve os produtos caseiros e coloniais utilizados em todas as suas receitas. Além disso, a própria criadora fez questão de montar os três produtos com o sabor inédito que foi avaliado pelos jurados ligados à gastronomia durante o certame. “É muito bom participar do concurso, já estou pensando na cuca do ano que vem”, ressalta. De acordo com a empresária, ela já participou cinco vezes da competição, estando três vezes no primeiro lugar. “Todas as cucas vencedoras tiveram ótima vendas”, relembra. Durante o evento, que acontece no final do mês de junho, a empresária diz que, além da iguaria destaque, vai disponibilizar para a venda os seus outros sabores diferenciados, como a Caramelo e a Marta Rocha.

A Cuca Delícia Germânica:

Massa:

50g de fermento biológico

1 ovo

1kg de farinha de trigo

300g de açúcar

1 colher de sopa de banha de porco

1 pitada de sal

200ml de leite morno

 

Recheio:

100g de requeijão

1 lata de leite condensado fervida

300g de amendoim torrado

500g de creme de ovos

Fios de ovos

Morangos

Castanhas

* foto: Patrícia Barreto 

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A Bruschetta de Costela Desossada


 

Pegamos uma tradicional receita e mudamos o seu principal ingrediente. O resultado foi surpreendente!

 

A bruschetta surgiu no período da Antigüidade, entre os trabalhadores rurais italianos, que inventaram a fórmula para aproveitar as sobras dos pães do dia anterior. O antepasto à base de pão tostado pode ser preparado com as mais variadas combinações de patês, geléias, queijo, embutidos ou frutas. A palavra bruschetta deriva de “bruscato” que em italiano significa tostado ou torrado e tem origem nas regiões do Lazio e de Abruzzo. Na região de Toscana o antepasto é chamado “fetunta”, que na Itália quer dizer fatia untada. Pois bem, trocamos o pão por um ingrediente mais “gaúcho”, a tradicional costela, mas sem osso, podendo inclusive ser a minga, muito saborosa ainda mais se oriunda de novilho. Confira a receita da Bruschetta de Costela Desossada

 

Ingredientes:

(para 4 pessoas)

 
1 kg de costela desossada fina (2cm de altura)

Uma abobrinha italiana cortada em fatias

4 tomates cortados em fatias

1 dente de alho picado

Orégano

200g queijo provolone ralado

Sal e pimenta preta à gosto

Azeite de oliva à gosto

 
Preparo:

Corte a costela em pedaços de cerca de 10cm. Retire o excesso de gordura. Aqueça duas colheres de sopa de óleo de girassol numa frigideira. Tempere a carne com sal e pimenta e sele em fogo alto por cerca de 4 minutos cada lado. Reserve. Escorra o óleo e refogue as abobrinhas com um fio de azeite de oliva e sal até dourarem. Reserve. Faça o mesmo procedimento cm o tomate, com cuidado, pois, com facilidade se parte. Reserve. Para montar, traga um pedaço de carne de volta a frigideira, sobre ela coloque uma camada de abobrinha, depois o tomate, por fim o queijo. Salpique com orégano e regue com um bom fio de azeite de oliva. Repita a operação. Sirva acompanhada de torradinhas e salada verde. 

Você encontra cortes nobres de gado Angus e Hereford na Best Beef Boutique, na Rua Marechal Deodoro 05, fone 51.3902-0630, em Santa Cruz do Sul. Confira!

 

 

sábado, 21 de junho de 2014

Copa do Mundo 2014

Prezados leitores,
 
Nos próximos dias estarei acompanhando a Seleção Brasileira de Futebol culminando com o jogo Brasil x Camarões em Brasília na segunda, dia 23 de junho.
 
 
Portanto novas postagens no blog virão a partir de quinta-feira!
 
A todos um abraço,
 
Emerson Haas
  

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Cachaça Weber Haus entre as Melhores do Brasil


Foi finalizado na semana passada, o Concours Mondial Spirits Selection 2014, um dos mais importantes concursos internacionais de destilados, que aconteceu no Costão do Santinho, em Florianópolis, pela primeira vez em um país da América Latina. Em degustações às cegas, 215 destilados de todo o mundo foram premiados: 11 medalhas “dupla de ouro”, 100 de “ouro” e 104 de “prata”. Além das duas melhores cachaças e o melhor destilado do concurso.
O Brasil teve o maior número de medalha. Ao todo foram 59: 2 dupla de ouro (Grand Gold Medal) que ficaram para a Cachaça Germana Umburana 2013, de Minas Gerais, e Porto Morretes Cachaça Ouro 2010, do Paraná; 31 de ouro (Gold Medal); e 26 amostras premiadas com prata (Silver medal).
As amostras de cachaça que recebem ouro são degustadas novamente para eleger a melhor entre todas. As vencedoras do concurso de 2014 como melhores cachaças do Brasil foram Cachaça Famosinha de Minas 2013, Engenho Buriti de Minas Ltda e Cachaça Weber Haus Envelhecida em Amburana Destilado, Rio Grande Sul, H. Weber e cia.
Do concurso também sai o melhor destilado entre todas as amostras de destilados recebidas e o whisky escocês, Octomore 5 years Scottish Barley, Bruiladdich distillery (Rémy Cointreau) foi o vencedor.
“O Brasil se saiu muito bem e é realmente um campeão. Estas medalhas colocarão os respectivos produtos em evidência no Brasil e no mundo”, afirma Baudouin Havaux, presidente do Concours Mondial de Bruxelles, organizador do evento. “Conseguimos mostrar para o mundo a qualidade dos nossos produtos e a cachaça mostrou todo seu potencial”, completa Zoraida Lobato, diretora da Market Press Evento, promotora do concurso no Brasil.
Enio Queijada, gerente de agronegócios do Sebrae Nacional, ressaltou a importância do evento para os produtores brasileiros, que vai além da medalha. “Há somente ganhadores, uma vez que todos receberão subsídios em informação, que possibilitarão a melhora do processo produtivo e, consequentemente, da qualidade do produto”, afirma. “O concurso é bom para elevar o nível de qualidade e melhorar as condições dos mercados por parte dos pequenos produtores e alambiques apoiados pelo Sebrae”, completa.
O evento tem parceria da APEX- Brasil, IBRAC e SEBRAE.
A cachaça
O destilado mais consumido no Brasil, a cachaça, ganhou destaque durante todo o evento. Foi o destilado com o maior número de amostra nesta edição e com recorde de em todas as edições: mais de 200 tipos de cachaça. “O júri composto por especialistas de várias nacionalidades teve uma experiência única, pode perceber as diferenças das cachaças e entender a dimensão dessa bebida”, conta Havaux.
O workshop realizado pelo superintendente geral da Fundação Nacional da Qualidade, Jairo Martins, deu um panorama do destilado mais consumido no Brasil. “Cada país tem um destilado de que se orgulha. Temos o privilégio da cachaça e precisamos desenvolver isso em cada brasileiro. A cachaça representa no mundo a nossa cultura e forma de ser”, afirma.
Não foram só os estrangeiros que saíram do Brasil conhecendo um pouco mais da cachaça. “O Spirits Selection é um intercâmbio. Uma oportunidade para o brasileiro conhecer destilados distintos que não estão acostumados. 90% das amostras de bebidas que participaram do evento não são importadas para o Brasil”, afirma Havaux. 
O júri
Com juri formado por profissionais de diferentes partes do mundo – como Alemanha, Canadá, Chile, China, Espanha, França, Itália, México, Peru e Taiwan, por exemplo - que não se conheciam, foi uma verdadeira troca cultural e de experiência. “Tínhamos certa expectativa de como seria esta engrenagem e ficamos realmente muito felizes com o resultado”, conta o presidente do concurso. “Em uma degustação às cegas, chegaram em comum acordo sobre critérios técnicos de bebidas, muitas que nem estão acostumados. Isso significa que as medalhas são realmente merecidas”, completa.
 
 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A voz do vinho

 

Um apaixonado pelo que faz! Irineu Guarnier Filho esteve em Santa Cruz e nos brindou com uma entrevista exclusiva
 


O jornalista especializado em agronegócio e vinhos, sommelier internacional, apresentador e colunista de vinhos na TV, e editor-chefe do site As Boas Coisas da Vida, Irineu Guarnier Filho esteve em Santa Cruz na semana passada, como convidado do encontro da Confraria do Sagu – tradicional confraria de análise técnica de vinhos da região – no qual participou e comentou a degustação às cegas de rótulos gaúchos da safra 2005. Este apaixonado por carros antigos e aviões é um defensor da desmistificação do vinho, ou seja, de seu consumo e serviço sem as pompas e rituais que acabam deixando a entender que a bebida seja pouco palpável a maioria. É um fiel defensor do bom vinho, seja ele de onde for, sem xenofobismos ou nacionalismos doentios. É literalmente um apaixonado pelas boas coisas da vida – título dado a seu site (www.asboascoisasdavida.com.br) onde ele e sua equipe dedicam variados conteúdos que – além da bebida de Baco – falam também de cerveja, gastronomia, viagens e eventos.

Irineu já cobriu – como repórter especial – eventos relacionados a arte enológica, agricultura e pecuária em todo o Brasil e em países como Chile, Argentina, França, Portugal e Israel. O agraciado em 2013 com o Troféu Vitis – Amigo do Vinho – na 21ª. Avaliação Nacional do Vinho concedeu esta entrevista exclusiva a Gazeta do Sul e blog Eu, Gourmet.

 
Em suas andanças por estes anos todos como jornalista, qual fato ou cobertura mais lhe marcou? 

Geralmente, cobri feiras agroindustriais, ou evento ligados ao agronegócio - nada muito aventureiro ou emocionante, portanto. Mas alguns lugares me marcaram profundamente: o deserto do Negev e Jerusalém, em Israel, pela história e beleza; o interior da França e, claro, Paris, cidade em que devo ter vivido em outra vida (se acreditasse em vidas passadas...); e o Douro e o Minho, em Portugal, pelas paisagens, pela gente e pelos vinhos.

 
Como você analisa o atual cenário vitivinícola brasileiro?

Há muitos - e bons - investimentos em qualidade, vinhos cada dia melhores, mas o mercado interno está crescendo pouco. Este consumo nacional de 1,8 litro de vinho por habitante ao ano é muito baixo. Ainda precisamos desenvolver uma cultura do vinho no país, para que a bebida se torne, de fato, popular, e um complemento rotineiro das refeições. Precisamos de escala de produção, redução de impostos e preços mais acessíveis para os produtos mais simples. Também precisamos acelerar a reconversão dos vinhedos, de uvas americanas para vitiviníferas. Com 80% de vinhos comuns, não seremos levados a sério em lugar nenhum. Uvas americanas deveriam ser destinadas unicamente para a elaboração de sucos. São excelentes para esta finalidade.  

 
O site As Boas Coisas da Vida tem muita identificação por quem o lê. Esta sempre foi a sua proposta de conteúdo?

O site é um projeto tocado com muita paixão por mim e pela jovem jornalista Lilian Lima, que trabalhou por muitos anos comigo no Grupo RBS. Falamos de vinhos, cervejas, cafés, gastronomia, viagens, hobbies e outros prazeres. Só coisas boas, de fato! As mazelas da cada dia mais triste realidade brasileira, deixamos para os jornais e os telejornais diários... Transformamos nossos hobbies em trabalho, e estamos muito felizes fazendo isso. O site ainda não tem um ano de existência, mas já exibe excelente volume de acessos, está bem conhecido no meio, e agora já conta com vários anunciantes, ou seja, virou realmente um negócio. Nós dois temos vários colaboradores, especialistas em diferentes áreas. Alguns escrevem regularmente para nós, outros eventualmente.  Os mais assíduos são o jornalista e expert em vinhos italiano Roberto Rabachino e o especialista em cervejas gaúcho Júlio Kunz. Mas temos colaboradores no Chile, Uruguai, África do Sul, França e em outros lugares. Um time de primeiríssima linha.


O Brasil - e em especial o RS tem ainda como melhorar seus vinhos? Qual seria o caminho para isso?

Sim, esse é um caminho sem fim - e sem volta. Sempre se poderá melhorar o produto que é feito aqui, seja com novos investimentos em agronomia, em enologia, em tecnologia e, principalmente, em marketing. Ainda se investe muito pouco em apresentação e divulgação de nossos bons vinhos. De nada adianta fazer um vinho excepcional se o consumidor nada sabe sobre o produto, ou nem sabe que ele existe.


Ainda há algum local promissor no Brasil ideal para produção de vinhos ainda pouco explorado?

O Brasil é imenso, possui muitos climas e solos diferentes, terroirs para a elaboração de todos os tipos de vinhos. A videira se adapta em quase todos os lugares. Além do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Pernambuco estão começando a fazer bons vinhos. Gosto mais dos vinhos do frio e da altitude. Acho que o Planalto Catarinense, com altitudes acima de 1.300 metros, é um dos mais promissores terroirs brasileiros - especialmente para vinhos brancos, como Chardonnay e Sauvignon Blanc, e tintos leves, como Gamay e Pinot Noir. No Rio Grande do Sul, além da Serra Gaúcha, da Serra do Sudeste e da Campanha, tenho provado vinhos surpreendentes e deliciosos dos Campos de Cima da Serra. Acho que essa região promete muito.


O que você acha sobre os vinhos orgânicos e biodinâmicos? É uma tendência?

Gosto muito desta volta às origens. Um dia, todos os vinhos foram orgânicos. Acho que este modelo de agricultura baseada no uso intensivo de agroquímicos está com seus dias contados. E não apenas para a produção de vinhos, mas para a de qualquer alimento. Acho que não se trata de uma moda passageira, é uma tendência que veio para ficar. Quem não se ligar nisso, vai ficar para trás.


Você teve a oportunidade de engarrafar seu próprio vinho no ano passado. Como foi esta experiência?

Era um velho sonho, que pude realizar, por meio do curso Winemaker, da vinícola Miolo. Durante um ano, nossa turma, com 25 alunos, acompanhou todo o ciclo da videira, fizemos as podas, os tratos culturais, a vindima, a vinificação e, por fim, o corte. Tudo orientado pelo enólogo Adriano Miolo e sua equipe.  Elaboramos um Merlot, com uvas do Lote 43 da Miolo, e de Monte Belo do Sul, e 15% de Cabernet Sauvignon. Nosso vinho (com selo da DO Vale dos Vinhedos)  ficou 8 meses em barricas de carvalho francês de segundo uso. O vinho ainda está muito jovem, sou suspeito para falar, mas acho que, com mais alguns meses de garrafa, teremos um bom e honesto Merlot para beber com os amigos.


Qual a casta tinta que poderá ser o cartão de visitas do Brasil?

Cada região tem revelado uma casta mais adequada. No Nordeste e em Minas Gerais, a Syrah. Na Campanha, Cabernet Sauvignon e Tannat. Nas áreas mais altas e frias, Sauvignon Blanc e Pinot Noir. Na Serra, a Merlot já é considerada a uva emblemática. Mas eu, particularmente, gosto muito dos vinhos de Cabernet Franc da Serra. Além dos espumantes, claro, disparado o melhor produto da região.


Qual o seu prato preferido?

Massas! Adoro. Depois, um bom carré de cordeiro.




Qual comida você provou e não esquece?


Difícil dizer. Mas acho que os pimentões recheados com guisadinho que minha saudosa mãe fazia eram divinos. Só de me lembrar do seu aroma, me vêm lágrimas aos olhos...



Qual a sua personalidade mais admirada na área do vinho?

Conheci tanta gente bacana nesse meio que, escolhendo um nome, certamente estaria sendo injusto com muitos outros. Admiro muito alguns enólogos que conheci aqui no país, brasileiros e estrangeiros. Profissionais brilhantes. Mas tenho grande admiração e afeto por um mestre em particular, com quem aprendi e continuo aprendendo muito sobre vinho: o professor italiano Roberto Rabachino. Um grande nome do vinho mundial e, para meu orgulho, um amigo.

Qual a sua uva preferida?

Gosto muito da caprichosa e feminina Pinot Noir. 
 

Qual vinho provou e não esquece?

Um Cheval Blanc 1978, aberto pelo mestre Rabachino.

Qual a sua opinião sobre a posição de alguns produtores brasileiros em importarem vinhos de outra nacionalidade e distribuir por aqui?

Acho que, no mundo do vinho, não deve haver espaço para a xenofobia. Temos que estimular o consumo do vinho. Do bom vinho. Seja de onde for.

 
Por que Argentina e Chile produzem vinhos médios de tão boa qualidade e preço e o que as vinícolas brasileiras podem fazer para alcançarem este patamar?

Eles têm uma escala de produção incrível. Produzem muito, com qualidade, na maioria dos casos. Boa relação preço-qualidade. Mas também pagam menos da metade dos impostos cobrados aqui. Nossas vinícolas devem continuar elaborando vinhos top, mas também têm de produzir vinhos mais simples, de entrada, com maior escala e com boa qualidade. E lutar pela redução da carga tributária.

Deixe uma dica para quem está começando a se interessar em beber vinhos.

Leia muito sobre vinhos, há uma vasta bibliografia à disposição, converse bastante com quem sabe mais, faça alguns cursos, se puder,  e, claro, prove o maior número possível de rótulos que conseguir  - tendo sempre o cuidado, obviamente, de beber moderadamente.

 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Vinhos e espumantes brasileiros conquistam premiações na França


 
O Brasil segue conquistando premiações em concursos internacionais. Agora na França, o país verde amarelo acaba de arrematar dois prêmios especiais, três Medalhas de Ouro e cinco de Prata. Foi no Les Citadelles du Vin, realizado de 17 a 19 de maio em Burdeaux.
 
As mais de 1.200 amostras inscritas foram degustadas por 50 especialistas. O resultado foi anunciado na Vinexpo, em Hong Kong, onde ocorreu a premiação. O diretor da Associação Brasileira de Enologia (ABE), João Carlos Taffarel, foi um dos representantes do Brasil no concurso, além do sommelier Danio Braga.
 
Conforme Taffarel, este evento tem uma particularidade que é a realização de uma conferência paralela ao concurso. “Todo ano este encontro foca uma região produtora do mundo e desta vez o Brasil foi o destaque. Tive a oportunidade de falar sobre as regiões de produção, suas particularidades e características dos vinhos brasileiros”, comenta. O cenário do mercado brasileiro de vinhos foi abordado por Braga.
 
Após as conferências, foi realizada a degustação de 15 rótulos de vinhos e espumantes de diferentes regiões do Brasil. “O público ficou impressionado pela qualidade e diversidade dos vinhos das diferentes regiões. Foi uma oportunidade para o público dos diferentes países conhecer o que o Brasil produz”, salienta Taffarel. O evento, que contou com o apoio da ABE e do Ibravin, reuniu cerca de 100 pessoas.
 
O Les Citadelles du vin é um concurso rigoroso de vinhos realizado no coração da região de Bordeaux -  França. O júri reuniu diversas personalidades do mundo do vinho, pesquisadores, professores, jornalistas e enólogos experts da França e de outros países. O concurso tem a patronagem da Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV) e da Federação dos Grandes Concursos (FIGEV).
 
 
PREMIAÇÕES
 
 
Premio Especial FIJEV Brasil
Casa Valduga Naturelle Espumante Moscatel 2013 – Casa Valduga Vinhos Finos
 
 
Premio Especial Brasil
Milantino Gran Reserva 2005 – Milantino Vinhos Finos
 
 
Medalha de Ouro
Casa Valduga Naturelle Espumante Moscatel 2013 – Casa Valduga Vinhos Finos
Milantino Gran Reserva 2005 – Milantino Vinhos Finos
Gran Legado Champenoise Brut – Natural Products
 
 
Medalha de Prata
Ponto Nero Espumante Brut – Domno do Brasil
Garibaldi Espumante Moscatel – Cooperativa Vinícola Garibaldi
Aurora Varietal Chardonnay 2013 Cooperativa Vinícola Aurora
Matiz Alvarinho 2011 – Hermann Vinhos e Vinhas
Matiz Cabernet Sauvignon 2011 - Hermann Vinhos e Vinhas

 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Vinhos gaúchos safra 2005 - resultado surpreendente


Na noite da última quarta-feira, 11 de junho, a Confraria do Sagu – especializada na análise técnica de vinhos – de Santa Cruz do Sul realizou seu encontro com o tema Vinhos Gaúchos safra 2005. A degustação às cegas teve como convidado e comentarista o jornalista Irineu Guarnier Filho que pontuou junto com os confrades os vinhos degustados.

A safra 2005 do vinho gaúcho foi uma das melhores já propiciadas pelo terroir principalmente da Serra. A baixa incidência de chuvas na fase final da maturação, a boa amplitude térmica (diferença de temperatura entre o dia e a noite) e o longo período seco contribuíram para que a referida produção daquele ano fosse diferenciada. Praticamente todas as vinícolas investiram em vinhos premium safrados e os vinhos tradicionais e reserva receberam ótimos retornos de crítica e de consumo.

Foram colocados na degustação às cegas os vinhos:

Valduga Storia 2005

 
  

Valmarino Reserva de Família 2005

Pizzato DNA 99 2005

Miolo Lote 43 2005

Gheller Vitral 2005

Don Laurindo Gran Reserva 2005

Décima 5 Uvas 2005

Boscato Gran Reserva Merlot 2005

Todos abertos em decanteres por 1:30h.

Numa análise macro e resumida, todos os vinhos estavam ricos em estrutura, alguns no ápice de suas características e outros ainda que poderiam ter mais no mínimo 3 anos de guarda. Chamou atenção a potência em boca e os aromas bastante evoluídos. O potencial gastronômico dos vinhos brasileiros ficou ainda mais evidenciado nesta provação. A safra 2005 impressionou pela sua complexidade, uma safra de enciclopédia.
 
O destaque da noite ficou a cargo do vinho Décima 5 uvas 2005, que obteve 9 de treze votos como o Melhor da Noite. Elaborado pelo enólogo Alejandro Cardozo, este corte de Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Pinotage e Cabernet Franc encantou pelas suas propriedades aromáticas e gustativas arrebatando os votos da maioria dos confrades.


Você encontra vinhos gaúchos da safra 2005 na Wein Haus, loja especializada em vinhos, localizada na Rua João Pessoa 895, Santa Cruz do Sul, fone 51.3711.3665 e site www.weinhaus.com.br.      
E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!