Muitos já
tentaram, poucos conseguiram. A batalha do homem contra a costela leva algumas
horas mas, ao final, a boa mesa é a garantia da paz selada!
Não há como, qualquer brasileiro
passar despercebido pelo 20 de setembro, a data do aniversário da Revolução
Farroupilha, a mais feroz guerra já demandada em solo brasileiro. Se foi
legítima, cada qual defende o seu ponto de vista, alguns acham que a Guerra
Farroupilha não resultou em nada, a não ser 10 anos de isolamento do restante
do Império. Já outros afirmam que foi neste período que o gaúcho – a ferro e
brasa – e o decretou sua identidade e o valor de seus costumes e de seu povo.
Outros rabiscam teses para projetar como o Rio Grande do Sul estaria se tivesse
efetivamente tivesse se separado do resto do Brasil, quem sabe um país de
primeiro mundo ou quem sabe um misto de Uruguai e Argentina. O certo é que isto
tivesse acontecido, atualmente teríamos um novo movimento, desta vez para tomar
Santa Catarina, afinal de contas, Punta del Este possui águas muito frias e com
o dólar na cotação que está, adeus veraneio por lá!
Mas de volta a este orgulho que o
gaúcho carrega por sua história, um dos diversos pratos preparados pelos farroupilhas
era a costela assada, na verdade a peça inteira, em grandes fogos de chão, difíceis
de preparar mas fáceis para servir a tropa, acompanhado do carreteiro de
charque, do aipim cozido e do feijão campeiro. Tal preparo também pode ser
feito em casa, na churrasqueira, ou no sítio, no legítimo braseiro, mas ambos
necessitam de algumas regras e muita paciência, que ao final, vale a pena, pois
a carne fica com uma suculência e sabor imbatíveis. O ideal é comprar a janela
da costela – a parte central da peça – mais saborosa e macia. Se for na churrasqueira,
leva cerca de 3 horas de fogo, a uma distância de cerca de 60 a 70 cm da brasa,
assando com o osso para baixo, virando a mesma cerca de uns 40 a 50 minutos
antes de servir. Se passar deste tempo de fogo, a costela pode ficar macia mas acabará
com a suculência, ficando semelhante a uma carne desfiada sobre o osso. Já se o
fogo for “de chão”, o tempo ideal é o dobro, pois o calor tende a se dissipar. Para
aqueles que não possuem um espaço para o fogo de chão ou uma churrasqueira tão
alta dentro de casa, pode usar-se uma alternativa, embrulhar a mesma no papel
alumínio por cerca de uma hora e meia, para que cozinhe em sua própria gordura,
em fogo mais baixo. No tempero, somente sal grosso, usado uma meia hora antes
de servir, para evitar que a carne desidrate. Pode ser feita usando um espeto
semelhante a um tridente, quando preparada no chão, ou então dois espetos ou
grelha quando na churrasqueira.
Indiferente quanto ao preparo, uma
coisa é certa: o sabor é único e o gaúcho assador, renova a cada costelão servido
o seu amor pelo Rio Grande querido!
E viva o 20 de setembro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário