Mamadou Sène ministrou workshops na Oktoberfest neste
último final de semana
Uma simpatia em pessoa! Este
seria o resumo perfeito do chef Mamadou Abdoul Sène, professor de gastronomia
do SENAC-RS e um dos mais renomados chefs de cozinha em atividade no estado.
Natural de Dakar, capital do Senegal, desde 1983 adotou Porto Alegre e o Rio
Grande do Sul como sua casa. No seu currículo, formação no Curso de Cozinha da
Ècole Supérieure de Gastronomie de Dakar e trabalhou como chef nos hotéis Le
Méridien e President daquela cidade, também no Club Mediterranée e na embaixada
Brasileira no Senegal, além de ter vivido e trabalhado dois anos na França. “Acabei
ganhando uma bolsa de estudos para vir para o Brasil estudar gastronomia
brasileira em 1979. Formei-me e acabei ficando no Brasil, primeiro em São
Paulo, depois em Santos e Guarujá e por fim, em Porto Alegre onde cheguei em 1983”,
comenta. Abaixo segue a entrevista exclusiva feita com este brilhante mestre
das panelas.
Eu, Gourmet: Como um habitante de Dakar veio parar no Brasil e
dentro de uma cozinha?
Mamadou Sène: Cheguei no Brasil em fevereiro de 1979, como bolsista
do Itamarati para cursar culinária brasileira. A minha formação em gastronomia
foi na França. Durante dois anos estudei em Chambery e Nice.
E,G: Você entende que há alta e baixa gastronomia ou comida boa e
comida ruim? Por quê?
MS: Acredito que há comida boa e ruim. A boa pode ser simples, mas
ser transformada em alta gastronomia, basta dominar bem as bases e as técnicas
culinárias (métodos de cocção, cortes e montagem de pratos)
E,G: Como ocorre o seu processo de criação de novos pratos?
MS: Quando vejo produtos frescos, começo a imaginar a forma mais
adequada de preparar e servir. Aí, se
tiver papel e caneta, monto a ficha técnica ou, chegando em casa, já passo tudo
para o computador. Gosto de trabalhar com produtos frescos e de outros lugares,
que me ajudam a ter mais criatividade.
E,G: Qual o prato que você comeu e até hoje não esqueceu?
MS: O Boeuf Bourguigon (clássico da culinária francesa - cozido de
músculo, cortado em cubos), como sou mulçumano, preparo sem o bacon.
E,G: Quais são os chefs que você admira, no Brasil e no exterior?
MS: Para mim o melhor e maior de todos, um ícone, é Paul Bocuse,
não há cozinheiro que não respeite e admire ele. É uma referência para todos.
No Brasil, há Claude Troisgros, Emmanuel Bassoleil, Alex Atala, João Leme,
Flávia Quaresma, Eric Jaquin entre outros.
E,G: Quando você não está cozinhando, o que gosta de fazer?
MS: Gosto muito de sair para comer fora, me divertir um pouco e ler
bastante.
E,G: E o gosto pela preparação da culinária alemã surgiu de onde?
MS: Estudei gastronomia na França, um dos professores era alemão e
tenho dois irmãos que moram na Alemanha, em Freigurg. Eles me mandam receitas
sempre que preciso. Adoro a parte dos peixes (truta, salmão...), dos molhos
agridoces e das frutas e especiarias (cominho, canela etc...)
E,G: Para aqueles que estão se formando em cursos de gastronomia,
qual o recado que você gostaria de passar a eles?
MS: A gastronomia não é a glamourização que se vê por aí. É dedicação total, trabalho árduo, aos
domingos e feriados. A gente trabalha para os outros se divertirem. Estar
sempre se atualizando também é fundamental. Só depois que se colhem os frutos.
Artigo publicado no jornal Gazeta do Sul de hoje.
O mestre dos mestres,chef Mamadou,simplesmente o melhor,saudades de suas aulas mestre.Helena Turma 2011 Senac.
ResponderExcluirBoa tarde! Por um problema no blogger somente hoje consegui ter acesso aos comentários gerados pois muitos não apareciam em minha página, por isso perdoe-me a falta de resposta. Sim, este chef é fantástico!
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