terça-feira, 31 de julho de 2012

Pappardelle ao Molho de Roquefort com Iscas de Cordeiro


Para os amantes da boa cozinha, o Mercado Público de Porto Alegre é um verdadeiro prato cheio para aquisição de ingredientes e iguarias culinárias. 

          A diversidade de ofertas e o grande número de bancas estimulam os gourmets a se realizarem nas compras. Nas instalações centenárias pode-se encontrar de tudo: legumes, peixes, carnes, bacalhau de todos os tipos, cachaças de todo o país, vinhos, guloseimas e temperos. Numa das bancas adquiri um belo pappardelle italiano, um talharim largo e saboroso. Também encontrei queijo roquefort argentino, alemão e suíço, patê de fígado de ganso, jamón espanhol, mix de frutas secas e geléias variadas. Em casa utilizei parte dos ingredientes para criar a receita que segue, o PAPPARDELLE AO MOLHO DE ROQUEFORT COM ISCAS DE CORDEIRO


Ingredientes:
(para 2 pessoas)

250g de talharim largo
100g de queijo roquefort picado
3 colheres de sopa de manteiga
1 colher de farinha de trigo
300ml de leite
200g de lombo de cordeiro cortado em iscas
Meio dente de alho picado
Pitada de noz moscada
Sal e pimenta preta à gosto

Preparo:

Aqueça duas colheres de manteiga em uma panela e junte a farinha de trigo misturando bem. Vá juntando o leite aos poucos, mexendo sempre para engrossar. Adicione o queijo roquefort, a noz moscada, o sal e a pimenta e mexa bem. 

Coloque a massa para cozinhar em água fervente. Numa frigideira aqueça o restante da manteiga e o alho e em fogo alto passe as iscas de cordeiro temperadas com sal e pimenta por cerca de 3 minutos. 

Escorra o talharim, sirva no prato, coloque sobre ele o molho de roquefort e em seguida junte as iscas de cordeiro. Para decorar tempero verde picado.

Você sabia



O Queijo Roquefort é produzido com leite de ovelha não-pasteurizado ao qual é adicionado o mofo penicillium roqueforti

A umidade e a quantidade de ar no local de maturação, necessárias para que o mofo se desenvolva no queijo, são rigorosamente controladas. 

Originário da região de Rouergue, França, tem forma cilíndrica e pesa de 2 kg a 3 kg. A casca é pegajosa de cor marfim bem clara e a textura é macia, com um aroma característico e sabor que pode ser mais ou menos picante de acordo com o grau de maturação. 

O Roquefort é branco, esfarelento e levemente úmido, com veios característico de matriz azul. Esse queijo tem odor forte e sabor característico notável do ácido butírico.

Artigo publicado no jornal Gazeta do Sul.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

D.O. Cabernet Franc 2004


Confesso que muitas vezes não tive boas experiências no paladar com a casta cabernet franc... Talvez eu não tenha escolhido os melhores rótulos desta uva-corte bordalesa. Pouca gente sabe, mas a Cabernet Franc é a cabernet original. A famosa cabernet sauvignon surgiu depois, através de um clone entre a cabernet franc e a sauvignon blanc. Mas tenho que dizer que ao provar o bom chileno  importado pela vinícola Miolo revi o meu conceito. A Cabernet Franc não tem muita expressão entre os eno-entusiastas brasileiros pois muitos entendem se tratar do prima pobre da Cabernet Sauvignon. O que os desavisados não sabem é que esta uva produz o notório e mítico Cheval Blanc. O D.O. apresenta cor rubi profunda, escura e quase opaca, enganando ao olho mesmo um despretensioso conhecedor. Ao nariz trouxe um bouquê muito perfumado, lembrando cereja, mirtilo, tostado, funghi secci, mas com algo vivo e mineral. Na boca, corpo médio, equilibrado, de boa persistência e um vinho fácil de beber.  Possui 14,5% de graduação alcoólica e idela ser servido a temperatura entre 14 e 16º.C. Harmoniza muito bem com pizzas, lasanhas a bolonhesa, queijos leves e – incrivelmente – galinhada! Você encontra o vinho D.O. Cabernet Franc na Wein Haus, loja especializada em vinhos, pelo site www.weinhaus.com.br ou fone 51.3711.3665.       


sexta-feira, 27 de julho de 2012

20ª Avaliação Nacional de Vinhos


386 amostras de sete estados brasileiros
participam da 20ª Avaliação Nacional de Vinhos

As 386 amostras inscritas por 70 vinícolas de sete estados brasileiros para a 20ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2012 já estão sendo coletadas pela Associação Brasileira de Enologia (ABE). O processo, feito diretamente nas vinícolas por enólogos nomeados pela entidade, segue até o final de julho. A partir do dia 10 de agosto inicia a degustação de seleção feita por 120 enólogos brasileiros divididos em quatro grupos. A empreitada encerra dia 31 de agosto, mas o resultado será apresentado a um público de mais de 800 apreciadores de vinho somente no dia 29 de setembro no Parque de Eventos de Bento Gonçalves.

Bahia, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo são os estados representados no evento. Assim, é possível identificar as características, ou melhor, o terroir de cada região produtora brasileira. O Rio Grande do Sul, que detém 90% da produção nacional, segue com a ampla maioria das amostras. No entanto, este ano aparece Pernambuco que em 2011 não figurava entre as representações. “A avaliação tem o importante papel de munir enólogos e vinícolas com um diagnóstico capaz de analisar as particularidades de cada região e, a partir delas, dotar os profissionais de informações relevantes para novos investimentos”, destaca.

Cada grupo de enólogos que participa da degustação de seleção terá quatro dias para avaliar um quarto das amostras. O resultado será apresentado ao grande público no dia 29 de setembro, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves. Além de anunciar a relação dos 30% representativos da Safra 2012, também serão divulgados os 16 vinhos selecionados entre este seleto grupo, e que serão degustados pelo público no dia do evento. Para participar do maior momento do vinho brasileiro, os apreciadores deverão aguardar o período das inscrições que inicia no dia 4 de setembro.

Novidades na 20ª safra

Histórica, a 20ª Avaliação chega trazendo novidades e também surpresas. As alterações acompanham o cenário vitícola, que muda conforme o desempenho de cada safra, o que não depende do mercado, mas da produção. As mudanças mais representativas estão nas categorias dos vinhos, que espelham o desempenho da produção vitícola.

A baixa representatividade dos vinhos rosé levou a entidade a eliminar essa categoria. Também foi reduzido de duas para uma amostra a classificação dos brancos finos secos aromáticos. Por outro lado, os tintos finos secos, que previam a classificação de seis amostras, agora terão sete vinhos destacados. O mesmo acontece na categoria de vinho base para espumante, que passa de duas para três amostras.

Amostras / Estado
N° amostras
Estado
1
BA
10
MG
3
PE
11
PR
347
RS
13
SC
1
SP
386



quinta-feira, 26 de julho de 2012

Entrecôte ao Molho Vermelho e Quibebe


Crocante e suculento! Esta é a melhor descrição deste prato rápido, fácil e saboroso. 

Gosto muito de preparar receitas com carne bovina, pois é claro, consumo muito este tipo de carne mesmo sabendo não se tratar da melhor dieta, mas o seu sabor e textura me fazem “pecar” seguidamente! Um dos meus preparos preferidos é na chapa, preferencialmente se for de ferro – pode ser uma panela, caçarola ou frigideira – e em fogo alto para deixar a carne bem selada, crocante por fora e suculenta por dentro. Acompanhe a seguir a receita do Entrecôte ao Molho Vermelho e Quibebe.


Quibebe:

Ingredientes:
1,5 kg de abóbora madura
Óleo de canola
Duas cebolas finamente picadas
Um dente de alho amassado
Salsinha picada à gosto
Sal e pimenta-do-reino à gosto

Preparo:
Descasque a abóbora e corte em pedaços pequenos. Aqueça uma panela com óleo e refogue o alho e a cebola. Junte a abóbora e a salsinha, mais duas xícaras de água fervente e deixe cozinhar com a panela tampada. Tempere com sal e pimenta e se for necessário vá adicionando água até que a abóbora fique macia. Desligue o fogo e amasse bem com um garfo, para virar um purê. Sirva quente.

Molho vermelho:

Ingredientes:
Um quilo de tomates italianos bem maduros sem pele e sementes
Quatro colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem
Uma colher de sopa rasa de açúcar
Pimenta-do-reino à gosto
Sal à gosto
Uma cebola grande ralada
Dois dentes de alho amassados
Uma colher de chá de cominho
Uma folha de louro
Três colheres de sopa de manjericão picado à gosto

Preparo:
Em um processador ou liquidificador processe os tomates até ficarem em pedaços. Em uma panela adicione o azeite de oliva e refogue a cebola e o alho e junte os tomates. Some o cominho e a folha de louro e tempere com sal e pimenta. Junte o manjericão, o açúcar e deixe cozinhar em fogo médio e com tampa fechada por cerca de 40 minutos. Adicione água somente se ficar muito seco, mas não será necessário. O molho deverá ficar grosso e encorpado. Reserve.

Entrecôte:

Ingredientes:
4 bifes de entrecôte – prefira somente o miolo – de cerca de 250g cada
Uma colher de sopa de manteiga
Duas colheres de sopa de óleo de canola
Sal e pimenta-do-reino à gosto

Preparo:
Aqueça bem a chapa e disponha a manteiga e o óleo. Tempere com sal e a pimenta as peças de entrecôte e em fogo alto sele as peças, deixando cerca de 3 minutos de cada lado ou até ficar com uma camada marrom crocante. Reserve, deixe esfriar (cerca de 20 minutos) e leve novamente ao fogo alto por cerca de 2 minutos cada lado. Sirva em seguida cobrindo cada peça com o molho vermelho e ao lado fazendo companhia o quibebe. 


Artigo publicado no jornal Gazeta do Sul de hoje.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Segundo melhor chef do mundo desembarca no Brasil


Jordi Roca, considerado pela revista britânica “Restaurant” como o segundo melhor chef do mundo, é presença confirmada na 15ª edição do Festival Cultura e Gastronomia Tiradentes, que acontece entre os dias 24 de agosto e 2 de setembro, na cidade mineira. 

À frente do restaurante El Celler de Can Roca em Girona, na Espanha, Roca é um apaixonado pela cozinha regional e autêntica, que neste ano ganhou destaque na programação do Festival através da realização da Expedição Gastronômica Brasileira.

Durante dez dias, a cidade de Tiradentes entra no clima do evento, que se divide entre os disputados festins - jantares especiais preparados por chefs brasileiros e internacionais, que acontecem às sextas e sábados - e atividades gratuitas como cursos, workshops, degustações, shows, exposições e teatro. 

Os restaurantes, considerados os melhores de comidas típicas de Minas Gerais, também preparam pratos especiais em comemoração ao evento. Para mais informações acesse www.culturaegastronomia.com.br.


Culinária de vanguarda marca a carreira do clã Roca 

Frutos do mar em novas leituras

Sobremesas fantásticas

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pizzato Concentus 2005


Recebi outro dia a visita da consultora comercial da Pizzato Vinhas e Vinhos, Caroline Dachery, e de suas mãos uma garrafa do Pizzato Concentus 2005, tinto representativo da bela safra daquele ano. Fiz abertura do mesmo para acompanhar um jantar cujo prato principal era vigoroso e de sabores marcantes, na expectativa de um bom casamento com o blend engarrafado. 

O Concentus é um corte que leva Merlot, Tannat e Cabernet Sauvignon e mostrou-se igualmente vigoroso e marcante. Possui cor rubi escuro com reflexos violáceos, brilhante e ostentador de lágrimas chorosas e lentas. Deixei por cerca de uma hora no decantador, pois logo mostrou-se fechado ao nariz. Após apresentou aromas de frutas negras e maduras – amora, cassis – frutas vermelhas como a cereja, também chocolate, alcaçuz, pimenta preta, leve herbáceo e tostados. Em boca é dono de uma “puxada forte”, potente, com amargor pronunciado, tostado, traz a fruta ao paladar, lembrando goiaba e cáqui, taninos duros, adstringência pronunciada – efeito “banana verde” – químico, salgado e salivante. Ampla persistência e agradável retrogosto. Um vinho com muita estrutura, complexo e que deverá estar ainda melhor com mais dois anos de garrafa. Passa sete meses em estágio por carvalho francês novo e carvalho americano de segundo e terceiro uso.

Possui 13% de graduação alcoólica e o ideal é bebê-lo na temperatura de 18°C. Recomendo que seja degustado com pratos à base de carne bovina, podendo ser na panela ou na grelha. Carnes de caça, também massas com molhos pesados e risotos encorpados darão sustentação a potência do vinho.

Você encontra vinhos da Pizzato na Wein Haus, loja especializada em vinhos, pelo site www.weinhaus.com.br ou fone 51.3711.3665.      

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mix de folhas com ricota, romã, pignoli e melão


Um sábado destes estava eu passeando pelo centro da cidade, entretido com um sorvete de cereja – e é claro, com cobertura de chocolate – quando fui repentinamente acossado por uma leitora, que munida de um pequeno poodle toy branco em um dos braços e por um marido emudecido em outro, esbravejava dizendo que o motivo de o marido – mudo – estar com todo “aquele” tamanho era eu(!). Sim, pois a culpa seria de minhas receitas suculentas à base de carnes, massas, risotos, frutos do mar e tudo o mais e que há muito o regime havia se ido e deixado apenas uma barriga flácida e a pele oleosa, além de vários quilos a mais... Depois de ouvi-la e contrapor dizendo que não basta só comer, mas sim comer moderadamente, fazer várias refeições pequenas ao dia, fazer exercícios físicos regularmente, não exagerar na bebida, entre outros cuidados básicos, é possível passar bem, comer de tudo e com prazer e não engordar. Contemplativa ela solicitou-me para apresentar dicas de saladas e sobremesas lights enquanto bradava ao marido que segunda-feira iria inscrevê-lo em uma academia. Quieto, ele apenas mexeu os ombros e me olhou cabisbaixo e o único toque de solidariedade que escutei foi o latido do poodle toy

Para atenuar este franco e democrático relacionamento, abaixo elaborei uma bela receita de salada. Com vocês o  MIX DE FOLHAS COM RICOTA, ROMÃ, PIGNOLI E MELÃO   



Ingredientes:
(para 4 pessoas)

Um molho de alface crespa roxa ou radicchio
Um molho de rúcula
Meio maço de agrião separado dos talos
Sementes de uma romã
Duas fatias de melão cortado em cubos
100g de queijo ricota
50g de pinolis ou amêndoas
Azeite de oliva à gosto
Vinagre de maçã à gosto
Sal à gosto
Pimenta do reino à gosto

Preparo:
Lavar e secar as folhas e acomodá-las em uma saladeira. Distribuir os demais ingredientes mesclando com as folhas verdes. Temperar individualmente com o azeite de oliva, sal, pimenta e vinagre. Servir

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Loiras, Ruivas e Morenas do Brasil



As opções e consumo de cervejas premium se multiplicam no país e com o mercado em expansão cria espaço para um novo profissional: o sommelier de cervejas


O mercado brasileiro de cervejas já não é mais o mesmo. O cenário mudou muito em poucos anos, para melhor. Um breve passar de olhos pelas prateleiras e você poderá notar: a tradicional bebida loira deixou de ser ofertada em apenas meia dúzia de rótulos e cedeu espaço às ruivas e morenas, multiplicando-se em centenas de opções, numa profusão de cores e sabores.

O crescimento é fruto da chegada e consolidação de marcas premium internacionais e investimento das cervejarias nacionais no lançamento de diferentes tipos e formatos da bebida, somado ao aumento do poder aquisitivo da população brasileira e à mudança da percepção desse público diante da diversidade de itens.
Os brasileiros têm recebido as novidades de braços abertos e, estimulados, os fabricantes correspondem às expectativas: só nos últimos cinco anos centenas de novos rótulos premium aportaram nas prateleiras do país. E o movimento não deve parar por aí: a expectativa dos profissionais do setor é dobrar as vendas de produtos premium dentro de dez anos.

Nesse cenário, consolida-se um novo tipo de profissional, o Sommelier de Cervejas, pessoa preparada para conhecer e reconhecer escolas cervejeiras, estilos, aromas, fragrâncias e tem um grande leque de opções em sua atuação como em micro, médias e grandes cervejarias, importadoras, distribuidoras, varejos, lojas especializadas, sites de vendas, entre outras muitas oportunidades que o próprio mercado vem criando em consequência da explosão da demanda e expansão de oportunidades. Na prática, o sommelier de cervejas pode confeccionar cartas cervejas, sugerir harmonizações, promover eventos e um dos pontos mais importantes, divulgar com credibilidade a cultura cervejeira, em nome de um ou mais estabelecimentos.
Trata-se de um profissional preparado para conhecer e transmitir informações sobre a história da cerveja, técnicas de degustação, matérias-primas e processo de malteação, Legislação brasileira, Processo de fabricação de cervejas, Famílias de cervejas, Estilos alemães, checos, ingleses, belgas e americanos, Chope, Glassware e serviço, Análise sensorial, Defeitos sensoriais (teórico /prático), Técnicas de harmonização (teórica/ prática), Carta de cervejas, Curiosidades e estatísticas, Cerveja e saúde, Concursos de cervejas, Coquetelaria com cerveja, Mercado de cervejas e Marketing de cervejas. Ou seja, não basta a ocupação de um posto. É muito mais do que isso.

E os estabelecimentos e profissionais atentos à tendência podem se preparar para entrar nesse filão sem sair do Brasil – o que é melhor para todos. Através da capacitação e conhecimento do produto e do mercado é que a Cultura Cervejeira será ampliada e disseminada a todos os seus públicos.


* Artigo de Tulio Rodrigues

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Eu peguei a Cléo Pires!



Durante as regravações do filme o Tempo e o Vento na campanha gaúcha, o gourmet conta seu casual encontro com a musa global

Numa de minhas investidas ao Uruguai acabei dedicando algumas horas as compras em Rivera em suas dezenas de freeshops. Em um deles estava eu olhando alguns perfumes quando percebi uma desatenção da atendente uruguaia que auxiliava-me na escolha do que levar. 

Logo em seguida percebi, ao meu lado, na distância de um braço, uma mulher de longos cabelos pretos muito escuros e lisos, regata e calça jeans igualmente preta, erguendo-se altiva sobre uma sandália bege de quase um palmo de salto. Em seu entorno um brutamontes cercava-a dando pinta de ser um segurança. 

Vagarosamente dei um pequeno paço para trás e reparei que a moça era muito bem balanceada de corpo. Novamente um passo à frente e percebo que abaixo do enorme óculos de sol apresenta-se uma boca de parar cortejo presidencial, portentora de lábios grossos e carnudos, descompromissadamente maquilados de batom vermelho sangue. Sim, era ela, a nova Ana Terra, a Cléo Pires! 

Após pequeno período sem ao menos respirar fui aos poucos retornando a quase normalidade. Não havia como não perceber que a mesma, mesmo com muita discrição, estava entusiasmada provando um novo perfume da Empório Armani. Não contive-me e arrisquei uma proximidade: - Gostastes??? A diva calmamente acomodou o perfume no balcão, virou-se para mim, subiu os óculos escuros para a cabeça, fitou-me, ensaiou um sorriso com os lábios e respondeu-me: - Muuuito! 

Pois bem, foi o sinal para encaixar um início de bate-papo! – Imaginei que tu fostes provar um Channel..., disse. – É que não gosto de dormir só com uma gotinha de perfume!!- ela respondeu-me seguida de uma estridente gargalhada. E engatamos uma conversa interrompida apenas entre uma e outra prova de perfume. Por recomendação da musa que disse “adorar” trouxe um Bulgari Black.  Dali fomos para a seção dos ingredientes culinários e vinhos, os quais - diferentemente dos perfumes e cosméticos - tenho um pouco mais de conhecimento. 

Ai quem perguntou sobre alguma dica foi a Cléo: - Entre malbec e pinot noir, o que devo levar? – Gostas de pegada forte, boca quente, estrutura e corpo equilibrado?, perguntei debruçado sobre uma estante, com voz arrastada e monocórdia.  – Sim! Meu namorado adora este tipo de vinho!!!, respondeu-me. Com um sentimento vingativo e tomado repentinamente de um perigoso ranço, recomendei: - Leve um gamay... Ele vai a-d-o-r-a-r!!! Quem me conhece sabe o quanto odeio esta casta. 

Alertei-a sobre o horário e de um compromisso fajuto que tinha e parti, sem rumo, mas não antes de arrancar uma bicota da moça sob o olhar franzido do segurança. Com um ar maquiavélico estampado no rosto, fui-me, afinal de contas tinha pego a Cléo Pires numa recomendação errada e digna de por fim num relacionamento, vingando todos os apreciadores dos lábios carnudos da bela! 

Crônica publicada no jornal Gazeta do Sul de hoje.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Zuccardi Série A Malbec 2010


O vinho mendocino Zuccardi Série A Malbec 2010 é um dos excelentes rótulos elaborados pela bodega homônima argentina, a partir de seus vinhedos localizados em Agrelo, La Consulta e Vista Flores. Como todo malbec abri o mesmo na parceria de assados na brasa e a combinação foi muito positiva! No olho apresentou cor rubi escuro com reflexos violáceos, brilhante e com lágrimas volumosas e lentas. No nariz trouxe agradável aroma frutado – mais frutas negras como amoras e cassis – além de cereja, morango, baunilha, chocolate, tabaco, figo, especiarias e tostado. Mesmo com alta graduação alcoólica, ficou integrado a fruta e a madeira.  Em boca de imediato apresentou equilíbrio. Possui corpo médio e a boca remete a fruta, com acidez equilibrada e taninos dóceis. Possui persistência e final amplo sem amargor. 70% do vinho amadureceu em barricas de carvalho francês novas, de segundo e terceiro uso durante 10 meses. Além do assado bovino a harmonização é ampla, podendo ser par ideal com pratos condimentados com molhos temperados, carnes de caça como perdizada, pato e javali, massas e risotos com paladar marcante. Possui 14% de graduação alcoólica e ideal ser consumido na temperatura de 16 a 18°C. Você encontra os vinhos Zuccardi na Wein Haus, loja especializada em vinhos, pelo site www.weinhaus.com.br
      

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Comendo coisa boa!


O Renatinho é um amigo que tenho, empresário, bem sucedido, meia-idade, que se cuida praticando esportes – preferencialmente os de competição – e que há alguns meses anda separado. Sim, depois de um relacionamento de vários anos e com dois filhos ao mundo achou por bem dar um novo ânimo ao seu dia-à-dia rompendo com a, então, sua esposa. 


Depois de um tumultuado início da condição de “separado”, entre idas e vindas da sua ex-mulher, descobriu que a vida tinha muito a oferecer e que poderia ser mais generosa do que vinha sendo para com ele. Entre uma e outra tentativa de relacionamento frustrada acabou descobrindo aquela que poderia ser o amor de sua vida, através da internet, num daqueles sites de relacionamento aonde depois da meia-noite todos os nicks passam a ser interessantes! Email vai, email vêm, SMS vai, SMS vêm, telefonema vai e telefonema vêm, combinaram de se conhecer. 


Ele, empolgadíssimo, voou para o Espírito Santo para conhecer a sua alma gêmea que lá residia. Ao se encontrarem já no aeroporto o Renatinho se entusiasmou e quando ela disse que cozinharia para ele, ficou mais encantado ainda. Pediu que ela preparasse uma moqueca capixaba, prato típico daquele estado. E ficaram lá, naquele contexto, ela cozinhando, ele em volta, pareciam coreógrafos do balé dos cisnes. Tiveram uma noite de amor, moqueca e caipirinha como jamais o Renatinho teve. 


Ao acordar pela manhã, percebeu que a sua pretensa amada ostentava ao lado da cama um copo Cica, daqueles de vidro canelado, completado por uma água cor âmbar onde dentro, adormecidas, encontravam-se não uma, mas duas próteses dentárias! Saiu correndo, embarcou no primeiro vôo de volta, regressou ao Rio Grande do Sul, mudou de email e até de celular! Sumiu da vista da moça. E percebeu que não precisava sair para tão longe para comer coisa boa... 


Segue uma receita para comprovar que os pratos e as mulheres daqui são muito melhores! A seguir a ANCHOVA NEGRA À PORTUGUESA


Ingredientes
(para 4 pessoas)

800g de filé de anchova negra cortado em 4 postas iguais
Uma cebola grande fatiada
Um pimentão amarelo pequeno fatiado
Um pimentão vermelho pequeno fatiado
100g de azeitonas verdes sem caroço
Suco de um limão
Azeite de oliva
Sal e pimenta branca moída à gosto

Preparo:
Seque bem as postas de anchova em papel toalha e tempere com o suco do limão, sal e pimenta e reserve. Aqueça um pouco de azeite de oliva numa frigideira e refogue os pimentões cortados com uma pitada de sal até ficarem macios. Reserve. Em seguida faça o mesmo com a cebola, temperando também somente com uma pitada de sal. Unte uma assadeira com azeite de oliva e acomode as postas de anchova. Regue com um fio de azeite de oliva, cubra com papel laminado e leve ao forno pré-aquecido a 200°C por 15 minutos. Retire a assadeira do forno, saque o papel laminado e disponha por sobre as postas o refogado de pimentão, as cebolas e as azeitonas. Leve novamente ao forno – desta vez sem papel laminado – por mais 10 a 15 minutos. Sirva acompanhado de arroz colorido e alho assado.  

VOCÊ SABIA

A anchova negra é um peixe de águas profundas do Pacífico podendo chegar a 3 metros de comprimento. Apesar do nome, é um peixe de carne branca, grande, com alto teor de gordura, assim como o salmão e, por este motivo, é um peixe perfeito para grelhar ou assar. Frutos do mar, quanto mais simples a receita, mais saborosos ficam. A anchova negra também é conhecida como peixe-prego o Ruvettus Pretiosus.  Este peixe contém uma grande quantidade de um óleo chamado gempylotoxin, que pode afetar aqueles que possuem um estômago e intestino mais delicado. Nos Estados Unidos a anchova negra é conhecida como Oilfish.



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Juan Carrau Sauvignon Blanc 2012


Gosto muito da uva Sauvignon Blanc e de seu potencial para a elaboração de vinhos frescos, minerais e joviais. Tal casta está espalhada praticamente pelos quatro cantos do mundo tamanha a sua adaptabilidade aos variados terroirs globais. Tive um ótimo encontro com a Sauvignon Blanc uruguaia e um dos que mais me agradou foi o Juan Carrau Sauvignon Blanc 2012 advindo dos vinhedos de Cerro Chapéu, próximo à Riveira, onde recém saído da rotulagem e em primeira mão foi-me apresentado pela diretora da Bodega Carrau, Margarita Carrau. Percebi um vinho cor palha com reflexos esverdeados, muito brilhante e límpido. Na taça, o aroma logo pronunciou-se trazendo a mineralidade característica da casta além de aromas cítricos e tropicais como abacaxi, pomelo, frutas brancas, floral - como o jasmim - e também amendoados. Na boca um vinho agradabilíssimo, redondo, leve, refrescante, com acidez na medida, bastante gastronômico e álcool bem encaixado. Combinou muito bem com uma quiche de espinafre servida mas também pode fazer ótimo par com saladas, frutos do mar (inclusive alguns preparos de salmão) e carnes brancas grelhadas.    
 
Possui 13% de graduação alcoólica e o ideal é servi-lo na temperatura de 8 a 10°C.

Você encontra os vinhos Sauvignon Blanc na Wein Haus, loja especializada em vinhos, pelo site www.weinhaus.com.br

E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!     


Carrau e sua extensa linha de vinhos


Margarita Carrau, diretora da bodega


Uma longa história contada desde o século XVIII 


Os diferentes solos de Cerro Chapéu e Las Violetas

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Crocante e cremoso Brie!


O queijo Brie atende as expectativas dos cozinheiros mais exigentes, tanto em sabor quanto em textura e versatilidade. De origem francesa, o queijo brie é fabricado no Brasil, com a mesma tecnologia do queijo Camembert, ficando as diferenças mais por conta do formato do que das propriedades organolépticas. É um queijo de massa macia e quebradiça, maturado externamente por Penicillium Candidun, que lhe confere sua característica casca branca aveludada – ao olharmos a primeira vista a impressão que dá é que se assemelha a um mofo, por isso também é conhecido como “queijo de mofo branco”. Em geral apresentam-se normalmente em forma de triângulos ou em formas cilíndricas de no máximo um quilo. Já pode ser consumido cerca de 30 dias após sua fabricação. Possui interior cremoso e típico sabor, com aroma lembrando leve amoníaco. Pode ser degustado puro, servido em fatias, mas também em saladas, sobremesas e pratos quentes, sob diversas formas. Uma delas é frito, cuja receita do Queijo Brie Empanado segue adiante!



Ingredientes:
(para 4 pessoas)

4 cunhas de 150g de queijo brie
Uma xícara de nozes e amêndoas
Duas colheres de sopa de sementes de gergelim
Uma colher de chá de tomilho desidratado ou fresco
Dois ovos
Sal e pimenta do reino moída à gosto
Óleo de canola o quanto baste para fritar

Preparo:

Para ter-se o ponto certo do brie, deve-se congelá-lo com antecedência de cerca de 2 horas tirando-o do freezer minutos antes do preparo. Colocar num processador as nozes, as amêndoas, as sementes de gergelim, o tomilho, a pimenta e o sal e processar rapidamente despejando o preparo num prato raso. Em outro recipiente misturar o ovo com um garfo. Mergulhar cada lado das cunhas de brie no ovo e depois no preparo feito no processador, pressionando levemente para a mistura cobrir toda a superfície do queijo e ficar bem aderida formando uma crosta. Envolver com um filmito plástico e levar à geladeira por cerca de uma hora. Aquecer o óleo de canola em uma frigideira pequena onde caiba cada cunha de queijo por vez. Fritar até ficar com coloração marrom – cerca de dois minutos cada lado. Escorrer em papel toalha o excesso de óleo e servir quente acompanhado de torradas e mix de saladas verdes.

Artigo publicado no jornal Gazeta do Sul de hoje. 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Vinhos premiados no 6° Concurso Internacional de Vinhos do Brasil


O  Concurso Internacional de Vinhos do Brasil foi realizado no período de 3 a 6 de julho de 2012 na cidade de Bento Gonçalves – RS onde as 547 amostras inscritas foram avaliadas por um júri  composto por 48 especialistas de 11 países.


Segue a lista dos vinhos premiados:

ALEMANHA
Weingut Anselmann Anselmann Riesling Sekt Brut 2009 – Ouro

ARGENTINA
B y B SRL de Carlos A. Balmaceda Arroba Carlos Balmaceda Malbec 2009 –Ouro
B y B SRL de Carlos A. Balmaceda Arroba Carlos Balmaceda Malbec 2008 –Prata
B y B SRL de Carlos A. Balmaceda Arroba Carlos Balmaceda Malbec 2010 –Prata
Bodega Zemlia Zemlia Cabernet Sauvignon 2010 – Ouro
Bodega Zemlia Zemlia Malbec 2010 - Prata
Bournett S.A Bournett Cabernet Sauvignon IG 2011 – Ouro
Bournett S.A Bournett Prestige Edición Limitada N/S – Prata
Chaves Oliveira Wine Group El Corazón Malbec 2009  Prata
Benegas Syrah 2008 – Prata
Viñedos de La Patagonia Malma Colecion Malbec 2009 -Ouro
El Sueño Malbec 2007 – Ouro

ÁUSTRIA
Erich Scheiblhofer Jois 2010 – Ouro
Erich Scheiblhofer Perfection Merlot 2010 – Ouro
Erich Scheiblhofer Erich Scheiblhofer Shiraz 2010 – Prata

BOLÍVIA
Kuhlmann y Cia Ltda Singani Los Parrales Reserva Aniversario 2009 -Prata

CHILE
Yali Gran Reserva Syrah 2008 – Ouro
Viña Luis Felipe Edwards LFE 900 Bieno 2009 –  Ouro
Viña Luis Felipe Edwards Luis Felipe Edwards Reserva Carmenère 2011 –Ouro
Viña Luis Felipe Edwards Dona Bernarda 2009 – Prata
Viña Luis Felipe Edwards Luis Felipe Edwards G Reserva Carmenère 2011 -Prata
El Sueño Cabernet Sauvignon 2008 – Ouro

ESPANHA
Altos R Crianza 2004 - Prata
Altos R Crianza 2006 - Prata

ESTADOS UNIDOS

Wente Vineyards Wente Riva Ranch Chardonnay 2008 -Grande Ouro


FRANÇA
La Forge Viognier 2010 - Ouro
Unique Sauvignon Blanc 2010 – Prata
Antoine Moueix 2009 –Ouro

PORTUGAL
Adega Edmun do Val S.L Quinta Edmun do Val Reserva 2010 – Prata
Vinhos Lda Casa Ermelinda Freitas Petit Verdot 2010 -Ouro
Vinhos Lda Terras do Pó Castas Petit Verdot/Syrah 2009 – Prata
Vinhos Lda Casa Ermelinda Freitas Syrah 2010 -Prata
Vinhos Lda Terras do Pó Castas Chardonnay / Viognier 2011 – Prata
Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões Crl Adega de Pegões Colheita Selecionada Branco 2011 – Ouro
Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões Crl Adega de Pegões Syrah 2010 -Prata
Magna Carta 2008 – Ouro
QBL, Unipessoal Lda Barranco Longo Reserva Tinto 2008 – Prata
Quinta de Lemos S.A Quinta de Lemos Touriga Nacional 2007 – Ouro
Quinta de Lemos S.A Quinta de Lemos Dona Georgina 2007 - Ouro

REPÚBLICA ESLOVÁQUIA
J e J Ostrozovic Tokaj 5 Putnovy 2004 – Grande Ouro
Miroslav Dudo – VMD Veltlínke Zelené 2010 – Ouro
Pol’nohospodarske Druzstro Vajnory Feteasca Regala 2011 - Ouro

URUGUAI
Antigua Bodega Stagnari Osiris Tannat 2006 - Ouro
Antigua Bodega Stagnari Finitezza Tannat 2009 – Ouro
Antigua Bodega Stagnari Cantharus Tannat 2009 – Ouro
Bodegas Rodriguez y Cia Licor de Tannat La Estancia 2009 - Ouro
Brober SRL Bertolini & Brogolio Tannat Premium 2011 – Ouro
Erne S.A (Bodega Spignoglio) Tierra Alta Reserva Tannat 2010 – Prata
Grupo Traversas S.A Viña Salort Reserva Syrah – Tannat 2010 – Prata
Pizzorno Family Estates Pizzorno Tannat Reserva 2010 – Ouro