Foi no verão de 2006. Eu estava em férias pela maravilhosa Santa Catarina e passei alguns dias em Garopaba e suas praias adjacentes. Encontrava-me na Ferrugem, antro de gente bonita e badalação, num final de manhã, sentado num quiosque à beira-mar quando ao meu lado senta-se um sujeito alto, cabelos negros, bermuda florida e óculos de sol. Ao seu lado uma bela mulher. O homem fica de olho numa peladinha (de futebol!) ao lado quando um dos jogadores nos chama para completarmos o time. Hesitei um pouco mas fui enquanto que o outro rapaz prontamente tirou o óculos e o chinelo e correu para o campinho de areia improvisado.
E reiniciou-se a partida, agora com seis para cada lado. Numa matada no peito e toque de lado o então rapaz que sentara a meu lado, deixou um jogador do seu time de frente para o gol. Logo após roubou uma bola na intermediária, levantou-a acima da areia e de sem pulo emendou uma obra-prima. Também anotei o meu – um bonito gol - driblei dois, arrisquei bater, o goleiro se projetou e eu toquei no outro lado. O gol não foi suficiente e perdermos o jogo por 5 gols de diferença, 3 golaços dele. Voltamos ao quiosque e o então calado turista encontrava-se altivo, e de óculos novamente colocados, sorridente e com sotaque portenho, sentou-se a meu lado e cumprimentou-me pelo gol feito. Pedi caipirinha e ele apenas água. Foi quando surgiu um grupo de argentinos que adentraram ao quiosque chamando por “Roman” envolveu-nos e bateram um rápido papo com o cara que estava sentado ao meu lado: era simplesmente o Riquelme, ou melhor, Juan Roman Riquelme, astro da seleção argentina naquela ocasião!
E entre várias fotos e seguidas solicitações de “vuelta Roman” almoçamos juntos e ali ficamos até o meio da tarde, quando Riquelme voltou a sua introspecção e calou-se em habitual melancolia. Motivado pelos demais argentinos, ao despedir-me com um aperto de mão e um tapinha nas costas, solidarizei-me aos hermanos e pedi um “vuelta Roman” também. Um ano depois ele atendeu-me. Saiu do Villarreal espanhol e regressou em fevereiro ao Boca Juniors, e no dia vinte de junho daquele ano sagrou-se hexacampeão da Libertadores, contabilizando três gols em duas partidas memoráveis, contra o meu Grêmio, em Porto Alegre e eu estava no estádio assistindo aquela final, arrependido e triste por ter pedido a sua volta...
Esta crônica veio à tona para apresentar o prato pedido naquele almoço e de sabor maravilhoso, que procurei reproduzir na receita que segue abaixo, o SALMÃO GRELHADO COM MINI-BATATAS E MUZZARELLA DE BÚFALA REGADAS COM AZEITE DE OLIVA E AMÊNDOAS.
Para tal, não há regras definidas de quantidade. Basta um bom pedaço de filé de salmão temperado com sal e pimenta e grelhado por alguns minutos no fogão com o acompanhamento de mini batatas pré-cozidas e salteadas em manteiga e salsão. Para compor o prato uma boa sintonia se faz com muzzarella de búfala aberta com os dedos e temperada com uma mistura de azeite de oliva, fatias de amêndoas e nozes picadas, sal e pimenta. Como diria Riquelme: “increíble”!!!
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