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sábado, 5 de novembro de 2011
Tato, a espanhola e a amiga feia
Tenho um amigo, o Tato. Desde pequenos nos conhecemos, pois o Tato era vizinho da casa onde eu morava. Sempre tivemos nossas diferenças até porque ele gostava de assistir He-Man e eu a Caverna do Dragão; ele curtia bicicross e eu futebol; ele tinha como herói o Renato Russo e eu o McGyver.O Tato sempre teve muita sorte com as garotas. A bonitona sempre se interessava por ele nas festinhas e boates e a amiga da bonitona, a feia, se interessava por mim... E o rapaz passou a colecionar gatinhas! Namorava todas superficialmente e não se fixava a nenhuma. Aquele coração parecia impenetrável! Quando ficamos adultos e passamos a gerenciar as nossas vidas, cada um foi para um lado, com suas escolhas e preferências e nossa amizade se distanciou. Ele se mudou para o Rio e depois para a Itália e eu, bem, eu estou aqui, escrevendo! Alguns anos atrás, recebi um telefonema – não sei como – dele mesmo, o Tato, dizendo que estava chegando de viagem e viria me visitar. Fui buscá-lo no aeroporto e ao nos revermos foi aquela alegria misturada com saudade dos velhos tempos e, surpresa: o Tato trouxe com ele a esposa! Isso mesmo, e-s-p-o-s-a. Uma espanhola escultural de nome Marta, cabelos cacheados pretos e olhos grandes e marcantes, voz rouca e veemente e gestos dramáticos tipo as mulheres dos filmes do Almodóvar. Continua com bom gosto o moço, mas o seu coração antes uma fortaleza de grossas paredes agora derretia-se aos encantos de Marta! Lá em casa enquanto preparava um petisco para o casal, perguntei ao Tato como aquela morena tinha-o tirado da vida de luxúria e prazeres carnais? “Pegou-me pelo estômago” disse ele. E emendou: “Marta prepara uma salada de batatas que não tem como não se apaixonar! E os ingredientes e o modo como ela prepara...”. Não entendi. Até que na hora do almoço Marta pôs a tocar um CD de música flamenca, tirou o salto e iniciou o preparo da salada enquanto dançava e cantava chorosamente de borrar o rímel, quase num ritual de encantamento. Olhei para o Tato e ele nem piscava. Estava vidrado com um largo sorriso no rosto. O feitiço só foi quebrado quando a campainha tocou. Era a amiga...feia!
A seguir a receita da SALADA DE BATATA AO MOLHO DE RÚCULA E LIMÃO
Ingredientes:
(para 4 pessoas)
6 batatas brancas médias
10 folhas de rúcula
3 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem
50g de queijo parmesão ralado grosso
Suco de meio limão
Pitada de sal
Pitada de pimenta do reino moída
Preparo:
Colocar as batatas para cozinhar até ficarem no ponto, cuidando para não ficarem macias demais. Descascar e cortar em cubos com cerca de dois centímetros e colocar em uma travessa ou saladeira. No mixer ou no liquidificador juntar a rúcula, o suco de limão, o azeite de oliva, o sal e a pimenta e bater bem. Distribuir sobre as batatas, juntar o queijo e misturar bem. Servir como acompanhamento de carnes.
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