quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mais um encontro




Hoje é dia de um novo encontro da Confraria do Sagu, tradicional confraria de vinhos de Santa Cruz do Sul cuja história está contada num dos posts neste blog. A noite será dedicada ao Desafio de Mendoza e será capitaneada pelos confrades Rodrigo e Alexandre, o qual dedilhou o seguinte convite a todos:

“Caros compañeros de vino.
Mañana, miércoles 30, a las ocho de la noche, en la casa de Rodrigo, aremos más una de nuestras reuniones enogastronomicas. Vamos a chupar unos vinitos y a morfar unas carnes o pollo para los que prefieren. Decidimos llamar-la de “ El Desafío de Mendoza” pues en la fecha vamos a degustar 3 botellas que traje de aja y 3 botellas elegidas por Rodrigo de otras partes del mundo para comparar as ciegas. Tenemos unas sorpresas preparadas. Así que vengan todos. No se olviden de sus tazas.
Saludos
Alex”


Vamos lá!


Estes foram os vinhos degustados na noite do "Desafio de Mendoza":

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Salve as estatísticas!


A minha descendência judia acabou me levando pelo sangue a finanças, comunicação e comércio, tripé que pode resumir bem a vocação herdada. Nestas qualificadoras sempre fui ligado em matemática e nela a estatística, particularmente, me chama a atenção. Além de usá-la em minhas pesquisas para o meu trabalho e tudo que o cerca, eis que agora com o blog elas mensuram a saúde do mesmo e como tal, os resultados do “exame” desta ferramenta quero deixar descrito abaixo.

Do dia 25 de setembro deste ano até hoje, 29 de novembro, as 18:30h, o blog Eu, Gourmet teve 18.888 visitas, sendo 10.820 somente no mês de novembro! É um número muito expressivo e que traz cada vez mais o compromisso em levar o melhor a esta agora muito acessada página!

Veja abaixo os posts mais acessados no período:

Vinho tinto lidera a preferência: 2.810 acessos
Juju e o pão de queijo: 1087 acessos
Top 10 – Os melhores vinhos degustados: 715 acessos

Obrigado a todos pela interação e continuem contribuindo para que esta paixão pela gastronomia, vinhos, viagens e tudo o mais, ou seja, pela vida, só aumente!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Mudança!


Quando eu era adolescente tinha algumas coisas que gostava mais, outras menos e algumas, ainda - quase tudo - eu não suportava. Neste rol encontravam-se entre tantas outras coisas, comidas, e neste permeio o carpaccio. Não conseguia entender como alguém podia comer aquilo – imagina - carne crua! Cresci tendo pesadelos com o carpaccio e sonhos voluptuosos com a personagem Angel da minissérie Sex Appeal que fez sucesso na televisão lá pelo início dos anos 90! Tal personagem era uma jovem modelo de corpo magrelo e dentes salientes. Depois de algum tempo conclui que meu fascínio não era direcionado a personagem, mas sim a atriz, uma moça ainda desconhecida chamada Luana Piovani.
Com o passar dos anos a Lulu – procurei carinhosamente identifica-la assim – cresceu, encorpou, fez dezenas de personagens, recusou umas cinco capas de Playboy, namorou, armou barracos e rompeu relacionamentos com mais de duas dezenas de famosos, fato que me deixou efetivamente chateado, pois não seria comigo que a coisa poderia ser diferente. Assim, passei a ignora-la: virava o rosto quando pela estrada encontrava outdoors com seu perfil estampado, mudava de canal quando a via na televisão e passava batido as páginas de revistas com fotos suas. E também a própria musa sumiu, foi morar em Nova Iorque e cursar escola de teatro, abandonou papéis na TV e saiu da rota até mesmo dos comerciais de cosméticos e lingeries. De volta ao Brasil teve novos namorados, confusões e outros tantos barracos bem expostos pela mídia e aumentou ainda mais o seu já conhecido mau-humor.

Continuei ignorando-a até há alguns meses atrás, quando vi a sinopse de um novo filme chamado A Mulher Invisível - que virou uma gostosa série - na qual a Lulu é uma das protagonistas. E que protagonista! Ela está ainda mais alta, esbelta, linda, com corpo malhadíssimo, seios fartos, abdômen perfeito, cabelos longos e volumosos, lábios carnudos e fazendo o papel de uma amante ardente prá lá de sexy. Irei locar o DVD só para vê-la quantas vezes forem necessárias. Ah! Se vou... É uma nova Lulu! E se até ela mudou eu também posso começar a gostar de CARPACCIO.



Segue a receita desta iguaria:

Ingredientes:
(para 4 porções)
500g de carne de boi (file mignon, contrafilé ou lagarto sem gordura)
4 colheres de sopa de azeite de oliva
Suco de 1 limão
80g de queijo parmesão ralado grosso
Duas colheres de sopa de mostarda
2 colheres de alcaparras lavadas e escorridas
Sal e pimenta-do-reino moída na hora à gosto

Preparo:
Em uma vasilha misturar o azeite, o limão e mostarda, temperar a gosto e reservar. Limpar a carne e levar ao congelador até ficar parcialmente congelada. Retirar a carne do congelador e fatiar fatias finas com uma faca bem afiada. Abrir um plástico sobre uma tábua de cortar, dispor uma fatias, cobrir com outro plástico e delicadamente com a palma da mão ir batendo para deixar a fatia fina. Repetir o processo. Numa travessa dispor as fatias de carne abertas, temperar com cuidado com um pouco de sal, regar com o molho e salpicar com o parmesão, as alcaparras e a pimenta, regando tudo com um generoso fio de azeite de oliva. Servir de entrada.

domingo, 27 de novembro de 2011

Caves Velhas Romeira 2009 Tinto

O vinho comentado de hoje é o português alentejano Caves Velhas Romeira 2009 Tinto, produzido a partir das variedades Alicante Bouschet (20%), Aragonez (40%) e Trincadeira (40%). Possui cor rubi com ligeiros reflexos violáceos, muito límpido e transparente. No nariz de imediato traz algo azedo lembrando iogurte além de notas de frutos vermelhos como cereja, framboesa, azedinha e morango. Na boca mostra-se um vinho muito redondo, excepcionalmente frutado, fácil de beber e macio. É um vinho de média persistência e igual médio corpo, fresco e ligeiro. Graduação Alcoólica de 13,0% e ideal ser bebido na temperatura de 17°C. Harmonizou muito bem com uma lasanha de salmão e molho vermelho, mas também vai bem com carnes brancas assadas e vermelhas grelhadas ou com molhos, caça não muito condimentada e queijos médios. Excepcional custo-benefício!



E lembre-se: se beber, NÃO DIRIJA!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Delícia litorânea!

Em visita aos amigos Maira e Silvio Kist no litoral gaúcho, num repentino domingo de feriadão, tomei posse do freezer e armário dos mesmos para providenciar um belisco no acompanhamento de boas taças de vinho. Neste providencial ensaio criativo, acabei criando um delicioso e fácil petisco, que pode puxar a frente de pratos principais à base de frutos do mar, como bacalhau, salmão, camarão ou algum outro peixe. A seguir a receita dos Canapés de Lula à Xangri-lá.


Ingredientes:
(para 6 pessoas)

Duas baguetes de cerca de 25cm cortadas em fatias de cerca de 1cm de espessura
500g de lula cortada em anéis
uma colher de sopa de gengibre ralado
dois dentes de alho picadinhos
meia xícara de pimentão vermelho picadinho
meia xícara de cebola picadinha
4 colheres de sopa de salsinha picada
dois talos de cebolinha verde picadinha
azeite de oliva
pimenta branca moída à gosto
sal à gosto

Preparo:
Aqueça o forno a 200°C por cerca de quinze minutos e nele disponha as fatias de baguete cortadas e regadas com azeite de oliva e deixe por cerca de 10 minutos. Enquanto isso aqueça uma frigideira com azeite de oliva e nela disponha a cebola, o pimentão, o gengibre, o alho e deixe refogar. Adicione as lulas em fogo alto e refogue rapidamente até elas ficarem brancas (cerca de 2 minutos) mexendo sempre para incorporar os sabores. Adicione a pimenta, sal e os temperos verdes e mexa bem. Reserve. Retire as fatias de baguete do forno, coloque-as em um prato grande, sobre cada uma coloque um anel de lula e um pouco dos temperos, regue com um fio de azeite e sirva.

Você sabia:


Que existem cerca de 300 espécies diferentes de lula. As duas principais subordens da lula são myopsida e oegopsida. Os membros da subordem myopsida vivem em águas relativamente rasas e são as que comumente consumimos. Já a divisão oegopsida vivem no fundo do Oceano Atlântico e podem chegar a 18 m de comprimento e pesar aproximadamente 500 kg. Possuem olhos do tamanho de bolas de futebol, além de tentáculos de 10m de comprimento.Tais animais já foram tema de histórias fantásticas como a que Julio Verne descreveu em "Vinte mil léguas submarinas" na qual narra o ataque de uma lula gigante ao submarino Nautilus. As lulas podem ser consumidas em copas ou em anéis, que nada mais são que as copas fatiadas. São usadas em saladas, entradas, risotos, massas, paellas e aceitam preparações fritas, grelhadas, salteadas ou cozidas.


Artigo publicado no Jornal Gazeta do Sul de hoje.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Toda vez que atravesso a Ipiranga esquina São João...


Estou a trabalho em São Paulo, este centro cosmopolita da América Latina e tudo acontece nesta cidade e na gastronomia não poderia ser diferente. Sempre que venho para cá faço alguns programas tradicionais como a ida ao Mercado Municipal que nesta proximidade do Natal e Final de Ano está abarrotado de guloseimas de todos os cantos do mundo. O Paste de Bacalhau do Hoccabar é imperdível assim como o chope black da Brahma, uma maravilha de espuma sedosa e consistente. Sempre que posso visito alguns restaurantes e ontem foi a vez do Kinoshita, eleito pela Revista Veja como o melhor japonês daqui, sob o comando do simpático e competente chef Murakami o qual tive o prazer de bater um longo papo ontem, cujo conteúdo poderá ser acompanhado na edição da semana que vem da Gazeta do Sul! Hoje tem mais, mas depois eu conto...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Entrando no clima do verão!


Um sábado destes estava eu passeando pelo centro da cidade, entretido com um sorvete de cereja – e é claro, com cobertura de chocolate – quando fui repentinamente acossado por uma leitora, linda, loura e sexy, que munida de um pequeno poodle toy branco em um dos braços e por um marido emudecido em outro, esbravejava dizendo que o motivo de o marido – mudo – estar com todo “aquele” tamanho era eu(!). Sim, pois a culpa seria de minhas receitas suculentas à base de carnes, massas, risotos, frutos do mar e tudo o mais! Há muito, segundo ela, o regime havia se ido e deixado apenas uma barriga flácida e a pele oleosa, além de vários quilos a mais... Depois de ouvi-la e contrapor dizendo que deve-se comer moderadamente, várias refeições pequenas ao dia, ser adepto de exercícios físicos regularmente, não exagerar na bebida, entre outros cuidados básicos, é possível passar bem, comer de tudo e com prazer e não engordar. Contemplativa ela pediu-me para também publicar dicas de saladas e sobremesas lights enquanto bradava ao marido que segunda-feira iria inscrevê-lo em uma academia. Quieto, ele apenas mexeu os ombros e me olhou cabisbaixo e o único toque de solidariedade que escutou foi o latido do poodle toy. Para atenuar este franco e democrático relacionamento, abaixo elaborei uma bela receita de salada. Com vocês o MIX DE FOLHAS COM RICOTA, ROMÃ, PIGNOLI E MELÃO:

Ingredientes:
(para 4 pessoas)

Um molho de alface crespa roxa ou radicchio
Um molho de rúcula
Meio maço de agrião separado dos talos
Sementes de uma romã
Duas fatias de melão cortado em cubos
100g de queijo ricota
50g de pinolis ou amêndoas
Azeite de oliva à gosto
Vinagre de maçã à gosto
Sal à gosto
Pimenta do reino à gosto

Preparo:
Lavar e secar as folhas e acomodá-las em uma saladeira. Distribuir os demais ingredientes mesclando com as folhas verdes. Temperar individualmente com o azeite de oliva, sal, pimenta e vinagre. Servir.

domingo, 20 de novembro de 2011

Revista Prazeres da Mesa de Novembro



A Revista Prazeres da Mesa deste novembro traz um anexo sobre produtores, história e alguns rótulos portugueses da casta Touriga Nacional, onde a uva alcança todo o seu esplendor na região do Dão em Portugal. A revista também apresenta variadas receitas para a Ceia de Natal com mais de 90 páginas (!) sobre o tema e ainda tudo sobre a "Noite Cinco Estrelas", o jantar que reuniu os consagrados chefs Daniel Boulud, Claude Troisgros, Roberta Sudbrack, Yves Michoux e Benoit Sinthon no Rio de Janeiro. Confira!

sábado, 19 de novembro de 2011

Pretinho básico

Inseparável de nosso dia-a-dia, o café tem sua história embrenhada com a história de desenvolvimento de muitas regiões do globo, principalmente a do Brasil.

A planta de café é originária da Etiópia, onde ainda é encontrada em meio a vegetação natural, mas foi a Arábia a responsável pela propagação da cultura do café. O nome café é originário da palavra árabe “qahwa”, que significa vinho, e por esse motivo, o café era conhecido como “vinho da Arábia” e o hábito de tomá-lo também foi desenvolvido por esta cultura milenar, onde com o tempo, o café começou a ser macerado e misturado com gordura animal para facilitar seu consumo durante as viagens. Quando chegou à Europa no século XIV, durante a expansão do Império Otomano, o processo de torrefação foi desenvolvido, e finalmente a bebida adquiriu um aspecto mais parecido com o dos dias de hoje.

O café chegou ao norte do Brasil, mais precisamente em Belém, em 1727, trazido da Guiana Francesa pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta. Já naquela época o café possuía grande valor comercial e por quase um século foi a grande riqueza brasileira, produto de exportação, e os dividendos gerados pela economia cafeeira aceleraram o desenvolvimento do país.

Atualmente o Brasil é o maior produtor mundial de café, sendo responsável por 30% do mercado internacional e também o segundo mercado consumidor, atrás somente dos Estados Unidos. Mas mesmo sendo o maior produtor mundial, o café mais conhecido e apreciado no mundo é o colombiano. Antigamente a degustação do cafezinho era menos valorizada que nos dias atuais, onde pela variedade de grãos e blends (mistura destes grãos), é possível encontrar, assim como o vinho, tipos e safras de café das mais diversas, nacionais ou importadas. Os cafés se diferenciam pelo tipo de grão utilizado para compor o pó e a torrefação.

O café não serve necessariamente somente para ser bebido quente, sendo muito utilizado como complemento ou mesmo base para diversos preparos de bebidas, drinks, coquetéis, sobremesas e pratos salgados. Entre as receitas salgadas, apresentamos uma de fácil preparo e de muito sabor, o Frango de Cafezinho.

Ingredientes:
4 peitos de frango
2 colheres de sopa de farinha de trigo
6 colheres de sopa de margarina
200 ml de vinho branco
400 ml de café preparado sem açúcar
3 cebolas cortadas em rodelas
4 cenouras cortadas em rodelas
sal e pimenta a gosto
óleo

Preparo:
Cortar os peitos de frango em tiras e temperá-los. Temperar também a farinha com o sal e a pimenta e em seguida passar o frango por ela. Aquecer a margarina e colocar o frango até dourar, acrescentando óleo se necessário. Após, somar o vinho, o café e a farinha que sobrou, deixando ferver. Juntar os vegetais e o frango e deixar cozinhar por 20 minutos. Servir com arroz e salada de brócolis.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Sul da Bahia


Férias é algo sempre bom, principalmente porque faz com que a cabeça da gente não consiga juntar dois pensamentos, desliga, tem a capacidade de fazer corpo e alma descansarem. É sair do trivial e poder viajar conhecendo outros lugares, outras culturas traz uma sensação de despreendimento e de liberdade. Um de meus destinos preferidos é a Bahia, a qual já me recebeu por onze vezes! Salvador, Morro de São paulo, Boipeba, Forte, Taipus de Fora, Itacaré, Porto Seguro, Trancoso, caraíva, ufa... E é o relato da última ida aquelae estado axé que trago para este espaço, a região chamada “Costa do Descobrimento” que começa na Ponta do Corumbau e vai até Santa Cruz de Cabrália, passando por Caraíva, Espelho, Trancoso, Arraial d’Ajuda, Porto Seguro e Coroa Vermelha, todas no sul da Bahia. Neste trecho avistado por Cabral há quinhentos anos atrás, ocorrem lugares paradisíacos, diferentes, descolados, charmosos e de rara beleza natural.

A tranquilidade do mar em Coroa Vermelha

A dica é alugar um carro, colocar o pé na estrada e percorrer os dois extremos, buscando conhecer tal extensão de belas praias de águas azuladas e calmas. Porto Seguro, destino turístico mais procurado do Nordeste revela toda a sua proposta mais comercial e destinada as festas para jovens espinhentos. Estes podem aproveitar a zoeira das megabarracas de praia Tôa-Tôa, Barramares e Axé Moi. Descendo para o sul, o caminho mais curto é o de estradinhas de areia que separam os vilarejos e as praias. O destino mais longínquo – na verdade o mais demorado é atravessar a balsa que liga Porto Seguro a Arraial d’Ajuda na alta temporada que leva com sorte, ao menos uma hora (!!!) – é Caraíva distante cerca de 80km de Porto Seguro.

A travessia do Rio Caraíva para chegar a vila

No caminho uma das paradas é na aldeia dos índios pataxó para comprar uma lembrancinha do artesanato indígena e para tirar foto com os animais de estimação da aldeia, os bichos-preguiças! Mansos e verdadeiramente preguiçosos eles se agarram ao pescoço e abraçam-se afetuosamente com suas enormes unhas. Na chegada a Caraíva, deixa-se o carro do lado de cá do rio de mesmo nome e atravessa-se de canoa para a vila que não tem automóveis trafegando nem motos, somente charretes, cavalos e pessoas a pé! A sensação é que a travessia nos faz voltar quarenta anos no tempo. A vila é pequena, tem alguns restaurantes simples e de boa comida caseira – a energia elétrica chegou há apenas dois anos por lá!!! - e umas pousadinhas para descansar.

O "centrinho" de Caraíva

Pelo difícil acesso tudo é mais caro: R$ 8,00 uma cerveja, R$ 6,00 uma água mineral ou refrigerante! O rio Caraíva desemboca no mar e nesta península se localiza a vila, rodeada de coqueiros, amendoeiras e jaqueiras, com um mar azul esverdeado encantador no horizonte próximo. Bacana é alugar bóias feitas de câmara de pneu de caminhão e descer o rio Caraíva somente no embalo de sua preguiçosa correnteza. Mesmo ficando pouco tempo, restou uma certeza: Caraíva merece uma semana de passeio na próxima oportunidade!

A tranquilidade quase bucólica da praia em Caraíva

Deixando Caraíva para trás, subindo de volta para o norte, a próxima parada é a Praia do Espelho - umas das mais bonitas do sul da Bahia e que leva este nome devido as suas águas cristalinas espelharem o sol e a lua - e principalmente para um programa agendado com três meses de antecedência: almoçar no Restaurante da Silvinha, do qual falarei abaixo.

O Restaurante da Silvinha, na Praia do Espelho

No Espelho e suas adjacências localizam-se algumas das pousadas mais sofisticadas do Brasil, com destaque para o luxuoso condomínio Outeiro das Brisas, um complexo de pousadas localizado no alto de uma falésia e pertencentes a um grupo de italianos que conta inclusive com aeroporto exclusivo para receber celebridades tais como Michael Schumacher, Leonardo di Caprio entre outros. Conta também com o único campo de pólo da Bahia. Logo adiante acomoda-se sobre outra enorme falésia o classudo Club Med de Trancoso, o mais sofisticado do Brasil, com campo de golfe espraiado no alto de um platô com vista para o oceano.

A vista da Praia do Espelho

Saindo da Praia do Espelho, percorridos vinte quilômetros de estrada arenosa, chega-se ao mais deslumbrante e charmoso cenário da Bahia: Trancoso um lugar que pode ser definido como de uma rusticidade ultra-chique!

O "Quadrado" de Trancoso

Sentar num dos restaurantes com mesas instaladas embaixo das amendoeiras num final de tarde no Quadrado, o nome do lugar semelhante a uma grande praça do tamanho de dois campos de futebol mais ou menos, em cima de um platô, com gramado em seu meio que inicia na igreja que fica de costas para o mar, e se estende em suas laterais por uns duzentos metros cercado de restaurantes e pousadas chiques instaladas em casarios antigos, embaixo de gigantes amendoeiras de muita sombra. Ali desfilam celebridades que fogem do agito e muita gente bonita, principalmente estrangeiros. Trancoso exala poesia e esta pode ser sentida por todos os lados e merece também uma semana de pé para o ar, respirando toda a sua magia e deslumbre.

Os restaurantes embaixo das amendoeiras do Quadrado ao entardecer

Depois de Trancoso e sua definição impossível de ser escrita, só sentida, o rumo é a vila de Arraial d’Ajuda e sua famosa Rua do Mucugê, point onde se localizam as descoladas lojas da vila e dezenas de restaurantes. À noite a rua fica impedida do trânsito dos carros e por ela só passam os turistas e os nativos que trabalham por lá. Argentinos, chilenos, bolivianos, enfim, Arraial concentra um sem número de estrangeiros, quase todos jovens, que vieram conhecer o lugar e acabaram ficando e se espalhando em trabalhos nos restaurantes, pousadas e lojinhas do lugar. Numa delas tive a concordância de um funcionário argentino de que Pelé - e não Maradona – foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos, pois o cliente tem sempre razão!

Rua do Mucujê em Arraial D'Ajuda à noite com seus bares e restaurantes

Num dos dias seguintes uma boa distração é o passeio até uma aldeia pataxó em Coroa Vermelha, ao norte de Porto Seguro e o contato com os índios dos “tempos modernos”, amparados por celular, TVs via satélite e máquinas de cartão de crédito em suas ocas.

Muito artesanato principalmente de objetos de madeira e côco, colares, gamelas, tábuas de cortar, pratinhos, bolsas, colheres, garfos e conchas e mais uma infinidade de trabalhos manuais. Nesta localidade há uma escola para os brancos aprenderem a falar e escrever na língua dos pataxós, ministrados pelos próprios índios. E Coroa Vermelha também possui praias lindíssimas e de águas mornas e esverdeadas, com braços de areia que se espalham mar adentro na maré baixa. Degustar uma moqueca de lagosta pescada no dia no almoço na beira do mar é a melhor pedida!

Moqueca de lagosta fresca

Adiante de Coroa Vermelha, vêm o município vizinho de Santa Cruz de Cabrália, diga-se uma das primeiras vistas de Pedro Álvares Cabral em sua chegada a costa brasileira e onde foi rezada a primeira missa em terra firme e suas belas casas margeando o rio João Tiba.

O porto de Santa Cruz de Cabrália

É neste rio e seus manguezais que acontece o tradicional banho de lama, pois dizem que o barro preto e cheirando a enxofre possui características renovadoras. Difícil é tirar o cheiro de ovo pobre que fica na pele por quase três dias, mesmo com dezenas de banhos tomados... Logo adiante a praia de Santo André deslumbra o visitante com suas areias brancas, precária estrutura comercial – por isso que é bacana – mar calmo e água na temperatura ideal. Adiante da costa um enorme muro de corais segura o mar mais nervoso, transformando a praia numa enorme piscina de águas transparentes.

A praia de Santo André

DICAS DO GOURMET:

Restaurante da Silvinha


Não é um restaurante convencional a começar pela sua localização: saindo de Porto Seguro leva-se quase duas horas de carro em estrada ruim para chegar a Praia do Espelho, no alto de um morro. Aí desce-se uma escada esculpida na terra pela encosta dentro da mata e chega-se a praia. Caminha-se pela areia fofa uns quinze minutos e depara-se com um riozinho que desemboca no mar. Atravessa-se na maré baixa com água na cintura e na alta com água nos ombros e então chega-se a uma casa rústica envolta em coqueiros e se é recebido pelo largo sorriso e conversa mansa da Silvinha, uma paulista hippie que há 35 anos trocou o mar de concreto de São Paulo pela paradisíaca Bahia. Há quinze anos montou um restaurante intimista e reservado que serve apenas cerca de doze pessoas, em duas mesas acomodadas entre enormes almofadas e espreguiçadeiras. O cardápio é naturalista, não serve carnes vermelhas, apenas peixe e é menu confiança, ou seja, come-se o que a Silvinha preparou para aquele dia. E come-se muito bem, diga-se de passagem! Naquele dia foi servido postas de peixe com um molho aveludado de laranja, shoyu e gengibre, acompanhado de legumes salteados com gengibre (bastante saliente por sinal), lentilha com côco, abacaxi picado com hortelã, arroz integral com cravo e canela, um chutney de manga, molho de maracujá e purê de banana da terra. Para encerrar um manjar chamado Maravilha de Côco. Tudo muito bem feito e acompanhado de uma caipira de maracujá! Depois do almoço encerrado lá pelas quatro da tarde, só restou-me descansar nas espreguiçadeiras e curtir uma vista que não tem preço. É por esta rusticidade chique que a Silvinha tem mais da metade de seus clientes, estrangeiros e movimento o ano todo, precisando reservar data com uma boa antecedência para desfrutar de seus prazeres gastronômicos.

Cocada da Tia Nenzinha

Imperdível deixar de provar a melhor cocada do nordeste, preparada pelas habilidosas mãos de Dona Ângela, uma senhora baiana de sorriso fácil e palavras gentis, que oferece uma cocada de forno feita com mel que é um capítulo a parte. Fica na Passarela do Álcool, defronte o Restaurante Tia Nenzinha.

Barraca do Jow

Assim como entre dezenas de barracas de drinks que servem o tradicional Capeta – uma mistura de vodca, guaraná em pó, cacau, leite condensado e gelo – uma se destaca em especial e está sempre lotada, a Barraca do Jow, um baiano comunicativo, formado em hotelaria e que se especializou na preparação de drinks e batidas com destaque para o Virgem Enrustida, uma batida à base de maracujá e abacaxi, saborosamente provocante. Também na Passarela do Álcool defronte o Restaurante Colher de Pau.

Restaurante e Pousada El Gordo

Beber uma cerveja cristalizada de gelo no deck deste restaurante dono de uma vista espetacular da praia de Trancoso admirando o sol que se põe lenta e preguiçosamente enquanto as luminárias mansamente vão uma a uma se acendendo é um programa absolutamente obrigatório a ser feito nesta e nas demais vidas.

Aipim

Ir ao Aipim, restaurante instalado no centrinho de Arraial d’Ajuda, é uma delícia, literalmente falando, pois além de degustar os pratos de um dos melhores restaurantes da Bahia o ambiente e a decoração são sofisticados e embalados por uma ritmada trilha de jazz. As belas atendentes usam estilosos uniformes coloridos e colados ao corpo.

PF do Paulinho Pescador

Uma boa e barata dica para um rápido almoço em Arraial d’Ajuda é o Restaurante PF do Paulinho que serve todos os pratos em criativas tijelas de madeira, entre eles moqueca, bobó de camarão, carne de panela, todos ao preço único de dezoito reais. Fica localizado na pracinha principal de Arraial d’Ajuda.

Manteiga de Garrafa

Um dos principais ingredientes presente na culinária nordestina a manteiga de garrafa é um tipo de manteiga que se mantém líquida em temperatura ambiente, pois ela vai ao fogo em baixa temperatura durante algumas horas e depois de cozida, não volta a ficar sólida. Usa-se muito nos pratos de carne, legumes e em alguns peixes.

Pequi

É uma frutinha utilizada das mais variadas formas, seja cozido, misturado no arroz, nos pratos à base de galinha, com massas, com variadas carnes e peixes e até em doces e licores. E o inusitado desta frutinha é que sua polpa macia e saborosa deve ser comida com cuidado, pois cobre uma camada de terríveis espinhos que se mordidos fincam na língua e na boca. É ingrediente do tradicional Arroz com Pequi.

Azeite de Dendê

O dendezeiro é uma palmeira originária da costa oriental da África e o óleo originário desta palmeira, o azeite de dendê, é consumido há mais de 5.000 anos e foi introduzido no continente americano a partir do século XV, coincidindo com o início do tráfico de escravos entre a África e o Brasil. Atualmente o azeite de dendê é o óleo mais produzido e consumido no mundo. É excelente como óleo de cozinha e frituras, sendo também utilizado na produção de manteiga vegetal. Muito usado em moquecas, caldeiradas, legumes e na fritura do tradicional acarajé.


Aos olhos do menino nativo, a beleza da Bahia

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Fácil e deliciosa entradinha!



Um de meus beliscos preferidos - principalmente para a abertura da morada para os jantares de primavera/verão - é uma receita de fácil preparo que adaptei de minhas idas e vindas a restaurantes por aí. A junção de poucos ingredientes os quais geralmente temos na geladeira ou freezer resultou num clássico amplamente elogiado,o qual já preparo há muitos anos e, pasmem, não tinha receita escrita do mesmo. Já distribui esta iguaria pelos quatro cantos do planeta e agora posto-a no blog: o Chip de Batata com Camarão e Provençal de Alecrim!

Tudo é muito simples de preparar! Para iniciar separo algumas unidades de chips de batatas prontos, tipo pringles. Aqueço manteiga e azeite de oliva extra virgem numa frigideira e assim que chegar a temperatura ideal jogo alho picadinho, alecrim, pimenta preta moída, sal e adiciono os camarões preferencialmente miúdos para saltear rapidamente. Reservo, sobre o chip coloco uma colher de chá de cream cheese, e finalizo com um camarão. Polvilho com dill e sirvo todos montadinhos lado à lado.

Este canapé harmoniza maravilhosamente bem com espumante brut, numa combinação quase afrodisíaca!

domingo, 13 de novembro de 2011

Miolo é a primeira vinícola brasileira a abrir loja na China


A Miolo Wine Group, uma das responsáveis por projetar o vinho fino nacional no mercado externo, mais uma vez larga na frente com a abertura da primeira loja de marca própria na China. A loja foi inaugurada em Shanghai, maior cidade do país, que promete ser o sexto maior consumidor mundial da bebida até 2014, conforme relatório de mercado divulgado pela Vinexpo este ano.

A iniciativa foi da empresa local Ningbo Ke Peng, importadora exclusiva da Miolo. “Os vinhos brasileiros ainda são novidade na China, mas já despertam a simpatia de quem os degusta", afirma a importadora Jannie Jian. A Miolo ingressou no mercado chinês há cerca de um ano e já embarcou até agora cerca de 40 mil garrafas para o país. A loja oferece os rótulos mais sofisticados da Miolo, entre eles, Lote 43, Quinta do Seival Castas Portuguesas e Merlot Terroir.

De acordo com o documento divulgado pela Vinexpo, o consumo de vinhos dobrou na China entre 2005 e 2009, chegando a 1,156 bilhões de garrafas. Apesar de ser o país mais populoso do mundo, o consumo per capita ainda é pequeno - apenas um litro por ano, o que configura um grande potencial de crescimento segundo a gerente de Relações Internacionais da MWG, Morgana Miolo. “A grande vantagem de uma loja da Miolo em Shanghai é a visibilidade que teremos e a oportunidade do consumidor chinês encontrar os rótulos da Miolo em um local exclusivo, onde poderá conhecer melhor nossos vinhos”, afirma ela.

sábado, 12 de novembro de 2011

A Confraria do Sagú



A paixão e curiosidade pela bebida preferida do mitológico deus Baco – o vinho! - é que reúne mensalmente um grupo de homens que se juntam para debater e degustar castas variadas e oriundas dos mais conhecidos produtores mundiais.



Num clima festivo e sempre muito aguardado Luciano Ourique, Sandro Laste, Alexandre Hoppe, Homero Agra, Sandor Hoppe, Carlos Klemm, Daniel Boessio, Walter Dias, Marcelo Magalhães, Rodrigo Ardenghi e mais este colunista compõem a sugestiva Confraria do Sagú, uma das primeiras confrarias de vinhos de Santa Cruz.

Nos encontros além da degustação da bebida muitas informações sobre a história da região produtora, viticultores e todo o universo que compõe este enohobby são trazidos e debatidos entre os presentes, levando-se em conta que uma degustação nada mais é do que uma análise sensorial individual, portanto sujeita comumente a opiniões diversas. O ponto de encontro é variado e quase sempre acompanhado por um prato a ser harmonizado, pois além de apaixonados por vinhos, quase todos os confrades tem na arte da culinária uma outra paixão.



O tipo de degustação pode variar conforme a ocasião e a seleção de rótulos escolhida. Ela pode ser “às claras” ou “às cegas”, sendo que nesta modalidade os vinhos não são divulgados antes de serem provados e analisados pela ficha de degustação. A degustação também pode ser “horizontal”, ou seja, uma mesma uva varietal engarrafada em diversos países, ou “vertical”, onde uma mesma uva de um mesmo produtor mas de anos variados é degustada.



Nas degustações um vinho é analisado por completo e dividido em três etapas: Olho (verifica-se o brilho, a limpidez, a coloração e as lágrimas); Nariz (busca-se a identificação dos aromas, a persistência, qualidade e intensidade aromática) e a Boca (onde analisa-se os açúcares, os taninos, o amargor, algumas características próprias, o retrogosto entre outros). Para cada etapa é atribuída uma nota onde se calcula uma média individual e uma média do grupo que irá ter como resultado o ranking alcançado por cada exemplar provado.



Segue a indicação de alguns vinhos degustados pela Confraria do Sagu e com alta pontuação:

Tasca D’almerita Cabernet Sauvignon 2003 (italiano)
Susana Balbo Crios Malbec 2006 (argentino)
Rufus Stone Syrah 2003 (australiano)
Esporão Private Selection 2004 (português)
Purple Angel Carmenére 2005 (chileno)
Penfolds Bin 389 Cabernet Shiraz Vintage 2001 (australiano)
Ancien Domaine des Hospitaliers Hospitalet de Gazin 2000 (francês)
Casa Valduga Chardonnay Gran Reserva 2008(brasileiro)



A Confraria do Sagú tem sede em Santa Cruz do Sul e reúne-se há três anos e periodicamente realiza avaliações técnicas de vinhos através de variados métodos. Saiba mais sobre os confrades e acompanhe as degustações feitas pelo blog: confrariadosagustc.wordpress.com